Helena Macedo tem tudo o que o dinheiro pode comprar. Luxo, poder, status. Aos 26 anos, é uma das mulheres mais ricas do país, mas vive presa em um casamento de aparências com Leonardo Torres, um bilionário sedutor, frio e infiel. O que começou como uma união estratégica logo se transforma em um pesadelo de solidão e traição. É então que surge Henry Rodrigues, seu novo motorista. Um homem simples, mas de olhar firme, alma sincera e passado misterioso. Aos 28 anos, Henry nunca imaginou que se apaixonaria pela mulher que todos viam como inalcançável. E Helena, pela primeira vez, sente-se verdadeiramente vista — não como uma fortuna ambulante, mas como uma mulher com cicatrizes, desejos e um coração sedento de amor. Quando Leonardo finalmente percebe que perdeu o que nunca soube valorizar, já pode ser tarde demais. Agora, Helena precisa fazer uma escolha: manter as aparências ou seguir o amor inesperado que pode libertá-la. "Meu Segundo Amor". É ouma história intensa de redenção, paixão proibida e segredos que podem mudar tudo. Porque, às vezes, o verdadeiro amor nasce onde menos se espera — e custa muito mais do que qualquer fortuna.
Ler maisSe alguém me dissesse que um dia eu me tornaria uma das mulheres mais ricas do país, eu teria rido. E não aquele riso leve e elegante que aprendi a imitar em eventos sociais — teria gargalhado alto, debochada, como fazia nos tempos em que mal tinha dinheiro para pagar o aluguel de um quartinho mofado nos fundos de uma pensão em São Paulo.
Meu nome é Helena Macedo. Tenho 26 anos, sou branca, cabelos longos e negros como a noite mais profunda. Meus olhos? Azuis. Frios, dirão alguns. Intensos, dirão os poucos que me conhecem de verdade. Mas naquela época… Ah, naquela época, meus olhos eram apenas cansados. Cansados de promessas vazias, de chefes abusivos, de contas atrasadas e de tantos nãos que colecionei tentando um lugar ao sol. Lembro exatamente do dia em que minha vida mudou. O dia em que conheci Leonardo Torres. Era uma terça-feira chuvosa — como se o mundo estivesse lavando os pecados da cidade. Eu vestia minha melhor roupa: uma calça preta social que já começava a desbotar e uma camisa branca emprestada de uma amiga. Salto alto nos pés, batom vermelho nos lábios e um currículo amarrotado nas mãos trêmulas. A entrevista era para o cargo de secretária na Torres Group, uma das maiores empresas de tecnologia e investimentos do país. Eu sabia que não tinha muita chance, mas fui mesmo assim. Fui porque precisava. Porque não aguentava mais ser ignorada pelo mundo. O saguão da empresa era imponente. Mármore no chão, arte moderna nas paredes, e recepcionistas impecáveis, parecendo saídas de alguma capa de revista. Sentei-me, respirei fundo, e esperei. Foi quando ele entrou. Leonardo Torres. Alto, cerca de 1,90m. Ombros largos, braços fortes como os de um deus grego. Trajava um terno cinza escuro sob medida que realçava o corpo musculoso. Os cabelos castanhos, um pouco bagunçados, contrastavam com a perfeição de seu rosto — maxilar marcado, barba por fazer, e olhos castanhos que pareciam arder como brasas. Quando passou por mim, senti o ar mudar de temperatura. Era como se o ambiente inteiro o seguisse. Magnetismo puro. — Você veio para a entrevista? — ele perguntou, com um sorriso torto que denunciava charme e malícia em doses iguais. Engoli em seco. — Sim, senhor. Para o cargo de secretária. Ele me olhou por alguns segundos que pareceram horas. Avaliou. Não com desrespeito — mas com interesse. Como se estivesse diante de algo raro. E talvez estivesse. Porque, naquele instante, meus olhos azuis encontraram os dele… e foi como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. — Qual seu nome? — ele perguntou, estendendo a mão. — Helena. Helena Macedo. Ele apertou minha mão com firmeza, mas sem agressividade. Havia algo elétrico naquele toque. Algo que me fez estremecer por dentro. — Prazer, Helena. Eu sou Leonardo Torres. Claro que eu sabia quem ele era. Mas tentei manter a compostura. — Um prazer, senhor Torres. — Venha comigo — disse ele, ignorando totalmente a fila de candidatos esperando para entrevistas. — Acho que podemos conversar com mais calma no meu escritório. E foi assim. Assim, de forma improvável, repentina