Mundo ficciónIniciar sesión* Sawyer Creek Serie * No coração do Sawyer Creek Ranch, Ryder Sawyer, o segundo irmão mais velho, carrega o peso de um sonho despedaçado. Criado sob o exemplo do casamento sólido de seus pais, ele acreditava ter encontrado seu próprio conto de fadas com Chloe. Mas o destino tinha outros planos, e no dia do casamento, Ryder se viu abandonado no altar, traído e com o coração em pedaços. Desde então, Ryder mergulhou em um abismo de mágoa e desconfiança, buscando consolo no álcool e enterrando-se no trabalho árduo do rancho. Sua vida parecia fadada a uma espiral descendente de amargura, até que um furacão ruivo chamado Savannah Wilder chega ao Sawyer Creek Ranch. Treze anos mais jovem e completamente inexperiente nas lides do campo, Savannah traz consigo uma personalidade forte, desafiadora e sarcástica que intriga e provoca Ryder. Sua presença é como um choque elétrico no sistema entorpecido dele, despertando sentimentos há muito adormecidos. Mas Savannah não é apenas uma força da natureza; ela carrega seus próprios demônios. Quando os mundos desses dois espíritos feridos colidem, faíscas voam e segredos vêm à tona. Poderá Ryder baixar suas defesas e arriscar seu coração novamente? Será Savannah capaz de curar as feridas do passado e encontrar um novo começo nos braços de um caubói desconfiado? Em meio às vastas paisagens do rancho e aos desafios diários da vida no campo, uma história de redenção, confiança e amor improvável se desenrola. "RYDER" é uma jornada emocionante de descoberta e cura, provando que às vezes é preciso se perder para realmente se encontrar.
Leer másNarrado por Ryder Sawyer
Eu nunca gostei muito de igrejas.
Não que eu não acreditasse em Deus. Eu acreditava. Minha mãe sempre dizia que a fé era o que segurava um homem de pé quando tudo o mais falhava. E eu entendia isso. Mas igrejas me davam uma sensação estranha. Um silêncio pesado demais, como se o mundo estivesse esperando alguma coisa de mim.
Mas naquele dia, eu estava ali.
De terno preto, a barba recém-aparada, o nó da gravata apertando minha garganta. Com as mãos fechadas, os dedos roçando no tecido grosso das calças. Esperando.
A capela era pequena, feita de madeira rústica, com vigas expostas no teto e janelas que deixavam a luz quente da tarde entrar. Rosas brancas e girassóis decoravam o altar, entrelaçados com fitas creme que minha mãe insistiu que ficariam bonitas. O cheiro de lavanda e madeira polida enchia o ar.
Mas nada disso importava.
O que importava era que ela ainda não tinha chegado.
Passei os olhos pela capela, tentando me distrair. Tentando encontrar algum rosto que me acalmasse.
Minha mãe estava sentada na primeira fileira, segurando um lenço, os olhos brilhando de emoção e orgulho. Meus irmãos estavam espalhados pelos bancos, mas um deles estava afastado.
Hunter.
Encostado numa das colunas ao fundo, de braços cruzados. Sempre com aquele olhar de quem sabia de alguma coisa que os outros não sabiam.
E eu odiei isso.
O relógio na parede marcou mais um minuto.
A conversa entre os convidados virou sussurros.
Minha respiração começou a pesar.
Onde diabos ela estava?Foi então que uma lembrança me atingiu como um golpe.
A primeira vez que vi aquela mulher.
Ela era linda. Mas não de um jeito óbvio. Era daquele tipo que te fazia olhar duas vezes, que te fazia querer decifrá-la. O jeito que sorria de canto, que cruzava os braços quando queria esconder que estava nervosa. O brilho nos olhos quando falava do futuro que poderíamos ter juntos.
E eu acreditei.
Inferno, como eu acreditei.Engoli seco.
Me mexi no altar.Minha mãe lançou um olhar para mim, preocupada.
Outro minuto.
Outro.
Meus punhos se fecharam.
E então, Hunter começou a se mexer.
Apertou os lábios, descruzou os braços, saiu do fundo da capela e começou a andar pelo corredor.
Meu estômago revirou na mesma hora.
Hunter não era o tipo de homem que se mexia à toa.
Ele subiu os degraus do altar, com uma expressão que eu já conhecia.
Meus músculos travaram. Minha mandíbula se enrijeceu.
