* Sawyer Creek Serie * No coração do Sawyer Creek Ranch, Ryder Sawyer, o segundo irmão mais velho, carrega o peso de um sonho despedaçado. Criado sob o exemplo do casamento sólido de seus pais, ele acreditava ter encontrado seu próprio conto de fadas com Chloe. Mas o destino tinha outros planos, e no dia do casamento, Ryder se viu abandonado no altar, traído e com o coração em pedaços. Desde então, Ryder mergulhou em um abismo de mágoa e desconfiança, buscando consolo no álcool e enterrando-se no trabalho árduo do rancho. Sua vida parecia fadada a uma espiral descendente de amargura, até que um furacão ruivo chamado Savannah Wilder chega ao Sawyer Creek Ranch. Treze anos mais jovem e completamente inexperiente nas lides do campo, Savannah traz consigo uma personalidade forte, desafiadora e sarcástica que intriga e provoca Ryder. Sua presença é como um choque elétrico no sistema entorpecido dele, despertando sentimentos há muito adormecidos. Mas Savannah não é apenas uma força da natureza; ela carrega seus próprios demônios. Quando os mundos desses dois espíritos feridos colidem, faíscas voam e segredos vêm à tona. Poderá Ryder baixar suas defesas e arriscar seu coração novamente? Será Savannah capaz de curar as feridas do passado e encontrar um novo começo nos braços de um caubói desconfiado? Em meio às vastas paisagens do rancho e aos desafios diários da vida no campo, uma história de redenção, confiança e amor improvável se desenrola. "RYDER" é uma jornada emocionante de descoberta e cura, provando que às vezes é preciso se perder para realmente se encontrar.
Ler maisRYDERSeco-me rapidamente e ajudo Savannah a secar-se, passando-lhe a toalha com cuidado, atento a cada detalhe. Gosto de cuidar dela. Fazê-lo dá-me uma paz que nunca soube que precisava. Ela sorri, agradece-me com um beijo doce nos lábios e, de repente, o seu estômago ronca alto. Não consigo evitar uma gargalhada.– Acho que está na hora do jantar, ruiva.Ela revira os olhos, mas sorri, e descemos juntos até à cozinha. Assim que entramos, encontramos todos reunidos: Hunter, Isaiah, Landon, a mamã e até a vovó Beth. O ambiente está animado, mas assim que nos veem, não perdem tempo a lançar piadas.– Olha quem voltou à terra dos vivos! – diz Hunter, com um sorriso maroto.– Estava a ver que já não vinham! – acrescenta Isaiah, piscando o olho.– Devem ter gasto a água toda do aquecedor – brinca Landon, rindo-se alto.Até a minha mãe, sempre mais reservada, entra na brincadeira:– Espero que tenham deixado água quente para o resto da família.E, surpreendentemente, a minha avó Beth, que
SAVANNAHO vapor quente cobre o espelho da casa de banho, tornando o mundo lá fora ainda mais distante. Depois de atingir o clímax, fico deitada na bancada, o corpo a tremer de prazer, o peito a subir e descer enquanto tento recuperar a respiração. Ryder aproxima-se, beija-me delicadamente, e sinto na boca o meu próprio gosto salgado que ficou nos seus lábios. Sorrio, meio zonza, meio rendida.Ele olha para mim com aquele ar de quem não quer largar o momento.- Vamos pôr-nos na banheira - diz, a voz rouca e baixa.Vejo-o desligar a torneira. A banheira está cheia até acima, a água a fumegar, a prometer mais calor e mais abandono. Ryder tira as próprias calças e boxer, sem pressa, revelando-se por inteiro, sem pudor. O olhar dele cruza-se com o meu, e vejo o desejo a latejar-lhe no corpo, a ereção exuberante impossível de ignorar.Ele mete-se devagar na banheira, o corpo grande a afundar-se na água. Depois estende-me a mão.- Anda cá, amor.Entro a seguir, sento-me entre as suas pernas
