Em meio à ostentação de uma das famílias mais poderosas do país, um segredo enterrado ameaça destruir tudo. O primogênito, herdeiro legítimo de uma fortuna bilionária, está em coma após um trágico acidente. A mãe, desesperada para manter a riqueza sob controle, obriga uma jovem de origem humilde a casar-se com ele — sem que a moça saiba da verdadeira razão. Mas o destino tem outros planos. Apenas alguns dias após o casamento forçado, o homem desperta. Frio, cruel e traumatizado por uma perda irreparável, ele descobre a armadilha e jura vingança. Meses depois... O pior acontece... Ela está grávida. Dele. De quadrigêmeos. Para proteger os filhos da promessa mortal do pai, a jovem foge, decidida a desaparecer. Mas os anos passam, e os quatro irmãos — inteligentes, curiosos e corajosos — crescem ouvindo a história de um homem que os odeia sem nunca tê-los visto. Agora, eles querem confrontá-lo. Saber quem ele realmente é. Mesmo que isso custe suas vidas.
Leer másNa manhã seguinte, a rotina parecia a mesma: o cheiro de pão fresco tomava conta da cozinha, e Isabela já estava de avental, preparando o café da manhã. Mas havia uma tensão invisível pairando no ar. As crianças entraram, uma a uma, e se sentaram à mesa. Nenhum deles puxou conversa de imediato. O silêncio era incomum — normalmente, Lucas era o primeiro a falar sobre alguma travessura da escola ou Gabriela fazia perguntas sem fim.Isabela fingia não perceber, mas por dentro sabia: o que havia dito na noite anterior ainda ecoava forte no coração dos filhos.Foi Levi quem quebrou o silêncio, mordendo o pão devagar:— Mamãe… você sempre disse que devemos ser fortes e nunca ter medo. Mas ontem você parecia com medo dele. Se ele é tão perigoso, por que simplesmente não fugimos para bem longe?Isabela travou o gesto de servir o suco. Olhou para o filho mais velho, sentindo o coração apertar.— Fugir não resolve tudo, Levi. Ele é poderoso… tem olhos e ouvidos em muitos lugares. O mais importa
Os anos escorriam como areia por entre os dedos, e a vida de Isabela parecia ter se transformado numa rotina que mesclava doçura e exaustão. Os quadrigêmeos, agora já crescidos o suficiente para frequentar a escola, mostravam-se crianças muito acima da média. Desde cedo, Isabela percebia em cada um deles características únicas, quase assustadoras.Levi, o mais velho, tinha uma liderança natural. Bastava um olhar firme e os irmãos o seguiam sem questionar. Havia nele um ar sério demais para sua idade, como se carregasse responsabilidades invisíveis.Lucas, o segundo, era o mais calculista, sagaz, sempre encontrando soluções lógicas para problemas que Isabela nem imaginava que crianças pudessem resolver.Luan, o terceiro, era mais emocional, mas essa sensibilidade não o tornava frágil — pelo contrário, ele sabia manipular sentimentos alheios com um jeito doce, que deixava qualquer adulto encantado.E, por fim, a pequena Gabriela, a única menina, tinha um brilho nos olhos que misturava d
Leonardo Villar transformara a dor em estratégia. Onde antes havia um homem consumido pelo luto, agora habitava um executivo afiado, disciplinado e implacável. Seu reino não era mais apenas a mansão da família: era o império que administrava com punho de ferro — conselhos, fusões, contratos assinados em jantares com luz baixa. O luto havia lhe dado um foco frio; cada decisão tomada na sala de reuniões vinha acompanhada de um cálculo preciso, uma intenção de impor ordem e assegurar legado.Nas semanas que se seguiram aos eventos que dilaceraram sua família, Leonardo passou a morar entre aeroportos, salas de conselho e o escritório envidraçado da empresa. O dia começava cedo, quase sempre com uma maldita reunião às sete, e acabava tarde, com relatórios e acordos revisados sob a luz mortiça de sua mesa. Ele fazia discursos em eventos de negócios, aceitava prêmios por liderança visionária e aparecia em capas de revistas: a mídia o tratava como o herdeiro que havia restaurado a estabilidad
O tempo, de maneira quase traiçoeira, fora arranjando sua cadência ao redor da vida de Isabela. O que antes fora um turbilhão transformou-se numa rotina mais compassada: os bebês — agora crianças que já davam passos vacilantes e soltos — preenchiam cada canto da casa com pés, vozes e risos. O tilintar das mamadeiras, os pequenos sapatos alinhados perto da porta e as pilhas de livros de história infantil sobre a mesa da sala tornaram-se a trilha sonora de seus dias. Para Isabela, aquela rotina era um porto seguro: um espaço mínimo de normalidade em que ela podia respirar, planejar e, por alguns instantes diários, esquecer o passado que a perseguira.Mesmo assim, a paz que agora desfrutava tinha a fragilidade de um copo fino sobre a borda de uma mesa. Havia momentos em que o corpo reagia antes da razão — um arrepio que subia pela nuca enquanto empurrava o carrinho no jardim; a sensação de que um olhar invisível percorria as pessoas no mercado; a intuição de que passos ecoavam com mais a
Criar quatro bebês sozinha não era nada fácil. Às vezes, Isabela sentia como se não tivesse forças. Havia noites em que mal dormia duas horas seguidas. A casa, por mais que se esforçasse, estava sempre em desordem: brinquedos espalhados, roupas acumuladas para lavar, mamadeiras esperando no balcão.— Eu não vou dar conta... — sussurrava para si mesma em alguns dias mais difíceis, sentando-se no chão com os olhos marejados.Mas então vinha um sorriso, um balbucio, um abraço inesperado, e ela se lembrava: estava lutando não por ela, mas por eles.Caroline continuava presente, sempre que podia aparecia para ajudar. Caio ajudava de longe mandando dinheiro para manter Isabela e os bebês bem. Certo dia, Caroline chegou e encontrou Isabela tentando cozinhar enquanto segurava Sofia no colo e afastava Lucas do fogão.— Meu Deus, Isa! Você precisa de três pares de braços! — exclamou, rindo, enquanto pegava Sofia no colo para aliviar a amiga.Isabela riu também, apesar do cansaço estampado no r
O quarto do hospital estava silencioso, iluminado apenas pela luz suave vinda do corredor. Isabela repousava na cama, exausta, o corpo ainda dolorido do parto, mas o olhar não se desprendia das quatro incubadoras ao lado. Cada uma guardava um pedacinho dela, respirando, sonhando, vivendo.Seu peito subia e descia rapidamente, não apenas pelo esforço do parto, mas pela avalanche de emoções que a dominava. O cansaço pesava, mas o medo não permitia que ela se entregasse ao sono.A enfermeira entrou discretamente, conferiu os bebês e sorriu ao notar que todos estavam tranquilos.— Eles estão bem, dormindo como anjinhos — disse em voz baixa, aproximando-se da cama de Isabela. — Você também precisa descansar, mamãe.Isabela tentou sorrir, mas os lábios tremeram.— Eu... eu não consigo dormir. Tenho medo de fechar os olhos... e... quando abrir, eles não estarem mais aqui.A enfermeira segurou sua mão com delicadeza.— Eu entendo, querida. Mas você está em um hospital seguro. Ninguém vai tira
Último capítulo