Eles se conheceram por acaso, se detestaram à primeira vista, mas vão se unir para conseguirem o que querem. Mas será que duas pessoas que se detestam vão conseguir sustentar um casamento de fachada por um ano? Martim Monterrey é um empresário bem sucedido prestes a se casar com o amor da sua vida, mas no dia do casamento é abandonado no altar e se transforma em um homem amargo e rude e que só pensa em vingança. Por sua vez, Abigail Zapata é uma rica herdeira que precisa se casar para receber a herança do pai, mas o problema é que ela sempre foi apaixonada pelo seu melhor amigo, Emiliano Quintana, que sempre a viu como uma irmã. Numa última tentativa de conquistar o seu amor, Abigail vai morar na mesma cidade que ele e aceita trabalhar em sua empresa. Ela conhece Martim, sócio de Emiliano, e os dois se detestam à primeira vista. Mas Abigail precisa se casar para receber sua herança e Martim se torna a sua única opção. Martim não quer pensar em casamento nunca mais, mas se casar com Abigail pode levá-lo a conseguir sua vingança. No entanto, para conseguirem o que querem eles precisaram ficar casados por um ano, sem que ninguém desconfie que esse casamento não passa de um contrato de conveniência. É a receita para o caos, mas dizem por aí que o ódio e o amor andam de braços dados.
Leer más“Martim Monterrey”
Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.
- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.
- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.
- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhum deles. Mas vamos manter a calma, hoje é um dia de festa, ninguém dá atenção ao celular quando está se preparando para um casamento. – Emiliano era sempre calmo e comedido, um otimista, um bom amigo que eu conhecia desde a infância.
O celular do Emiliano tocou e eu sabia que só poderia ser o meu irmão Ignácio, com certeza com notícias da minha noiva.
- É o Ignácio? – Perguntei assim que o Emiliano tirou o aparelho do bolso do paletó.
- Sim, é ele... – Nem esperei, estava quase desesperado, peguei o celular das mãos do meu amigo e atendi.
- Ignácio, o que houve? A Alice está bem? – Perguntei logo que atendi, eu estava nervoso e preocupado. Ouvi o meu irmão respirar fundo do outro lado da linha.
- Martim, me escuta com calma, a Alice está ótima, mas ela não vai se casar com você. – Meu irmão falava devagar, pronunciando cada palavra com calma e cuidado.
- Que absurdo, Ignácio! Claro que ela vai se casar comigo. Ignácio, me fala, o que aconteceu com a minha noiva. – Exigi num tom firme. Os convidados do casamento estavam todos por ali ao redor e ouviram o que eu disse, todos os olhos se voltaram para mim, mas eu não estava nem aí, era mais importante saber como a Alice estava. Mas o Ignácio fez uma pausa que pareceu longa demais, como se estivesse pensando no que dizer. – Ignácio!
- Olha, não tem um jeito fácil de dizer isso. A Alice não vai se casar com você. Ela fugiu com o Estevão. A essa hora eles devem estar embarcando para o México e nem adianta ir ao aeroporto atrás deles. – As palavras do Ignácio foram como um soco no meu estômago. Isso não estava acontecendo, isso não poderia estar acontecendo.
- Estevão? – Fiquei confuso com o nome por um momento.
- Sim, um dos engenheiros da sua empresa. – Meu irmão confirmou a pessoa a que eu tinha associado o nome.
- Isso não pode... Você está brincando comigo, Ignácio? – Eu queria que tudo fosse uma piada de mau gosto.
- Jamais, Martim. Infelizmente é verdade. Olha, eu nem sei o que te dizer. – Meu irmão parecia mesmo constrangido e sem palavras.
A realidade me atingiu como se fosse um piano caindo sobre a minha cabeça. Meus olhos arderam, meu coração bateu furiosamente no peito, eu senti falta de ar e fiquei meio tonto. Estava prestes a ter um ataque de pânico e foi a pior coisa que eu já senti na vida.
- A Mônica está aí? – Perguntei pela melhor amiga da Alice, se alguém sabia o que estava acontecendo, esse alguém era a Mônica, que para o meu desgosto também era minha funcionária.
- Não. Estão os pais da Alice apenas e eles parecem tão surpresos quanto nós. – Meu irmão estava sendo cuidadoso com o que dizia.
- Deixa eu falar com o pai dela. – Fiz o maior esforço do mundo para me manter firme e manter a minha voz sem nenhum traço de emoção.
- Martim, eu... – A voz do pai da Alice soou ao telefone.
