Mundo de ficçãoIniciar sessãoLua só queria fugir do convento… mas acabou despertando Wei com um beijo acidental. Agora ligados por um elo mágico, os dois embarcam em uma aventura cheia de confusões, risadas e perigos e descobrem que se livrar um do outro pode ser impossível.
Ler maisLua Narrando. Eu sempre achei que a morte fosse o fim. Hoje eu sei que a morte foi apenas a porta do meu recomeço. Depois que acordei naquele caixão—com Wei respirando contra minha boca, com nossas lembranças queimando dentro de nós como brasas vivas—achei que nada poderia superar aquele choque. Mas a vida, ou o destino, ou talvez os céus arrependidos… ainda tinham mais para nos entregar. Os dias que se seguiram foram estranhamente calmos. Parecia que o universo segurava a respiração, esperando o que faríamos com essa segunda chance. E nós aproveitamos cada momento. Foi Wei quem pediu primeiro. — Lua… vamos reescrever tudo do jeito certo desta vez. Aquele homem que já fora frio como gelo, que já me matara e morrera comigo, agora me olhava como se eu fosse o eixo da nova eternidade dele. Então, simplesmente respondi: — Sim. Nos casamos de forma simples para padrões humanos, mas absurda para padrões celestes. As velas se acenderam sozinhas. As sombras dançaram. Selen
Lua Narrando. O multiverso era silêncio. Não céu. Não inferno. Não tempo. Apenas Wei… e meu corpo, inerte nos braços dele. Eu flutuava ali, como se minha alma estivesse suspensa entre dois mundos. Não conseguia tocar, não conseguia chamar, não conseguia voltar. Era como assistir ao fim de tudo através de um vidro trincado. Wei estava parado no centro do nada — literalmente o nada. Um espaço branco, infinito, sem chão e sem horizonte. Ele já havia destruído tudo: Scarlett virou pó. Os anciãos foram rasgados pela sua fúria. As portas do Submundo não existiam mais. O Céu tinha sido aberto ao meio. E agora… não restava nada além dele. E de mim. Eu via o rosto dele — o velho Wei, o frio, o devastador — mas havia algo novo ali: uma dor que parecia partir o universo com ele. As mãos dele tremiam ao segurar meu corpo. A aura negra que envolvia seu corpo se expandia e retraía como um coração apodrecido pulsando violência. Ele esperou. Esperou segundos.
Continuação. Enquanto lutávamos, senti meus poderes se esgotarem como água escapando por entre meus dedos. Era minha última chance de matá-la ali. Meu corpo tremia, minha magia vacilava, mas quando avancei — certa de que Scarlett estava bem diante de mim — foi Wei quem surgiu. Ele atravessou meu peito com a espada. O ar fugiu dos meus pulmões. Arregalei os olhos quando a lâmina me cortou não apenas a carne, mas algo mais fundo. Algo que ardia, corroía, como se o próprio submundo tivesse cravado as garras dentro de mim. Atrás dele, Scarlett ria — aquela risada cortante, satisfeita — enquanto a aura sombria continuava prendendo Wei como uma marionete. Mas… era minha última chance. A última exatamente como no começo de tudo. Eu precisava trazê-lo de volta. Segurei o rosto dele, mesmo sentindo a espada afundar mais em meu peito, e o beijei. Meu sangue escorria pelo canto da minha boca enquanto lancei meus últimos feitiços. Uma onda gelada se ergueu ao nosso redor, envolvendo
continuação... Eu tentava ao menos mover uma mão, mas era impossível. O feitiço que me prendia me esmagava por dentro, e tudo o que consegui fazer foi observar o brilho de uma flecha vindo direto na minha direção. Nunca imaginei que existisse alguém capaz de me conter assim. Fechei os olhos esperando a morte… mas nada aconteceu. Abri um olho lentamente. Depois o outro. Wei estava ali — segurando a flecha com apenas uma mão. Ela já estava a poucos centímetros do meu peito quando ele simplesmente a jogou para longe. Mas não era só uma. Várias outras flechas vieram em sequência, rápidas, letais. E ele… me segurava com uma mão enquanto a outra desviava, quebrava ou arremessava as flechas para longe. Nós dois parecíamos dançar entre elas. Os outros continuavam congelados no feitiço. Foi então que Wei murmurou algo em uma língua antiga, ergueu a mão e liberou uma onda de energia que estilhaçou o encantamento. Todos voltaram ao normal ao mesmo tempo, respirando como se tivess
Lua narrando Entrei no quarto tomada de raiva. Tirei os arranjos do cabelo, os colares e as pulseiras e joguei tudo no chão. Bastou um estalar de dedos — e as chamas engoliram cada pedaço. — Você viu aquilo? — falei entre os dentes. — Aquela mulher é uma cobra venenosa. Selene veio atrás de mim, cautelosa, como quem pisa em vidro. — Quer que eu dê um jeito nela? — Não. — Cruzei os braços. — Com ela eu me resolvo. Mas tem algo estranho ali. Não estou tendo um bom pressentimento. Selene arqueou uma sobrancelha. — O Wei do passado nunca seria assim por mulher nenhuma. Até mesmo com você foi difícil conquistá-lo, lembra? — provocou, rindo. Revirei os olhos. — Para com isso! Eu era tímida, e ele era um mal-amado. — Respirei fundo. — Mas agora... parece que algo aprisiona o Wei de antes. Ele pode ter renascido, mas com o poder que tem, já era pra ter lembrado de tudo. — Então ele está sendo manipulado desde que renasceu — Selene disse, pensativa. — Exato. E aquela cobra
Scarlett narrandoNão acredito que ele trouxe ela para cá.Ela é só um título, uma farsa, não tem nada de especial.Depois de tudo que fiz por ele... não, Wei não vai me deixar de lado. Ele é meu.— Precisamos conversar, Scarlett. — Wei disse, sentando-se no trono com a voz fria. — Estou sem paciência para esse tipo de coisa.Finjo um sorriso, abaixando a cabeça.— Eu sei... — murmuro. — Deixei o ciúme tomar conta de mim, mas é que... eu não aguentei, meu senhor. Você nunca mais me visitou, me deixou de lado... por causa dela. Da Imaculada.(Meu feitiço está se enfraquecendo.)Por culpa daquela mulher insolente.Se os Anciãos descobrirem que a missão está ruindo, eu estou perdida.Mas se o feitiço se quebrou... então chegou a hora do plano dois.E quando ele for posto em prática, o próprio Wei se livrará dela.(risada baixa) — Hahahaha...— Não interessa! — ele gritou.O som da voz dele ecoou pelas paredes do salão, tão forte que todos ao redor se curvaram, até mesmo eu.Nunca… nunca
Último capítulo