O sol nascia devagar sobre Montevino, derramando um ouro suave sobre as colinas — como se a própria Toscana quisesse sussurrar um último adeus. A neblina fina se desfazia aos poucos, revelando fileiras intermináveis de videiras que pareciam despertar junto com a terra.
A vinícola estava silenciosa naquela manhã. Silenciosa… mas viva.
Como sempre esteve.
Como sempre estaria.
No coração do jardim, onde Isabella plantara suas primeiras flores e onde Chiara encontrara força para recomeçar tantas vezes, uma única folha caída repousava sobre o banco de madeira. Uma folha pequena, mas intensa, como se carregasse memórias por dentro.
E carregava.
Todas carregavam.
Victor e Isabella.
Rodrigo e Sofia.
Chiara.
As gerações que vieram.
As que ainda viriam.
Tudo estava ali.
A brisa leve passou entre as videiras e fez o jardim estremecer com delicadeza, como se as próprias raízes suspirassem. As pétalas recém-abertas das flores de Isabella balançaram, salpicadas de luz. Um perfume doce, entre jasmim