e quase cinematográfica, que minha vida deu uma guinada. Seu escritório era ainda mais luxuoso que o saguão. Madeira escura, livros encadernados em couro, quadros de artistas que eu nem sabia pronunciar o nome. Ele me ofereceu um café e, depois de alguns minutos de conversa informal, perguntou: — Por que quer trabalhar aqui? — Porque eu preciso — respondi sem rodeios. — Mas, mais do que isso, porque eu sou boa no que faço. E não tenho medo de trabalhar duro. Ele sorriu. Aquele sorriso perigoso de quem está acostumado a conseguir tudo o que quer. — Você não tem ideia do quanto essa resposta me agradou, Helena. Nos dias que se seguiram, fui contratada. E tudo começou a mudar. Leonardo me promovia sem aviso, me dava tarefas cada vez mais desafiadoras, e sempre arrumava um jeito de me manter por perto. Ele me levava em reuniões, jantares corporativos, viagens de negócios. E embora tudo parecesse profissional, eu sabia — eu sentia — que havia algo a mais ali. Um jogo de poder e desejo que ele dominava com maestria. No começo, resisti. Eu não queria ser “mais uma”. Mas Leonardo sabia como seduzir. Sabia como dobrar vontades. E em pouco tempo, eu me vi envolvida por seu charme, sua inteligência, e por aquela intensidade que fazia meu coração bater mais rápido toda vez que ele entrava em uma sala. Foi rápido. Tão rápido que quase não percebi quando deixei de ser secretária e me tornei sua esposa. O casamento foi grandioso. Capa de revista. Convidados ilustres. Vestido branco feito sob medida em Paris. Mas no meio de tanto brilho, havia uma parte de mim que sussurrava: "Você conseguiu. Mas a que custo?" Leonardo era tudo o que eu sempre achei que queria. Bonito. Rico. Influente. Mas, por trás da perfeição, havia sombras. Mentiras. Ausências. Silêncios desconfortáveis em noites solitárias em nossa mansão de vidro. Eu me tornei bilionária ao lado dele. A mulher perfeita ao lado do homem perfeito. Mas não era feliz. E foi nessa lacuna… nesse buraco silencioso que crescia entre nós… que um novo olhar surgiria. Um olhar vindo do banco da frente do carro. Um olhar simples, verdadeiro, que não me via como um troféu — mas como uma mulher. Mas isso… isso é história para depois. Por enquanto, só posso dizer que, no dia em que conheci Leonardo Torres, meu mundo mudou. E que nem todo conto de fadas termina com o príncipe. Às vezes, o amor da sua vida é o homem que dirige… enquanto você finge não estar olhando pelo retrovisor.HelenaO silêncio da madrugada me abraçava como um véu pesado e incômodo. A casa estava mergulhada em sombras, mas meu coração não sossegava. Desde que Leonardo voltou de viagem, mais controlador e perspicaz do que nunca, eu me sentia vigiada — como se ele desconfiasse que havia algo em meu peito que já não lhe pertencia.E ele tinha razão. Não pertencia mesmo.Estava com Henry. Ou melhor, estava completamente dele. Mesmo que ainda não tivéssemos nos entregado por completo, cada toque, cada olhar, cada palavra trocada em segredo era mais íntima do que qualquer coisa que já vivi com Leonardo. E isso doía mais do que eu podia suportar.Desci até a cozinha em busca de água, mas assim que acendi a luz, dei de cara com ele. Henry. Sentado à mesa, com os olhos baixos e a camisa branca desabotoada até o meio do peito. Havia uma tensão visível entre suas sobrancelhas, uma inquietação que me atingiu como um choque.— Não consegui dormir — ele murmurou, a voz baixa e grave, como se temesse ser
Acordei com o som suave de pássaros lá fora, um contraste cruel com o turbilhão dentro de mim. A casa estava em silêncio, mas meu corpo ainda ardia com as lembranças da noite passada. Tentei levantar, mas uma dor sutil entre as pernas me fez fechar os olhos, relutando em aceitar o que havia acontecido. Eu tinha cedido novamente a Leonardo. E, pior, por alguns instantes, achei que era Henry.Levantei e fui até o espelho. Olhei minha própria imagem com desprezo. O que eu estava fazendo com a minha vida? Meu coração queria Henry, cada batida sussurrava o nome dele, mas meu corpo, bêbado e vulnerável, tinha caído na armadilha de Leonardo mais uma vez.Desci as escadas devagar, como se o piso fosse ceder a cada passo. Na sala, encontrei Leonardo tomando café e lendo o jornal, como se fosse um dia comum. Ele levantou os olhos e sorriu, aquele sorriso de quem acha que venceu uma guerra.— Bom dia, meu amor — disse, com voz doce. — Dormiu bem?A bile subiu à minha garganta. Tentei manter a ca