- Escuta bem, o que a sua filha fez, eu vou cobrar com juros! – Eu o estava ameaçando e ele sabia bem o que isso iria lhe custar.
A família da Alice tinha uma pequena empresa de locação de materiais e equipamentos de construção e a minha empresa de engenharia se tornou o seu maior cliente desde que eu conheci a Alice através da Mônica, a minha chefe do departamento de arquitetura. E a minha empresa era grande, muito grande, eu poderia acabar com ele num estalar de dedos e faria.
- Martim, por favor, seja um homem racional, não misture os negócios com o pessoal. – O Jorge, pai da Alice, tentou soar como um grande homem de negócios.
- Racional, Jorge? – Gritei ao telefone. – Você quer dizer pra eu ser um idiota! Mas você está avisado, eu vou acabar com vocês!
Desliguei o celular e o entreguei ao Emiliano. Eu só não joguei o celular na parede porque não era meu. Eu estava em choque, sentindo toda a dor circular em meu corpo como se estivesse me corroendo.
- Martim... Martim! – O Emiliano chamou
De repente, me dei conta de todos ao meu redor me olhando e eu não sabia o que fazer ou o que dizer. Minha mãe se aproximou cautelosa.
- Emiliano, tira o Martim daqui, eu resolvo o resto. – Minha mãe pediu delicadamente ao meu amigo. Eu apenas a olhei e não questionei, não disse absolutamente nada. Com certeza o meu irmão já a tinha avisado.
- Deixa comigo, Dona Yolanda! – O Emiliano me encarou e colocou a mão em meu ombro. – Vem, meu amigo, vamos para a minha casa.
Eu saí caminhando ao lado do Emiliano, quase cambaleando, parecia que o oxigênio não chegava ao meu cérebro. Entrei no carro do meu amigo e só depois que o veículo entrou em movimento eu comecei a sair daquele torpor. Arranquei o alfinete com o jasmim da minha lapela e tirei a gravata, os atirando pela janela do carro.
- Emiliano, me leva para a casa da Mônica. – Falei com o meu amigo, eu precisava tirar essa história a limpo.
- Meu amigo, não, vamos para a minha casa, esfriar a cabeça, depois você conversa com a Mônica. – O Emiliano até podia ter razão, mas eu não deixaria para depois, eu precisava saber, eu precisava de resposta para a pergunta que rodava na minha cabeça. O que tinha acontecido? Por que a Alice me abandonou?
“Alice Borges”Eu já estava cansada de ficar trancada. Ontem eu aproveitei que a minha mãe saiu com o capanga e escapuli, eu fui atrás do Martim, mas fiquei surpresa quando cheguei ao prédio e descobri que a cobertura não era mais dele. Ele era mesmo um idiota, vender uma cobertura maravilhosa como aquela, onde já se viu?Mas eu queria muito encontrá-lo e sendo domingo eu sabia bem onde seria, na casa da mamãe, aquela chata intrometida da Yolanda! Então eu fui para lá, toquei a campainha várias vezes, mas ninguém atendeu. Onde aquela família idiota tinha se metido? Eles sempre almoçavam juntos, todos os domingos reunidos ali. Era tão chato! Eu odiava!Então inventei para o Martim que eu almoçava com os meus pais todos os domingos e o convenci de que ele deveria passar os domingos comigo e a minha família, já que a mãe dele tinha um monte de filhos. Minha família nunca almoçava junta e meus pais nunca estavam em casa aos domingos, mas pelo bem da família, afinal aquele casamento intere
“Magda Zapata”Eu ouvi aquele som desagradável de um despertador tocando e eu ainda estava muito confusa para me lembrar quando eu ativei o despertador do celular. Eu ainda estava de olhos fechados, mas senti um peso sobre as minhas pernas e um calor sobre mim que parecia até que eu estava na frente de um aquecedor. Senti o mesmo calor sob as palmas da minha mão, que parecia tocar algo rígido, mas tão agradável ao toque, era quase como se eu abraçasse alguém.Então eu abri os olhos, alarmada, e dei de cara com aqueles olhos verdes me olhando. Numa fração de segundo eu registrei que o corpo dele estava encostado ao meu, meus braços estavam em volta dele, ele tinha um braço sob o meu pescoço e o outro em minha cintura e sua perna estava jogada sobre as minhas.- Ai, meu deus! – Eu levei um susto tão grande que se ele não me segurasse eu teria caído da cama. – Tomás! O que você está fazendo aqui?- Bom dia, Mag! – Ele falou com a voz preguiçosa e me deu um beijo no canto da boca.- Bom d
