Mundo de ficçãoIniciar sessãoDepois de ver seu mundo desabar ao flagrar a traição da mulher que amava com o próprio melhor amigo, Victor decide deixar tudo para trás. Com o coração em pedaços e o desejo de recomeçar, ele parte para Montevino, uma pequena cidade cercada por colinas e vinhedos, em busca de paz — e talvez, de si mesmo. Entre o aroma das uvas e o som tranquilo do campo, Victor encontra mais do que um novo começo. Ele encontra ela — uma mulher de alma serena, olhar doce e coragem escondida nas cicatrizes do passado. Aos poucos, o que começou como uma amizade leve e despretensiosa se transforma em um amor calmo, curativo, capaz de cicatrizar as feridas que ele acreditava incuráveis. “Um Amor Leve” é uma história sobre recomeços, perdão e a beleza de amar sem pressa — porque, às vezes, o amor que chega devagar é o que mais transforma. Cláudia Evellyn
Ler maisVictor Ferrari sempre acreditou que a vida lhe sorria. Aos 32 anos, era um empresário consolidado em Madri, apaixonado por aventuras e viagens. Ao lado de Olivia Dantas, sua namorada há três anos, acreditava ter encontrado estabilidade. Ela era charmosa, inteligente e parecia vibrar com seus sonhos. Ao seu lado estava também Antony Mendes, amigo de infância e quase um irmão. Para Victor, tudo parecia perfeito — até aquela noite.
Chegou mais cedo de uma viagem a Paris, decidido a surpreender Olivia com flores e uma reserva em seu restaurante favorito. Ao entrar no apartamento, ouviu risos abafados vindos do quarto. Congelou. O coração acelerou antes mesmo de abrir a porta. E quando o fez, o mundo desabou: Olivia e Antony estavam juntos, enlaçados como se nada mais importasse.
— “Olivia? Antony?!” — a voz de Victor saiu quase num sussurro de incredulidade.
Sem esperar respostas, saiu batendo a porta, o coração em pedaços. Naquela noite, Victor Ferrari percebeu que nem todo amor era verdadeiro, e que até a amizade mais sólida podia ser uma mentira.
.
.
.
Os dias seguintes foram um borrão na mente de Victor. Evitava atender ligações, não respondia mensagens e passava horas encarando o teto. A traição ainda ecoava como uma ferida aberta. Foi quando Rodrigo, seu sócio e amigo, apareceu em sua casa.
— “Victor, você precisa reagir. Está se isolando.”
Victor se levantou e começou a andar de um lado para o outro. — “Lutar contra o quê, Rodrigo? Contra a lembrança da cena? Contra a traição de quem eu mais confiava? Eu não tenho mais forças.”
Rodrigo arregalou os olhos. — “Ir embora? Você está falando sério?”
Rodrigo tentou insistir: — “Mas e a empresa? E os nossos projetos? Vai abandonar tudo?”
Naquela noite, Victor abriu o mapa no computador e buscou refúgio. Lembrou-se da Toscana, na Itália, um lugar de colinas douradas e vinhedos tranquilos. Parecia o recomeço que precisava.
Rodrigo ainda tentou mudar sua decisão, mas Victor já estava decidido. No aeroporto, antes de embarcar, olhou para trás uma última vez.
— “Adeus, Madri... e tudo o que me feriu aqui.”
E partiu rumo ao desconhecido, sem saber que a vida lhe guardava um amor que mudaria tudo.
