Mundo de ficçãoIniciar sessãoIvy Collins nunca deveria ter invadido o escritório de Lucas Sinclair… mas foi exatamente por isso que sua vida pegou fogo. Aos dezenove anos, sem qualificações, sem dinheiro e desesperada para recuperar tudo o que perdeu, ela toma a decisão mais ousada da vida: encarar o bilionário mais intimidante de Nova York e implorar por uma vaga de babá. Quando está prestes a ser escoltada para fora, o filho de Lucas aparece chorando compulsivamente… e Ivy faz em segundos o que nenhuma candidata conseguiu: acalma o pequeno furacão que mordeu, gritou e expulsou todas as babás anteriores. É quando o milagre acontece: Lucas oferece uma semana de teste, com regras rígidas e a condição de morar na mansão. Ivy aceita, mesmo sentindo que está se jogando de cabeça num terreno perigoso. Ela só não esperava a química entre os dois. Muito menos descobrir algo que tornaria tudo ainda mais proibido. Agora Ivy precisa escolher entre manter o emprego que pode mudar sua vida… ou fugir antes que Lucas Sinclair se torne mais uma perda impossível de suportar.
Ler mais“Lucas Sinclair”— Você está uma merda hoje, irmão.Paro no meio do movimento, olhando para Owen com a expressão mais neutra que consigo.— Obrigado pela análise não solicitada, Owen. Foi extremamente útil.Ele ri, se apoiando no taco de golfe enquanto observa minha bola ir parar longe do buraco.— Sério, o que está acontecendo? — insiste, tirando os óculos escuros. — Você está distraído. E o Lucas que conheço não fica distraído.— Estou cansado — respondo, caminhando até a bola. — Tive uma semana difícil.— Difícil como? — ele pergunta, me acompanhando. — Perdeu um contrato de milhões? A bolsa despencou? Descobriu que seu café da manhã não era orgânico?— Engraçadinho.— Eu sei — ele sorri. — Por isso você me aguenta há tantos anos.Chego até a bola, posiciono o taco e acerto.Dessa vez, vai mais perto.— Melhorou. Mas continua péssimo para os seus padrões.Ignoro e me preparo para a próxima tacada.Mas sim, ele está certo.Estou distraído e não deveria estar.Deveria estar focado no
O sábado amanhece com um silêncio estranho na mansão. Acordo com os olhos inchados, a garganta seca e aquela sensação horrível de ressaca emocional. Pesadelos têm esse efeito. Arrasto o corpo para fora da cama, tomo um banho para tentar espantar o cansaço e visto o uniforme no piloto automático. Vou até o quarto dele e encontro o pequeno astronauta jogado no meio da cama, o foguete de pelúcia caído no chão. Sorrio, pego o brinquedo e coloco ao lado dele antes de tocar seu ombro. — Bom dia, campeão. Ele resmunga e vira para o outro lado. — Oliver… — tento de novo, balançando de leve. — Hora de acordar. — Não quero — ele murmura, puxando o cobertor por cima da cabeça. — Nem se eu disser que tem panquecas no café da manhã? Silêncio. Até que, devagar, a cabecinha aparece debaixo do cobertor. — Panquecas de quê? — De chocolate. Ele senta na cama num pulo. — CHOCOLATE? — Sim — respondo, rindo. — Mas só se você levantar agora. Oliver praticamente pula da cama e corre para o
