Lua só queria fugir do convento… mas acabou despertando Wei com um beijo acidental. Agora ligados por um elo mágico, os dois embarcam em uma aventura cheia de confusões, risadas e perigos e descobrem que se livrar um do outro pode ser impossível.
Ler maisWei Valentae Há séculos, escolhi dormir. Mas não era um sono comum, daqueles em que se fecha os olhos e desperta no dia seguinte. Era um sono profundo, destinado a curar minhas feridas um repouso que poderia durar mais do que a própria memória dos homens. Naquele tempo, tudo era novidade. Até nós, vampiros, éramos vistos como aberrações recentes, temidos e caçados pelos humanos que se reuniam em assembleias de reis para tentar nos deter. Mas era quase impossível nos vencer. Lembro-me nitidamente da noite em que fui traído. Fui atraído por um sangue doce como o mel, uma armadilha. Quando me aproximei da jovem, ela cravou um punhal em meu peito. Diziam que aquela lâmina poderia me tornar humano novamente. Instintivamente, quebrei a arma em minhas mãos, mas logo percebi: o segredo não estava no punhal… e sim na garota que ousara me ferir. A notícia se espalhou rápido. Todos os inimigos que haviam perdido seus territórios para mim se uniram, buscando minha destruição. Mas fui ma
Continuação. Segurei o livro com as mãos trêmulas, folheando páginas que contavam segredos de sua existência. Cada linha revelava mais sobre seus poderes sobrenaturais, sua força inumana e crueldade, e, por um instante, meu corpo gelou. — Você está lendo tudo isso com tanta naturalidade… — murmurou ele, inclinando-se levemente para frente, os olhos vermelhos fixos em mim. — Impressionante. Eu esperava gritos, desmaios… qualquer coisa. — Não gritei porque estou tentando… — disse, engolindo em seco — manter a calma! — Completei, tentando parecer firme, mas minha voz soou mais nervosa do que pretendia. Ele soltou uma risada rouca, divertida e arrogante ao mesmo tempo. — Hahaha… calma? Você parece mais divertida do que assustada, humana. — Ele piscou, sarcástico. — Então você realmente quer conhecer o Diabo pessoalmente, não é? Virei mais uma página, sentindo meu coração disparar. O livro detalhava fraquezas que, se usadas com astúcia, poderiam me dar alguma vantagem. Mas também mos
Continuação. De repente, com um movimento rápido e quase imperceptível, ele conseguiu afrouxar uma das cordas que prendia os braços. Meu coração disparou, e eu dei um passo para trás, segurando o alho com mais firmeza. — Ei! — gritei, tentando soar firme, mas minha voz tremia um pouco. — Fica aí, não tente nada! Ele soltou um riso baixo, cheio de sarcasmo, e inclinou-se levemente, mantendo os braços ainda parcialmente presos. — Ah, você realmente acha que um pedaço de alho e algumas cordas podem me deter? — disse, a voz divertida. — Que humana engraçada… — Engraçada? — repliquei, cruzando os braços e dando um passo para frente. — Eu diria… esperta! Ele piscou, os olhos vermelhos brilhando, e soltou outro estalar de dedos. Meu corpo estremeceu, e por um instante pensei que ele iria me atacar. Mas nada aconteceu. Ele apenas sorriu, como se estivesse testando minha coragem. — Estalar os dedos é divertido, sabe — disse, com um tom quase zombeteiro. — Mas ver você se contorcendo de
Continuação. Carregar aquele peso até a mansão não foi fácil. Cada galho, raiz ou pedra parecia conspirar para me derrubar, e eu tropeçava mais vezes do que queria admitir. Mas mantive o foco: ele estava amarrado, e eu ainda tinha alguma vantagem… pelo menos momentaneamente. Quando cheguei à porta da mansão, meu coração disparou novamente. A escuridão parecia me engolir, mas não podia parar agora. Empurrei a porta rangente e entrei, sentindo o cheiro de mofo e velas queimadas misturado com algo… estranho. Ele ainda estava desmaiado, mas eu podia sentir a energia que emanava dele, mesmo preso. — Tá, agora você fica quietinho — murmurei, ajeitando as cordas ao redor dele. — Se tentar alguma coisa, prometo que vou… bem, vou correr ainda mais rápido. Ele gemeu levemente, como se reconhecesse minha voz, mas não se moveu. Segurei a respiração, sentindo uma mistura de triunfo e medo. Era incrível como alguém tão poderoso podia parecer tão… humano quando vulnerável. Olhei para os corredo
Continuação — Como você ousa me bater, e se jogar em cima de mim feito uma louca— ele avançou sobre mim, segurando meus pulsos com força. — Desculpa! — gritei, tentando me soltar, tremendo de medo. — Vou acabar com isso, bonequinha! — disse ele, mas dessa vez rindo, aquele riso sombrio que me deixava ainda mais nervosa. — Como assim? Ah, não! — gaguejei, o coração disparado. Ele mostrou as presas novamente, inclinando-se em minha direção, e no instante em que parecia prestes a morder meu pescoço, eu mordi o dele com toda a força que consegui. Ele gritou, recuando surpreso, e eu não perdi tempo: me soltei e saí correndo, tropeçando nos móveis, derrubando uma vela e quase caindo de cara no chão. De repente, a porta do quarto se abriu, e algumas pessoas do convento entraram, os olhos fixos em mim. — Lua, você deve voltar imediatamente! — disseram, em tom autoritário. — Eu não vou! — respondi, tremendo, mas firme. — Não vou viver presa! e não sou mercadoria pada ser ven
O Beijo Acidental Acordei com o barulho do sino do convento, mas não porque ele tivesse me despertado de verdade — eu já estava acordada havia séculos (ou pelo menos parecia). Encostada na janela do dormitório, observava a chuva fina caindo no pátio e pensava: sério, quem inventou que a vida de freira era emocionante? — Bom dia, mundo! — exclamei, espreguiçando. O gesto, claro, derrubou um cálice de água. Ótimo começo de dia. As outras meninas suspiraram. Sempre suspiram. Sempre. Eu sobrevivia rindo até da minha própria desgraça. —Lua, você não vai para a reza? uma das meninas que dormia do lado da minha cama perguntou. — Não quero ir. — Você sabe que as irmãs são muito rígidas- ela disse preocupada. — Não se preocupe! deixa que com elas eu me entendo, agora vai você- Não sabendo ela que meu plano era fugir dali, eu só sei de uma coisa...minha vocação não é ser freira, não que isso seja um problema meu Deus. — Lua! — ralhou a irmã superiora. Lua narrando Meu nome
Último capítulo