“Natália Monterrey”Eu estava olhando para o Mário pensando que talvez eu tivesse ouvido errado ou que ele estivesse brincando comigo. Só podia ser uma dessas duas opções, afinal, quem, em sã consciência, se oferece para esse tipo de coisa? Se oferece, como se estivesse se oferecendo para o sacrifício... o sacrifício da quase virgem... e a idéia me pareceu tão estapafúrdia que era cômica. Então eu comecei a rir, uma gargalhada descontrolada. E eu não conseguia parar.Ele me olhava atordoado e eu continuava rindo e ri até perder o fôlego e começar a chorar. E o meu choro foi igualmente descontrolado, alto, cheio de soluços, cheio de algo que eu nem sabia que ainda tinha em mim, vergonha e arrependimento por ter me colocado naquela situação na época da faculdade e vergonha e arrependimento por ter aberto a minha boca agora e me colocado nesta situação, novamente constrangedora e acachapante.Ele me abraçou, me puxou para si e me abraçou tão forte que eu fui parar no chão com ele e no se
“Natália Monterrey”Já fazia tanto tempo que eu não me interessava por ninguém, mais do que eu poderia imaginar que fosse acontecer. Mas eu estava ali, sentada diante daquele homem bonito, ouvindo música boa, como diria o meu irmão Tomás, e ouvindo a voz do Mário acariciar os meus ouvidos com aquelas histórias de viagens que ele já havia feito pelo mundo.Ele não era só um homem bonito, ele era culto, inteligente, divertido. E ele era exatamente o tipo de homem do qual eu deveria fugir, lindo e mulherengo. Ele era o tipo irresistível, aquele que te faz sentir a mulher mais especial do mundo, mas o problema é que ele também era o tipo que sumia no dia seguinte e eu já tinha experimentado isso e não tinha gostado.- Mais vinho, linda? – Ele perguntou, me tirando dos meus pensamentos.- Ah, não, já bebi muito. – Eu sorri ao recusar a bebida.- Bebeu o suficiente para não responder pelos seus atos? – Ele estreitou os olhos para mim.- Não, eu ainda estou bem lúcida. – Eu ri.- Então você
“Tomás Monterrey”Era sempre um deleite ir ao clube de jazz com a Magda. Ela curtia as músicas e o lugar tanto quanto eu, mas a melhor parte é que ela ainda não tinha se dado conta de que o copo dela era substituído por outro cheio antes que a bebida tivesse realmente acabado, isso porque a moça do bar era uma amiga minha. O resultado é que a Magda sempre saía de lá alegrinha e a Magda bêbada era tão engraçada que dava vontade de gravar um vídeo só para assistir depois.Mas essa noite, parecia que a minha amiga do bar tinha realmente exagerado. A Magda não estava só alegrinha, ela estava muito de “borre”, como ela dizia. Eu me preocupei, porque nós estávamos de moto e ela precisava ter o mínimo de equilíbrio, mas quando se levantou eu precisei pegá-la pela cintura, pois felizmente eu percebi a sua instabilidade.- Ah, querido, obrigada. – Ela falou com a voz pastosa e eu ri.Nós saímos do bar e eu não a soltei para subir na moto, pois ela parecia instável. Segurando a mão dela eu a in
“Martim Monterrey”Eu passei o dia observando a Abigail e a Magda, as duas pareciam em um tipo de trégua, mas eu sabia que a Abigail estava atenta a qualquer mínimo movimento da Magda, mas foi interessante ver como a Magda se comportou bem, mais interessante ainda foi ver como meus irmãos se afeiçoaram a ela.E depois que quase todos foram embora, eu pude ouvir a versão do Mário sobre a Magda e era a primeira vez que alguém a elogiava, o que me surpreendeu. De acordo com o Mário, o que sempre houve entre as duas foi antipatia causada pela disputa pelo afeto do Zapata.- Me explica, coelhinha, por que o Emiliano está levando a Pipa e o Mário está levando a Nat? – Eu pedi ao ver as minhas irmãs saindo da nossa casa com aqueles dois.- Porque o Emiliano namora a Pipa e o Mário convidou a Nat para ir até a casa dele ouvir uns discos que ele coleciona, resumindo, ursinho, as duas são maiores de idade e sabem o que fazem. – A Abigail explicou.- Não sei se eu estou muito convencido. – Eu re
Último capítulo