Mundo ficciónIniciar sesiónEm meio à ostentação de uma das famílias mais poderosas do país, um segredo enterrado ameaça destruir tudo. O primogênito, herdeiro legítimo de uma fortuna bilionária, está em coma após um trágico acidente. A mãe, desesperada para manter a riqueza sob controle, obriga uma jovem de origem humilde a casar-se com ele — sem que a moça saiba da verdadeira razão. Mas o destino tem outros planos. Apenas alguns dias após o casamento forçado, o homem desperta. Frio, cruel e traumatizado por uma perda irreparável, ele descobre a armadilha e jura vingança. Meses depois... O pior acontece... Ela está grávida. Dele. De quadrigêmeos. Para proteger os filhos da promessa mortal do pai, a jovem foge, decidida a desaparecer. Mas os anos passam, e os quatro irmãos — inteligentes, curiosos e corajosos — crescem ouvindo a história de um homem que os odeia sem nunca tê-los visto. Agora, eles querem confrontá-lo. Saber quem ele realmente é. Mesmo que isso custe suas vidas.
Leer másO som grave do avião cortava o céu como uma lâmina atravessando a escuridão. Não havia estrelas — apenas o breu absoluto e o ronco constante dos motores. Lá embaixo, as luzes da cidade se tornavam pequenas, distantes, irreais. Eram fragmentos de um passado que Isabela e Henrique deixavam para trás, junto com tudo o que lhes havia ferido.Dentro da aeronave, o ar parecia denso, carregado de emoções contidas.Isabela segurava com força as mãos das crianças, o coração acelerado, tentando esconder o tremor que insistia em denunciar o medo que ainda vivia nela.Henrique, ao seu lado, observava o horizonte com o olhar firme, decidido — mas em seus olhos também havia um brilho silencioso de preocupação.— Agora acabou, meu amor — murmurou ele, com voz calma e grave, entrelaçando os dedos aos dela. — Ninguém mais vai te machucar. Eu prometo.Isabela respirou fundo.Por um instante, acreditou. Acreditou que o passado havia sido deixado para trás, que as dores e os fantasmas ficariam presos nas
O destino ainda os via como crianças — almas jovens demais para compreenderem o peso do sangue que corriam em suas veias, os segredos que os cercavam, e as sombras que se moviam silenciosas ao redor de seus nomes.Mas havia algo diferente em seus olhos naquela manhã.Um brilho intenso, quase selvagem, misto de inocência e fúria contida — herança direta da coragem inquebrantável da mãe, Isabela, e da força silenciosa que sempre a sustentou mesmo nas noites mais sombrias. E por trás daquela pureza infantil, havia também o eco do pai: Leonardo Villar — frio, calculista, impiedoso.— A gente não pode contar para mamãe — disse Gabriela, com o olhar firme, mesmo que o medo tremesse em sua voz.— Eu sei — respondeu Luan, cerrando os punhos. — Mas se aquele homem está mesmo vindo… a gente precisa estar pronto.— Pronto para quê? — perguntou Lucas, o mais impulsivo, franzindo o cenho. — Somos só crianças.— Crianças que ele jurou matar — completou Levi, a voz baixa, como um sussurro que fazia
A manhã nasceu luminosa, com o sol derramando-se generoso sobre os jardins da empresa Monteiro & Filhos, o orgulho de Henrique — um império construído com visão, ética e trabalho árduo.Isabela olhava para tudo aquilo com olhos cheios de espanto e admiração. O prédio imponente de vidro refletia o céu azul, e as crianças corriam empolgadas pelos corredores, maravilhadas com o tamanho do saguão e o som dos elevadores.— Papai Henrique, aqui é o seu castelo? — perguntou Luan, abrindo os braços como quem tentava abraçar o espaço.Henrique riu, agachando-se diante dele.— Mais ou menos, campeão. Mas aqui ninguém manda sozinho. É o esforço de muita gente que faz tudo funcionar.Isabela, um pouco envergonhada, ajeitou o cabelo atrás da orelha.— Eu ainda não acredito que você seja dono de tudo isso...Henrique a olhou com ternura.— Eu te disse, lembra? Eu nunca fiz questão de mostrar riqueza, Isa. Dinheiro é só um meio, nunca um fim. Mas agora... quero dividir tudo isso com vocês.As palavr
A manhã amanheceu dourada, com o sol filtrando-se pelas copas das árvores e tocando suavemente os jardins da mansão dos Monteiro, agora lar de Isabela e seus filhos. O ar tinha o perfume fresco das flores que rodeavam a entrada, e o riso das crianças ecoava como música entre as paredes brancas e os portões de ferro forjado.Henrique descia as escadas com as chaves do carro na mão, vestindo uma camisa clara e o sorriso sereno de quem havia finalmente encontrado paz. Isabela o acompanhava, linda em sua simplicidade, de vestido leve e cabelos soltos, ajeitando o casaco de Luan e amarrando o laço do sapato de Gabriela.— Vamos, meus amores! — ela chamou, rindo quando Levi correu na frente para segurar a mão de Henrique.Henrique, sempre bem humorado, pegou o menino no colo girando-o no ar, provocando gargalhadas. — Atenção, passageiros! Próxima parada: Shopping.As crianças vibraram. Isabela balançou a cabeça, sorrindo — havia algo de mágico naquele cotidiano, um tipo de felicidade que el
sol já estava alto quando Marcelo Diniz estacionou o carro em uma rua tranquila, ladeada por árvores e casas modestas, onde o tempo parecia correr mais devagar.Era ali, segundo as informações que reunira, que Isabela havia vivido com as crianças nos últimos anos — um lar simples, mas repleto de vida.O detetive observou a fachada da antiga casa: portão azul, janelas brancas e um pequeno jardim que, mesmo agora um pouco descuidado, ainda exalava o perfume das flores que um dia Isabela certamente cultivara.Ele respirou fundo e caminhou até o portão. Uma senhora de cabelos grisalhos varria a calçada do outro lado da rua. Marcelo se aproximou com o mesmo tom sereno e educado que costumava usar quando queria extrair informações sem levantar suspeitas.— Com licença, dona... posso tomar um minuto do seu tempo? — perguntou ele, ajeitando o crachá falso de "técnico da companhia de água" preso ao bolso da camisa.A mulher, curiosa, parou de varrer e o observou por cima dos óculos.— Pode fa
No dia seguinte, o sol se infiltrava timidamente pelas cortinas da casa de Dona Lena, tingindo a manhã de tons dourados. O café recém-passado perfumava o ar, e as crianças corriam pela varanda, rindo alto, enquanto Isabela colocava as xícaras na mesa.Henrique a observava, encostado no batente da porta, com um sorriso sereno — aquele tipo de sorriso que nascia da admiração simples e silenciosa.— Você parece cada vez mais em casa aqui — comentou ele, cruzando os braços, ainda com o paletó pendendo de um ombro.Isabela olhou por sobre o ombro, sorrindo de leve.— Acho que sim. Dona Lena me trata como uma filha... e as crianças amam esse lugar. — Ela ajeitou uma mecha do cabelo atrás da orelha, gesto que Henrique já havia decorado. — Acho que eles nunca foram tão felizes.Henrique se aproximou e pegou uma das xícaras.— E você? — perguntou, com a voz baixa, estudando seu rosto. — Está feliz, Isa?Ela hesitou.— Acho que sim... — respondeu, sincera, mas cautelosa. — Só me sinto assustada
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