O dia passou rápido demais, e à noite estávamos reunidos, cada um à espera do que teria que fazer.
Saía quem atendia ligações de clientes, e ficava quem estava aguardando — eu, por exemplo.
Ainda bem.
Olhei ao redor, peguei minhas coisas e comecei a andar, só querendo me jogar na cama. Cada passo parecia mais pesado que o anterior, meus ombros carregando o cansaço do dia inteiro.
Se alguém quisesse falar comigo, que falasse com Irma.
Já eram oito da noite.
Meus olhos latejavam de tanto ler durante o dia, queimando com cada página que tentei absorver. Mas ainda tínhamos que jantar, e meu estômago estava mais nervoso que fome. Cada garfada parecia pesar, e sentia meu corpo inquieto, como se cada músculo tivesse vida própria.
— Aí? Fiquei sabendo que você entrou no ar hoje. Está sendo legal? Quantos telefones já recebeu?
A pergunta veio sorrateira, por trás de Tomé, acompanhada de um sorriso que escondia provocação.
Meu sangue ferveu, um calor estranho subindo pelo peito, e senti min