Mundo de ficçãoIniciar sessãoEm meio à ostentação de uma das famílias mais poderosas do país, um segredo enterrado ameaça destruir tudo. O primogênito, herdeiro legítimo de uma fortuna bilionária, está em coma após um trágico acidente. A mãe, desesperada para manter a riqueza sob controle, obriga uma jovem de origem humilde a casar-se com ele — sem que a moça saiba da verdadeira razão. Mas o destino tem outros planos. Apenas alguns dias após o casamento forçado, o homem desperta. Frio, cruel e traumatizado por uma perda irreparável, ele descobre a armadilha e jura vingança. Meses depois... O pior acontece... Ela está grávida. Dele. De quadrigêmeos. Para proteger os filhos da promessa mortal do pai, a jovem foge, decidida a desaparecer. Mas os anos passam, e os quatro irmãos — inteligentes, curiosos e corajosos — crescem ouvindo a história de um homem que os odeia sem nunca tê-los visto. Agora, eles querem confrontá-lo. Saber quem ele realmente é. Mesmo que isso custe suas vidas.
Ler maisA porta da mansão se abriu como se movida por força própria.Helena Montenegro surgiu sob o portal emoldurado por luz amarela — mas nada no rosto dela era acolhedor.O salto firme, o perfume caro, os brincos reluzentes.Ela olhava para Caio com uma mistura de surpresa e desagrado… até que sua visão captou os quatro pequenos atrás dele.Foi como assistir uma fortaleza inteira perder um tijolo.O olhar dela fraquejou, quase imperceptível, mas fraquejou.— O que significa isso, Caio? — disse ela, em um tom simples demais para esconder o incômodo.Caio limpou a garganta. Tentou sorrir. Falhou.— Mãe… eles queriam te ver. Achei que… seria bom.Helena franziu o cenho. Lentamente.O silêncio entre eles tinha forma, peso e cheiro.Os quadrigêmeos, alinhados, não desviavam o olhar.Nem se mexiam.Pareciam esculpidos ali — quatro estátuas vivas carregando julgamentos antigos demais para suas idades.— Entra — ela disse, finalmente, abrindo espaço.A sala principal era ampla, elegante, cheia de
O dia correu lento para Isabela. Mas, para os quadrigêmeos, o tempo foi outro — afiado, atento, estratégico.Na escola, fingiram normalidade. Responderam chamada. Fizeram provas. Luan até levantou a mão para pedir um lápis emprestado, algo que nunca fazia.Eles esperaram. A parte difícil da vingança não era o ato — era a paciência.Quando o sinal do fim das aulas tocou, foram os primeiros a sair pelo portão, alinhados como quatro peças de um mesmo tabuleiro.E lá estava ele, encostado no carro azul, sorriso largo, braços abertos:Caio.Terno sem gravata, mangas dobradas, expressão calorosa de um homem que, apesar do sangue que dividia com o irmão, havia escolhido outra vida.— Meus bichinhos selvagens! — ele brincou, abrindo os braços.Eles correram até ele, e por um breve instante, foram apenas crianças.Levi pulou em seu pescoço, Gabriela segurou sua mão, Lucas e Luan o abraçaram pela cintura.Mas quando Caio abriu a porta traseira do carro, e todos entraram, a transformação começou
Mas havia algo que Isabela, em sua exaustão e angústia de mãe, não fazia ideia.Enquanto ela caminhava pela casa naquela noite, tentando organizar pensamentos que escapavam como água entre os dedos, quatro pequenas mentes já estavam três passos à frente.Não era apenas sobre o pai. Não era apenas sobre Leonardo.Os quadrigêmeos tinham outro nome gravado no silêncio, um nome que repetiam entre si quando acreditavam que ninguém escutava.Helena.A primeira sombra em suas vidas. A mulher que comprara sua mãe como se compra um objeto. A mulher que abrira a porta da casa… mas também a porta do horror.E, para eles, havia uma estranha matemática infantil — se o mal começou por ela, então ela também devia responder.Eles não queriam machucá-la. Mas queriam que ela sentisse algo. Que entendesse. Que pagasse — não com dor, mas com consciência.Eles eram crianças, mas crianças que tinham aprendido cedo demais o que era justiça… e o que era vingança.Na Manhã SeguinteO sol ainda nem tinha subid
A casa estava silenciosa demais para uma terça-feira. Um silêncio espesso, quase vivo, que parecia observar Isabela enquanto ela caminhava pela cozinha com passos lentos, como se cada movimento pudesse acordar algo que deveria permanecer adormecido.Os quadrigêmeos — Levi, Lucas, Luan e Gabriela — tinham apenas dez anos, mas já carregavam no olhar uma sombra antiga. Um pacto silencioso que só irmãos iguais, nascidos da mesma dor e marcados pelo mesmo medo, poderiam compreender.Naquela noite, porém, Isabela não sabia se eles dormiam… ou se apenas fingiam.Sentada à mesa, com uma xícara de chá entre as mãos trêmulas, ela encarava o vapor subir como se ali estivesse uma resposta que não vinha. O relógio marcava quase meia-noite. O vento batia nas janelas. A luz da cozinha piscou duas vezes antes de estabilizar.Foi então que o telefone tocou.O som cortou o silêncio como uma lâmina.Isabela sentiu o estômago se contrair. Respirou fundo. Atendeu.— Isabela!? — a voz veio urgente, quase t
A chuva engrossava, caindo como agulhas finas sobre o asfalto quando os quadrigêmeos se afastaram da mansão. Eles não falavam, mas a respiração pesada de cada um denunciava o que sentiam: não era alívio, nem felicidade. Era um peso. Um peso antigo. Um peso que agora dividiam em quatro.Henrique olhou para trás uma última vez.A janela do quarto de Leonardo estava acesa — e a silhueta dele parecia curvada, quase irreconhecível.— E se ele nos procurar — disse Levi, num tom que não expressava medo, mas certeza.— Deixe procurar — respondeu Gabriela. — Agora somos nós que vamos ditar o jogo.E seguiram pela rua, invisíveis no meio da tempestade.Enquanto isso, dentro da mansão…Leonardo cambaleava pelo corredor como um homem bêbado, embora não tivesse ingerido uma gota de álcool. Era outro tipo de intoxicação — uma que vinha do passado, dos erros, da culpa.O perfume dela impregnava tudo.Na escada, ele pisou nas pétalas de jasmim e sentiu o coração apertar, como se alguém o segurasse co
Em vez de entrar pelos portões azuis da escola, seguiram para o muro lateral, esgueirando-se para a rua atrás. Ali, uma bicicleta velha que encontraram dias antes aguardava — com o banco desmontado e o guidão torto, mas ainda funcional.Gabriela subiu primeiro.— Vamos. Antes que alguém veja.E foram.Quatro crianças de nove anos pedalando como sombras fugitivas, com o vento frio cortando o rosto e os corações batendo num mesmo ritmo.Eles tinham um destino.Um objetivo.Um nome gravado no peito: Leonardo.O dia já se estendia quando chegaram perto da antiga mansão — a casa onde o pai vivia cercado de luxo, poder e mentiras. O portão preto continuava o mesmo, imenso, frio… ameaçador.Aquele homem não merecia ser pai.Não merecia ter paz.Não merecia esquecimento.— A gente faz isso juntos — disse Gabriela, segurando a mão dos irmãos.E eles fizeram.O plano era simples. Cruel. E, na visão de quatro crianças feridas, justo.Eles entraram sorrateiramente pelos fundos — por uma abertura










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