Dedico este livro a todos aqueles que carregam dentro de si um vinhedo invisível — um campo fértil de memórias, afetos, dores e recomeços. A você, que entende que a vida é feita de colheitas imprevisíveis, de estações que chegam sem aviso e de frutos que só amadurecem quando o coração finalmente aprende a esperar.Aos leitores que caminharam ao lado da família Montevino desde o primeiro capítulo, quando nada era certo e o futuro parecia apenas uma ladeira longa entre vinhedos silenciosos — esta obra é também sua. Vocês deram voz às pausas, sentido aos silêncios e força às páginas que pareciam difíceis demais de escrever. Obrigado por segurarem minha mão enquanto eu buscava as palavras certas, por acreditarem nesses personagens quando até eu duvidava deles, e por enxergarem luz mesmo quando as sombras eram densas demais.Às almas sensíveis que sabem que uma história nunca é apenas uma história — é um encontro. Obrigado por encontrarem abrigo aqui. Obrigado por permitirem que esta ficçã
🕊️ Geração 0 — As Raízes Perdidas(Antes da vinícola existir)• Pais de Victor & Sofia (não nomeados na saga)Família humilde italiana da região da Toscana, marcada por tradições, trabalho no campo e muitas dificuldades.• Ensinaram valores de honra, lealdade e amor à terra.• A morte deles impacta os filhos profundamente.🍷 Geração 1 — O Começo da Lenda1. Victor Mancini (fundador de Montevino)• Jovem sonhador, marcado por perdas e recomeços.• Abre a vinícola Montevino com esforço e paixão.• Vive um grande amor com Isabella.• Melhor amigo de Rodrigo, quase um irmão.• Pai de Chiara.• Morre em paz, deixando sua alma nas videiras.2. Isabella Mancini (o coração de Montevino)• Mulher sensível, forte e poética.• Responsável pelo Jardim de Isabella, espaço que se torna eternizado nas gerações.• Mãe de Chiara.• Seu perfume e suas flores seguem vivos na vinícola.3. Sofia Mancini (irmã de Victor)• Figura marcante e protetora.• Casada com Rodrigo.• Guardiã de segredos important
O sol nascia devagar sobre Montevino, derramando um ouro suave sobre as colinas — como se a própria Toscana quisesse sussurrar um último adeus. A neblina fina se desfazia aos poucos, revelando fileiras intermináveis de videiras que pareciam despertar junto com a terra.A vinícola estava silenciosa naquela manhã. Silenciosa… mas viva.Como sempre esteve.Como sempre estaria.No coração do jardim, onde Isabella plantara suas primeiras flores e onde Chiara encontrara força para recomeçar tantas vezes, uma única folha caída repousava sobre o banco de madeira. Uma folha pequena, mas intensa, como se carregasse memórias por dentro.E carregava.Todas carregavam.Victor e Isabella.Rodrigo e Sofia.Chiara.As gerações que vieram.As que ainda viriam.Tudo estava ali.A brisa leve passou entre as videiras e fez o jardim estremecer com delicadeza, como se as próprias raízes suspirassem. As pétalas recém-abertas das flores de Isabella balançaram, salpicadas de luz. Um perfume doce, entre jasmim
A névoa daquela manhã parecia diferente — não mais a névoa carregada de despedidas e silêncios que envolveu Montevino nos meses anteriores, mas uma névoa suave, quase luminosa, como se o próprio vale respirasse aliviado depois de longas transições. O tempo caminhara adiante, como sempre faz, sem pedir permissão. Mas agora, ao contrário dos últimos anos, havia espaço para o novo florescer.Matteo estava parado na sacada da antiga casa principal, observando as videiras despertarem sob o ouro pálido do início do dia. Ao longe, podia ver Chiara caminhando devagar — ainda firme, ainda elegante, mas agora num ritmo que aceitava, sem tristeza, a passagem do tempo. Ele sorriu. Havia algo inevitavelmente belo em perceber que sua mãe não precisava mais carregar tudo nos ombros.A nova geração caminhava ao lado dela.I. O VINHO DO AMANHÃNa adega renovada, era possível sentir o cheiro da madeira fresca misturado ao perfume antigo das barricas. Matteo vinha trabalhando com os filhos e sobrinhos em
A manhã nasceu lentamente sobre Montevino, como se o próprio sol tivesse receio de romper o silêncio que pairava sobre a colina. A luz dourada deslizou pelas videiras, tocando suavemente o orvalho que ainda repousava nas folhas, enquanto um vento leve movia a paisagem com a delicadeza de quem acaricia algo sagrado.Era uma manhã diferente — não pesada, mas carregada de uma expectativa silenciosa, quase um pressentimento. Na casa principal, Chiara acordou antes de todos.Ela não sabia explicar, mas sentia algo pulsando no ar. Um chamado. Um convite. Uma memória que queria ser encontrada.Agora, viúva recente, com os cabelos prateados que brilhavam ainda mais sob a luz da janela, ela se levantou com a mesma calma de quem conhece cada respiração da terra. Montevino tinha voltado a chamar por ela, como fizera tantas vezes ao longo da vida.Chiara vestiu uma blusa de linho claro, amarrou os cabelos e passou um perfume suave que Isabella costumava usar. Era como vestir uma bênção antiga.Q
O sol nascia devagar sobre Montevino, espalhando um véu de ouro por entre as videiras ainda úmidas de orvalho. A manhã tinha aquela luz suave que anunciava não apenas um novo dia, mas um novo tempo — como se a própria terra respirasse mais fundo, preparando-se para virar uma página.A brisa leve atravessava o vinhedo, carregando o perfume das uvas maduras e das flores do Jardim de Isabella, agora completamente florido. Cada pétala parecia vibrar, como se contasse histórias. E, de certa forma, contava.Aquele era o dia em que a família se reuniria para celebrar o que Montevino sempre representou: origem, caminho, destino. Uma espiral de vidas que se entrelaçavam geração após geração, como as vinhas antigas que nunca deixaram de crescer, mesmo nas estações mais duras.1. A ReuniãoOs primeiros a chegar foram Matteo e Aurora, trazendo pela mão o pequeno Lorenzo — que agora dava seus primeiros passos curiosos entre as pedras do pátio. Lorenzo ria ao tentar alcançar uma borboleta, tropeçand





Último capítulo