10. ATITUDE INESPERADA
A notícia da possível reação de Leonardo atravessou a mansão como um raio silencioso — e devastador. Não demorou mais que vinte minutos para que os passos ritmados e firmes de Helena Villar ecoassem pelo corredor de madeira nobre até o quarto onde Isabela permanecia, inquieta. A porta se abriu devagar, sem estardalhaço, como se a própria casa soubesse que aquela mulher não precisava de barulho para dominar qualquer ambiente.
Helena entrou com a graça ensaiada de quem nasceu sob os holofotes da alta sociedade. Cada gesto, cada olhar, era carregado de intenções cuidadosamente veladas. O perfume floral e discreto que usava preencheu o ar, antecedendo sua presença. Ela não disse uma palavra. Apenas caminhou até a cama onde Leonardo dormia — ou fingia dormir, talvez — e permaneceu ali por um tempo que pareceu uma eternidade.
Seus olhos correram sobre o rosto do filho com uma mistura de ternura e cálculo. Depois, finalmente, ela se virou.
— Então, meu Leo abriu os olhos... e tocou você? — S