— O que é? — perguntei baixo, já sabendo que não queria ouvir a resposta.
Ele tirou algo do bolso do paletó.Um pedaço de papel. Dobrado de qualquer jeito.
Eu congelei.
Meus olhos foram do papel para ele.
Hunter estendeu a mão.
— Toma.
Minha respiração ficou presa no peito quando peguei o papel.
A ponta dos meus dedos tremia.Meus olhos passaram rapidamente pelas palavras rabiscadas.
"Sinto muito. Não posso fazer isso."
Foi como levar um soco no peito.
Meu sangue ficou gelado.
Meu corpo inteiro pesou.Ela... foi embora.
Eu li aquelas malditas palavras de novo.
E de novo. Como se, de alguma forma, elas fossem mudar. Como se, numa terceira ou quarta leitura, a verdade fosse diferente.Mas não era.
Ela me largou.
No altar.
Engoli em seco. O gosto amargo da humilhação subiu pela minha garganta.
Mas Hunter não saiu do meu caminho.
Ele ficou ali. Me encarando.
E eu soube.
Soube que ele sabia de alguma coisa que eu ainda não sabia.
— Diz logo, Hunter. — minha voz saiu baixa, tensa.
Ele inspirou fundo, como se soubesse que ia ser um golpe no meu peito.
— Ela estava te traindo.Minha visão ficou preta por um segundo.
Não.
Não.
Minha cabeça girou. Meus dedos apertaram o papel até ele se amassar completamente na minha palma.
— Ela o quê?
Hunter olhou nos meus olhos. Sem hesitar.
— Ela está grávida, Ryder.
Minha respiração falhou. Meu coração parou.
Mas o golpe final ainda não tinha vindo.
Hunter passou a língua pelos lábios.
E então jogou a última bala.
— O filho não é seu.
Foi quando eu morri.
Ali, de pé no altar.
Diante de todo mundo.
O vestido branco que nunca cruzou aquele corredor.
O altar onde eu fiquei sozinho.
A vergonha, a humilhação queimando como ferro em brasa dentro de mim.
Meu pai sempre disse que um homem deveria manter a postura diante da desgraça.
Ele não estava mais aqui para ver isso. Graças a Deus.
Não chorei.
Não gritei.
Não fiz nada.
Apenas dobrei a m*****a carta.
E, sem olhar para ninguém... fui embora.
SAVANNAHHarper estaciona bem em frente ao consultório médico e, assim que reconheço o prédio, o pânico me domina. O coração dispara e minhas mãos começam a suar. Não acredito que ela me trouxe aqui, justamente onde a Andie trabalha. Só de pensar nela, sinto um aperto no estômago. Andie, a ex-namorada do Ryder, aquela que quase destruiu o pouco que restava da minha paz quando reapareceu em nossas vidas.Viro-me para Harper, a voz tremendo: — Harper, por que viemos aqui? Você sabe perfeitamente que a Andie trabalha nesse consultório.Ela pousa a mão no meu braço, tentando me acalmar: — Eu sei, Savannah. Mas verifiquei, juro. Hoje a Andie não está de serviço, falei com a recepcionista ontem por telefone. Pode ficar tranquila.Suspiro, sentindo um alívio pequeno, mas ainda desconfiada. Saímos do carro e entramos na recepção. O cheiro de desinfetante e a luz fria só aumentam minha ansiedade. Aproximo-me do balcão, dou meu nome e espero. A recepcionista sorri, mas logo diz: — A doutora
SAVANNAHRyder mal fecha a porta atrás de si e já sinto o peito apertado, como se o ar me faltasse. O vazio que ele deixa na sala é quase físico, e a distância entre nós parece crescer mais a cada dia. Tento me convencer de que é só uma fase, que ele precisa de tempo, mas a verdade é que me sinto cada vez mais sozinha, perdida no meio desta tempestade que não parece ter fim.O segredo que carrego — esta gravidez inesperada — pesa mais do que tudo. Gostaria de contar para ele, de compartilhar este momento, de sentir alegria em vez desse medo constante. Mas não consigo. Não agora, não quando o vejo tão frágil, tão consumido pelos próprios fantasmas. Tenho medo da reação dele, medo de perdê-lo de vez.Além disso, uma pontada de tristeza me aperta o coração quando penso em Willow. Finalmente, Suze levou a filha para morar com ela na nova cidade. Durante algum tempo, eu cuidei dela, passei tardes e noites ao lado daquela menina doce, e senti uma conexão especial. Agora, não vou mais vê-la
