Capítulo 4

Continuação.

De repente, com um movimento rápido e quase imperceptível, ele conseguiu afrouxar uma das cordas que prendia os braços. Meu coração disparou, e eu dei um passo para trás, segurando o alho com mais firmeza.

— Ei! — gritei, tentando soar firme, mas minha voz tremia um pouco. — Fica aí, não tente nada!

Ele soltou um riso baixo, cheio de sarcasmo, e inclinou-se levemente, mantendo os braços ainda parcialmente presos.

— Ah, você realmente acha que um pedaço de alho e algumas cordas podem me deter? — disse, a voz divertida. — Que humana engraçada…

— Engraçada? — repliquei, cruzando os braços e dando um passo para frente. — Eu diria… esperta!

Ele piscou, os olhos vermelhos brilhando, e soltou outro estalar de dedos. Meu corpo estremeceu, e por um instante pensei que ele iria me atacar. Mas nada aconteceu. Ele apenas sorriu, como se estivesse testando minha coragem.

— Estalar os dedos é divertido, sabe — disse, com um tom quase zombeteiro. — Mas ver você se contorcendo de medo é… ainda melhor.

Eu revirei os olhos, tentando não demonstrar o quanto minhas pernas tremiam.

— Só por enquanto — murmurei, dando outro passo atrás. — Só por enquanto você tem alguma vantagem.

Ele finalmente se libertou quase totalmente, mas em vez de avançar imediatamente, ficou parado, me observando com aquele sorriso torto, provocador.

— Você é impossível — disse, e a voz dele tinha um misto de divertimento e ameaça. — Mas eu gosto disso.

— Gosta, é? — disse, arqueando uma sobrancelha. — Então não vá estragar tudo tentando me atacar agora!

Ele soltou um riso rouco, inclinando-se ligeiramente na minha direção, como se estivesse brincando com o perigo.

— Humana atrevida… — murmurou. — Vamos ver até onde essa ousadia te leva.

Ele se aproximou, os olhos vermelhos brilhando com intensidade, mas ainda mantendo aquele sorriso torto que me deixava alerta.

— Você não tem noção do que despertou, humana — disse, a voz baixa e ameaçadora, mas carregada de sarcasmo. — Mas vou deixar você descobrir por si só. Está vendo aquele livro ali? Ele vai te contar exatamente a minha existência.

— Uma coisa eu sei — respondi, cruzando os braços e tentando manter a postura firme, mesmo nervosa — que de Deus você não é.

Ele riu alto, um som sombrio e divertido ao mesmo tempo.

— Hahaha… você realmente tem senso de humor, humana! — disse, os olhos brilhando ainda mais. — Você lançou algum feitiço contra mim e me prendeu a você, sua maldita bruxa!

— Como é? — exclamei, indignada e corada de raiva. — Estou mais para uma fada! — levantei o dedo indicador, mostrando meu rosto, tentando parecer inocente. — Me comparar com uma bruxa me ofende! E mais: não sei do que você está falando. Eu nunca ia prender um vampiro a mim… nem morta!

Ele arqueou uma sobrancelha, inclinando a cabeça com aquele sorriso torto.

— Oh, que fofa… uma fada desafiadora! — murmurou, sarcástico. — Mas não subestime o que você desencadeou, humana atrevida.

Eu respirei fundo, mantendo as cordas em mãos e tentando não demonstrar o medo que me consumia por dentro. Apesar da situação, havia algo quase divertido em vê-lo tão irritado e ainda assim tentadoramente arrogante.

— Tá, então — disse, apontando para o livro com a mão livre — se ele vai me contar sobre você, espero que seja um pouco mais simpático do que você, seu vampiro arrogante.

Ele soltou mais um riso rouco, inclinando-se levemente para frente.

— Humana insolente… gostei de você. Mas cuidado, porque você ainda não faz ideia do quanto se meteu.

Peguei o livro com cuidado, ainda observando os movimentos dele. Ao abri-lo, meus olhos caíram sobre uma página que parecia brilhar com uma luz própria. E lá estava… o nome dele.

Wei Valentae

Não consegui conter o riso.

— Hahahah… Valentae! — exclamei, quase caindo para trás de tanto rir. — Essa é boa!

Ele franziu a testa, os olhos vermelhos fixos em mim, claramente confuso e irritado.

— O que há de errado com você? — perguntou, a voz baixa e ameaçadora.

— O que há de errado? — repeti, rindo ainda mais. — Você mandou eu ler o livro, mas na primeira parte já aparece Valentae não conseguir me segurar! Hahaha!

Ele bufou, tentando parecer sério, mas era impossível ignorar o leve arquejar dos lábios como se quisesse rir também, eu sei como quebrar a marra desse vampiro arrogante.

— Humana insolente… — murmurou, os olhos brilhando. — Você realmente acha engraçado me desafiar assim?

— Acho sim! — respondi, cruzando os braços e sorrindo atrevida. — E olha só… se você não conseguir me segurar, quem vai ter problemas é você, Valentae!

Ele soltou um riso baixo, misto de diversão e frustração, e eu percebi que, apesar de todo o perigo que ele representava, agora havia espaço para aquela pequena batalha de provocações que, de algum jeito, nos aproximava ainda mais.

Segurei o livro com mais firmeza, folheando rapidamente as páginas iluminadas pela luz fraca da mansão. Cada linha parecia carregar um peso sobrenatural, e meu coração disparava a cada descoberta.

Enquanto lia, fiquei sem fôlego ao perceber a verdade horrível: ele não era apenas um vampiro ou um ser poderoso… ele era o próprio Diabo reencarnado.

Meu corpo tremeu, e eu recuei um passo, incapaz de acreditar no que via.

— Jesus, Maria e José… — murmurei, quase em choque. — O que eu fiz pra mim mesma?

Tentei fechar o livro, mas algo me puxou para a próxima página. E então… meus olhos se arregalaram ainda mais. A história contava que, em um século passado, ele mantinha um harém com mais de 50 mulheres.

— Que… que cara cafajeste! — murmurei, mais para mim mesma do que para ele, incapaz de segurar o riso nervoso. — Essa cara dele não nega- Digo olhando para ele.

Ele levantou a cabeça de repente, os olhos vermelhos fixos em mim, agora misturando choque, raiva e diversão.

— Você me chamou de… o quê? — rugiu, a voz baixa e ameaçadora, mas ainda carregada de sarcasmo.

— Cafajeste! — repeti, cruzando os braços e tentando manter a postura firme. — Não me olhe assim! É a verdade, Valentae. Esse livro acabou de confirmar tudo!

Ele soltou um riso rouco, inclinando a cabeça para trás, claramente divertido com a audácia da minha reação.

— Hahaha… humana atrevida. Então você realmente não se intimida com minha história? Impressionante… — murmurou, ainda tentando esconder o sorriso. — Mas cuidado, porque ainda há muito mais que você não deveria saber.

Meu coração continuava acelerado, mas agora misturado a uma adrenalina estranha e quase divertida. Ele era aterrorizante… mas, ao mesmo tempo, um verdadeiro personagem de história que eu não podia acreditar que existia na minha frente.

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