A chuva caía fina, tingindo os vidros da janela com gotículas cintilantes. Eu observava a cidade lá fora com um copo de vinho na mão, o coração pesando mais do que eu gostaria de admitir. Desde aquela noite no hotel com Henry, algo em mim havia despertado... ou talvez, retornado. A mulher que eu pensava ter enterrado sob os destroços do meu casamento infeliz com Leonardo estava viva, faminta e à flor da pele.Ouvi o som da porta da frente abrindo com um estalo seco. Virei rapidamente, e meu coração deu um salto ao ver Henry entrando. Estava molhado da chuva, o cabelo despenteado e os olhos intensos, como se me procurassem antes mesmo de saber onde estava.— Precisei vir… — ele disse com a voz rouca, jogando a chave sobre o aparador. — Desde aquele dia, não consegui tirar você da cabeça, Helena.Soltei o ar devagar, sentindo o calor do vinho subir para as bochechas. Eu não estava pronta para aquilo. Ou talvez estivesse esperando por exatamente isso.— Achei que você fosse desaparecer d
O barulho da chuva fina contra os vidros do carro misturava-se ao som abafado da respiração de Henry, que permanecia ao volante, em silêncio. A tensão entre nós era palpável, cortante, como se qualquer palavra fosse suficiente para nos despedaçar. Desde a conversa na casa de praia, algo entre nós havia mudado — algo que não poderia ser desfeito.— Você está calada — ele disse, sem tirar os olhos da estrada. Sua voz baixa me arrepiou por inteiro.— Estou tentando entender o que está acontecendo comigo — sussurrei, olhando pela janela, tentando disfarçar as lágrimas que ameaçavam cair.Henry apertou o volante com mais força. A estrada deserta, ladeada por árvores escuras, parecia nos engolir. Tudo parecia sombrio, confuso, irreal.— Helena… — ele falou meu nome como se fosse um pedido. — Se eu disser que penso em você todos os dias, desde o momento em que acordei naquela cama de hospital, você acredita?Virei lentamente o rosto para ele. Seus olhos, mesmo concentrados no caminho, estava
A noite caiu sobre a mansão como um véu de mistério. As paredes antigas pareciam absorver os murmúrios do passado, e cada passo meu ecoava como se pertencesse a outra era. A garoa fina escorria pelas janelas, e do lado de fora, o jardim parecia mergulhado em névoa. Eu estava sozinha. Sozinha com meus pensamentos, com a culpa latejando em minha mente.Depois daquela noite desastrosa com Leonardo — que jamais deveria ter acontecido — eu me sentia suja. Envergonhada. Enfraquecida. Não foi amor, nem desejo. Foi um erro embalado pela bebida, pela confusão e, acima de tudo, pela ausência de Henry.Henry... o nome dele se entrelaçava com meu corpo e alma. Desde que ele surgira em minha vida, nada mais fazia sentido. Tudo o que era sólido passou a parecer frágil — inclusive meu casamento.Estava no quarto, olhando para o espelho. A camisola de seda branca escorria pelo meu corpo como se denunciasse meus pecados. Meus olhos estavam vermelhos, não apenas pelo cansaço, mas pela dor de ter traído
O silêncio da casa era cortado apenas pelo tique-taque do relógio antigo da sala. A madrugada havia mergulhado o casarão numa penumbra misteriosa, e mesmo assim meu corpo ardia em chamas. Ainda sentia o gosto amargo da culpa na boca, misturado com o perfume masculino que impregnava minha pele: o de Leonardo.Levantei da cama nua, com as pernas trêmulas, o estômago revirado. Eu me odiei por ter cedido à bebida e ao toque dele, mesmo sabendo que meu coração já não lhe pertencia. Olhei para o espelho: meus olhos estavam vermelhos, minhas bochechas coradas, e havia marcas no meu pescoço que não foram feitas com carinho, mas com domínio.Desci as escadas pé ante pé, vestindo apenas um robe de seda que mal cobria minhas coxas. Meus pensamentos estavam um caos. Eu precisava respirar. Precisava me encontrar.Quando alcancei a varanda dos fundos, fui surpreendida por Henry, de pé, com o rosto virado para o céu estrelado, os braços cruzados e o maxilar tenso.— Você ainda está acordado? — pergu
Último capítulo