RYDERAinda é noite quando acordo, o céu lá fora nem ameaça clarear. O silêncio é pesado, interrompido apenas pela respiração tranquila de Savannah, aninhada ao meu lado no sofá. Observo-a por um instante — as olheiras marcadas, o rosto sereno. Deve ser das primeiras vezes em dias que consegue dormir assim, profundamente. Não quero ser eu a tirar esse descanso, então levanto-me devagar, quase sem respirar, e sigo para a cozinha.A luz fria da geladeira ilumina o ambiente quando a abro. Preciso de algo para beber, qualquer coisa que me faça esquecer o peso no peito. Pego uma cerveja e procuro o abridor. Assim que a tampa salta, ouço passos atrás de mim.Hunter está ali, encostado ao batente da porta, com aquele ar de quem já está acordado há muito tempo.— Bom dia — murmuro, sem grande vontade.— Bom dia — responde ele, a voz baixa, mas carregada de tensão.O clima entre nós é denso, como se qualquer palavra pudesse explodir numa guerra. Sento-me à mesa, levo a garrafa à boca e dou um
RYDER Acordo meio atordoado, no meio da madrugada. A minha cabeça dói demasiado, por conta do álcool que tenho bebido por semanas. Mesmo através da escuridão, percebo que estou na sala da casa da minha mãe. Não me recordo como fui parar aqui. Então sinto a dor da traição por afinal haver uma possibilidade de o menino de dois anos que Chloe carregava ser meu. Estou confuso e ao mesmo tempo assustado, pois sei que não posso me afogar no álcool e não encarar a realidade não vai me levar a lado nenhum, mas também estou demasiado assustado para descobrir a verdade. Nesse momento, ouço um respirar suave, que me desperta dos meus pensamentos. Um respirar que eu conheço demasiado bem, que eu velo por muitas noites acordado. Olho para o lado e vejo Savannah deitada ao meu lado no chão, adormecida. Mesmo na penumbra da noite, consigo distinguir o que mudou nestas semanas em Savannah. Eu sei de cor todos os seus traços. Tem olheiras enormes debaixo dos olhos e perdeu peso. O cabelo parece ma
SAVANNAHHarper Cullen estava sentada à pequena mesa de madeira junto à janela da kitchenette, com as mangas da camisa arregaçadas e o cabelo loiro e brilhante preso de forma desajeitada no topo da cabeça. Havia algo de profundamente reconfortante nela — a maneira tranquila como ocupava o espaço, como se aquele apartamento por cima do estábulo fosse tão dela quanto meu. Na verdade, esta casa também será dela, sempre que precisar ou desejar. O cheiro de alho refogado e ervas frescas misturava-se com o aroma doce do feno que subia do rancho, criando uma sensação estranha de lar improvisado, mas real.Eu observei-a por um instante, apoiada no balcão, tentando organizar os pensamentos que me esmagavam o peito desde a noite anterior. Ryder. Chloe. O bebê que ela alega ser dele. O nosso bebê que cresce dentro de mim e não tem culpa desta confusão. O silêncio. A ausência.Conheci Harper meses atrás, no pior dia possível. Um acidente estúpido, um cavalo ferido por minha culpa, minhas mãos a
SAVANNAHFaziam duas semanas que ninguém sabia nada de Ryder. Duas semanas de silêncio absoluto, e a ansiedade me consumia aos poucos. A família dele estava preocupada, e eu… eu estava desesperada. Tentei ligar para o celular dele, mandei mensagens de texto, mas nada. Nenhuma resposta. Era como se ele tivesse desaparecido do mapa, como se todo o mundo tivesse engolido a pessoa que eu mais amava.Tudo começou quando Chloe apareceu com um bebê nos braços, afirmando que poderia ser filho de Ryder. Eu ainda sentia a dor da Oklahoma fresca na pele, do funeral do meu pai, que eu não via há anos. Ele havia sido um homem violento e ausente, que eu só reencontrei naquele momento de despedida, e ainda assim, aquele passado sombrio parecia pequeno diante da tempestade que Chloe trouxe.Chloe. O nome queimava na minha mente. Ela havia abandonado Ryder no altar há dois anos, o traído e humilhado, e o pior: engravidara de Joe Williams. Na época, jurou ao Hunter, irmão mais velho de Ryder, que o beb
Último capítulo