Abri a porta e dei de cara com Simone, filha de Donna. Não sabia o que queria, mas a família dela já tinha feito tanto por nós que eu não tinha coragem de fechar a cara.— Oi, Maria Christina… — começou. — Não vim tomar muito do seu tempo, mas preciso entrar.— Claro, entra.— Então… ouvi de mainha que tu tá precisando de ajuda com as contas. Falei com meu patrão. Agora só depende de você. Quer trabalhar de diarista no meu serviço?Meu queixo quase caiu. Passei a noite pensando, pesando os prós e contras, e decidi aceitar.No dia seguinte, levantei cedo. Preparei marmitas para Rafa e deixei bilhetes com instruções para Donna, que já parecia mais mãe que vizinha. No prédio chique, no quinto andar, respirei fundo antes de girar a chave.O cheiro de bebida me atingiu, mas não me incomodou. Depois de anos com um pai bêbado em casa, aquele odor já era quase neutro pra mim. Fui ao trabalho: lavei, arrumei, dobrei. Coloquei as roupas em ordem, levei à lavanderia, organizei papéis espalhados
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