RYDERAssim que estaciono o jipe no rancho, o peso do que aconteceu com o Joe ainda paira no ar. Landon olha para mim antes de sair, com aquele olhar de irmão que diz tudo sem precisar de muitas palavras.- Se precisares de alguma coisa, é só avisares, Ryder.- Obrigado, Landon. - respondo, sincero.Ele entra em casa, deixando-me sozinho com a Savannah. Ela fica a olhar para mim, um pouco hesitante, e pergunta:- Estás zangado comigo?Fico surpreendido com a pergunta. Pego-lhe na mão, puxo-a para perto de mim e deposito um beijo gentil e carinhoso nas costas da sua mão.- Jamais iria ficar furioso contigo por causa de um idiota como o Joe. - abraço-a, sentindo o corpo dela relaxar contra o meu. - Anda, vamos para dentro.Subimos até ao andar de cima do estábulo, onde fica o meu apartamento. Bear recebe-nos com a alegria habitual, a abanar a cauda e a saltar à nossa volta, como se não nos visse há dias. Sorrio, sento-me na beira da cama e fico a observar Savannah enquanto ela pousa a m
SAVANNAHAcordo quando sinto os raios de sol a entrarem pela janela e a baterem-me no rosto. Espreguiço-me, ainda meio adormecida, e só então noto que Ryder já não está ao meu lado. O quarto está silencioso, só se ouvem os sons do rancho a despertar lá fora. Pego no telemóvel e, ao ver as horas, sobressalto-me - já passa da hora de começar a trabalhar.Levanto-me num ápice, tomo um duche rápido e visto-me à pressa. Quando entro na cozinha, vejo um bilhete de Ryder pousado ao lado da cafeteira. Aproximo-me para ler, sorrindo ao ver as palavras dele escritas com aquela letra apressada:Bom dia, dorminhoca. Fui tratar dos animais. O café está feito. Vemo-nos já. Sorrio, sentindo o peito aquecer. Bebo o café que ele deixou preparado, saboreando cada gole enquanto penso nas últimas horas que passámos juntos. Sinto-me leve, feliz, como se tudo à minha volta fizesse finalmente sentido.Desço para o exterior e cruzo-me com Hunter, que não perde tempo a bombardear-me com tarefas.- Savannah, h
RYDERAcordo antes mesmo do sol nascer. O céu ainda está escuro, mas o rancho já começa a dar sinais de vida com os primeiros sons dos animais ao longe. Sinto uma sensação boa, tranquila, ao perceber Savannah a dormir ao meu lado, o cabelo espalhado na almofada, a respiração leve. Fomos para a cama tarde, mas não me importo de acordar cedo quando é assim, com ela aqui. Tento sair da cama com o máximo de cuidado para não a acordar, movendo-me devagar, como se qualquer movimento brusco pudesse desfazer este momento de paz.Vou até à casa de banho e tomo um duche rápido, tentando ser o mais silencioso possível. A água quente ajuda-me a acordar, mas a cabeça já está cheia de pensamentos sobre o dia que se avizinha. Visto-me depressa, calças de ganga, t-shirt e camisa aberta, pronto para mais um dia no rancho.Quando saio do duche, Bear já me espera à porta, a abanar a cauda, ansioso pela rotina da manhã. Sigo para a cozinha com ele atrás de mim, fiel como sempre. Coloco ração na tigela e