Deito ao lado de Oliver na cama dele, observando as estrelinhas fluorescentes grudadas no teto. Elas brilham fraquinho no escuro, formando constelações que ele jura serem “100% cientificamente precisas”. Não parecem ser, mas… quem sou eu para desmentir um futuro astronauta? — Ivy? — Ele chama, meio sonolento, finalmente. — Oi, pequeno. — Você acha que um dia vou mesmo pra Lua? — Tenho certeza — respondo, sorrindo mesmo que ele não veja. — E você vai comigo? — Se me convidar… talvez eu vá. Ele murmura algo incompreensível e se vira, abraçando o foguete de pelúcia. Poucos minutos depois, a respiração dele fica lenta. Dormiu. — Finalmente — sussurro, aliviada. O presente da Sophia deixou o menino em modo turbo o dia inteiro. Montamos o foguete por horas, fizemos missão espacial improvisada, salvamos Marte… Um caos. Mas um caos feliz. Me levanto devagar, ajeito o cobertor sobre ele e saio do quarto sem fazer barulho. Fecho a porta com cuidado e suspiro, encostando na pare
Sexta-feira chega rápido demais. Dois dias se passaram desde aquela conversa estranha na sala de estar, e eu consegui evitar o Lucas com uma eficiência digna de agente secreto. Ele sai cedo, volta tarde. Eu fico com o Oliver o dia inteiro e, claro, jamais desço depois das 22h. Mesmo bem tentada, às vezes. Tem funcionado. Milagrosamente. — Ivy! IVY! — Oliver grita do outro lado da sala de brinquedos, acenando com o tablet. — Olha! A NASA lançou um foguete novo! — Sério? — Me aproximo e me sento no chão ao lado dele. — Deixa eu ver. Ele vira a tela, empolgado, e começa a explicar tudo com detalhes técnicos que… sinceramente, metade não entendo, a outra metade finjo que entendi. Mas vale cada segundo só para ver os olhos dele brilhando desse jeito. A nossa pequena aula sobre combustível de foguete é interrompida por saltos ecoando no corredor. Automaticamente, meu coração ameaça parar. Blair? Mas, para meu alívio, quem aparece é Sophia, a irmã de Lucas. — TITIAAA! — Oliver be
Pisco algumas vezes, só para ter certeza de que é realmente Lucas ali, sentado no sofá, me encarando com aqueles olhos verdes que parecem brilhar mesmo na luz fraca. Copo de whisky na mão direita, sem gravata, com os primeiros botões da camisa abertos… ele parece relaxado. Respiro fundo, tentando recuperar algum controle sobre meu corpo. — Sr. Sinclair — digo, finalmente quebrando o silêncio. — Eu… não sabia que já estavam em casa. Ele bebe um gole lentamente, sem tirar os olhos de mim. — Não fui ao jantar — responde, num tom baixo, controlado. — Tinha trabalho a resolver. Assinto, sem saber bem o que dizer. Deveria subir? Pedir licença? Fingir que não estou me sentindo como uma adolescente pega voltando tarde? — Onde você foi? A pergunta é simples. O tom… nem tanto. — Fui… na casa da minha amiga — respondo, tentando manter a voz firme. — No Brooklyn. Silêncio. Um silêncio pesado que parece empurrar o ar para fora dos meus pulmões. Ele me observa por mais alguns segundos
Quase uma hora depois, finalmente chego ao prédio da Tiffany.É um edifício modesto no Brooklyn, o completo oposto da mansão dos Sinclair. Tijolos vermelhos, uma escada de incêndio meio torta na lateral e uma floricultura minúscula no térreo.Subo os três lances de escada e bato na porta do 3B.— JÁ VAI! — ela berra lá de dentro.Segundos depois, a porta se abre.Tiffany, 22 anos, pijama rosa com unicórnios, coque bagunçado e uma máscara facial verde que a deixa parecendo um abacate humano, me encara… pisca… e então explode.— IVY!!! — Ela me puxa para dentro num abraço quase mortal. — Você está viva! Eu já tinha certeza de que você tinha morrido, sumido no mato ou sido sequestrada por milionários psicopatas!— Tiff, você me ligou ontem — digo, rindo.— E? Ligação não prova nada! — Ela protesta, fechando a porta. — Eu precisava ver você pessoalmente! Saber se ainda tem todos os membros! Se o mini-demônio ainda não te expulsou!— Estou bem — respondo, sorrindo. — Sobrevivendo, mas bem.





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