RYDERSeguimos para o The Country Bar em Creekville, de mãos dadas, eu e a Savannah. Só largo a mão dela quando preciso de mudar de velocidade, e mesmo assim, só por segundos. Há algo de certo, de completo, quando estou com ela assim, como se tudo o resto do mundo pudesse esperar. Sinto-me feliz, inteiro, e sei que ela sente o mesmo. O silêncio entre nós é confortável, só interrompido pela música country que toca na rádio e pelas luzes da estrada a passarem devagar.Quando chegamos ao bar, o ambiente já está animado. Uma banda toca clássicos country no palco, e vejo os meus irmãos numa mesa no canto, rodeados de copos, risos e aquela energia que só uma noite destas traz. Para minha pouca sorte, Paul e Andie também estão sentados com eles. Noto logo o desconforto de Savannah ao ver Andie, e isso incomoda-me. Gostava de lhe poupar a esse tipo de situações, mas não posso controlar quem aparece.Paul é um amigo de família de longa data. Os pais dele eram grandes amigos dos meus, mesmo dep
SAVANNAHA festa de aniversário da Rose está a ser das mais divertidas de que tenho memória. Adoro crianças, e fazer pinturas faciais nelas foi um dos pontos altos do meu dia. Entre pincéis, tintas e gargalhadas, deixei-me levar pela leveza do momento. Hoje sinto o Ryder ainda mais próximo de mim. Ele não para de ficar colado a mim, atento a cada gesto, cada sorriso. Acho que quer provar-me, sem palavras, que eu importo para ele. E esse gesto faz-me sorrir sem conseguir evitar.A noite já caiu, a luz dourada do pôr do sol deu lugar ao brilho laranja da fogueira que crepita no centro do jardim. As pessoas começam a despedir-se, os convidados vão partindo aos poucos, mas um pequeno grupo ficou para contemplar a fogueira e aproveitar a música suave que toca ao fundo. Sento-me num tronco, distraída nos meus pensamentos, sentindo o calor das chamas e o cheiro a madeira queimada.De repente, ouço Hunter a resmungar com Harper enquanto se aproximam da fogueira. Pelo tom, percebo que ele não
RYDERO sábado amanhece cheio de energia no rancho. Hoje é o aniversário da minha mãe e, desde cedo, a casa pulsa com um entusiasmo diferente. Mãe, vovó Beth, Harper e Savannah estão fechadas na cozinha desde o nascer do sol, entre tachos, risos e discussões sobre receitas. O cheiro doce e quente que sai dali denuncia que hoje ninguém vai passar fome. As vozes delas misturam-se com o som das colheres de pau e das panelas, e só de imaginar o que estão a preparar, já me cresce água na boca.Eu, o Hunter, o Landon e o Isaiah tratámos dos animais logo de manhã. Mas hoje não há pressas nem reclamações. Antes do almoço, largamos o trabalho e dedicamo-nos a preparar tudo para a festa: mesas e cadeiras cá fora, a churrasqueira já a deitar fumo, luzes penduradas nas árvores, e a fogueira pronta para ser acesa ao final do dia, quando o céu se pintar de laranja e as estrelas começarem a aparecer.Os convidados começam a chegar, um atrás do outro, com abraços, gargalhadas e mais comida. Amigos de
SAVANNAH O caminho até ao rancho faz-se mais rápido do que esperava. No carro, o ambiente é surpreendentemente leve. A música animada do rádio serve de pano de fundo para as histórias que Ryder me conta sobre os dias em que estive ausente. Rio-me das peripécias dos irmãos Sawyer, das tentativas falhadas de Hunter de cozinhar, das discussões entre Landon e Isaiah sobre quem trabalha mais. Sinto o peito a aliviar-se, como se cada gargalhada me devolvesse um bocadinho daquilo que deixei para trás.Quando dou por mim, já estamos a entrar na estrada de terra batida que leva à casa principal. O tempo passou a voar aqui dentro do carro, mas agora que vejo o rancho à minha frente, um nervoso miudinho instala-se na minha barriga. Aperto a caixa da torta de cereja com mais força do que devia. Sei que tenho de falar com Rose e, apesar de saber que é o certo, o medo de não ser perdoada pesa-me.Ryder estaciona o carro mesmo em frente à varanda. Fico sentada, a olhar para a casa, a tentar ganhar