Isabella Clark nunca imaginou que seu destino mudaria em uma única entrevista de emprego. Jovem, sonhadora e determinada, ela só queria uma chance de mostrar seu talento. O que não esperava era encontrar frente a frente com Pedro, o CEO implacável e enigmático de uma das maiores corporações do país. Entre olhares intensos e ordens frias, Isabella percebe que Pedro esconde muito mais do que seu exterior de homem poderoso deixa transparecer. Por trás da postura de domínio, existe um homem marcado por segredos, capaz de despertar nela sentimentos tão avassaladores quanto perigosos. Presos em um jogo de poder e desejo, Isabella terá que decidir até onde está disposta a ir: será apenas mais uma funcionária nas mãos do CEO… ou ousará atravessar a linha entre obediência e paixão proibida? Quando amor e domínio se encontram, não existem regras, apenas consequências.
Leer másO silêncio era a primeira forma de intimidação.
Isabella Clark sentia o pesar sobre seus ombros como um manto de veludo caro. Sentada na beirada de uma poltrona de couro que provavelmente custava mais do que seu aluguel de um ano, ela tentava controlar a respiração. O ar condicionado sussurrava, frio e indiferente, e o único outro som era o clique discreto do teclado da secretária, uma mulher com um penteado tão impecável que parecia esculpido em gelo.
Era o 12º andar, a cúpula da Montenegro Corp. O mundo lá fora, com seu trânsito e suas buzinas, era uma memória distante. Aqui em cima, o chão de mármore branco refletia o céu de São Paulo através de janelas que iam do chão ao teto. Tudo era minimalista, poderoso e projetado para fazer uma garota como ela, com seu melhor blazer comprado em liquidação e um currículo amassado na bolsa, se sentir como um peão em um tabuleiro de reis.
“Você consegue, Isa”, disse a si mesma pela décima vez. “É só uma entrevista. A chance que você esperou.” Mas não era só uma entrevista. Era a chance de sair do apartamento apertado que dividia com duas amigas, de ajudar sua mãe, de finalmente provar para si mesma que todo o esforço valera a pena.
O clique do teclado parou. Isabella ergueu o olhar, o coração dando um salto doloroso contra as costelas. A secretária, sem sequer olhá-la, falou com uma voz polida. O Sr. Montenegro irá recebê-la agora.
As pernas de Isabella tremeram um pouco quando ela se levantou. Agradeceu com um aceno de cabeça e seguiu na direção apontada: um corredor curto que terminava em uma imponente porta dupla de madeira escura. A porta estava entreaberta, uma fresta de escuridão convidativa e aterrorizante. Ela respirou fundo, o cheiro de madeira nobre e algo cítrico, masculino, invadindo seus pulmões. Bateu duas vezes, o som abafado pela madeira maciça.
Uma voz grave e fria respondeu de dentro, sem inflexão. Entre.
Ela empurrou a porta. Se o hall de espera era intimidante, o escritório era um santuário de poder. A sala era gigantesca, dominada por uma parede inteira de vidro que exibia a metrópole aos seus pés como se fosse uma maquete. Havia pouca mobília: um sofá de couro, uma estante com poucos e seletos objetos. E no centro de tudo, uma mesa de mogno escuro, tão grande e vazia que parecia um altar.
Atrás dela, estava ele! Pedro Montenegro.
Ele não levantou o olhar. Continuou a assinar um documento, a caneta deslizando pelo papel com uma calma irritante. Isabella ficou parada no meio da sala, sentindo-se exposta, pequena. Ele a estava fazendo esperar de propósito. Era um teste. O primeiro de muitos, ela suspeitava.
Ela aproveitou os segundos para observá-lo. O terno cinza-chumbo era impecável, moldando ombros largos. O cabelo escuro, cortado com precisão militar. As mãos que seguravam a caneta eram grandes, os dedos longos. Ele irradiava uma aura de controle absoluto.
Finalmente, ele pousou a caneta, alinhando-a perfeitamente ao lado de um laptop. Então, ergueu os olhos.
Isabella prendeu a respiração. As fotos que vira na internet não faziam jus à intensidade daquele olhar. Eram olhos de um castanho tão escuro que pareciam negros, frios e analíticos. Ele não a cumprimentou. Ele a escaneou, da cabeça aos pés, e ela teve a sensação desconfortável de que ele conseguia ver através da sua roupa, da sua pele, até chegar em todas as suas inseguranças.
Sente-se ele ordenou, a voz ainda mais grave pessoalmente.
Ela se sentou na cadeira à frente da mesa, mantendo a postura ereta.
Ele pegou o currículo dela, que a secretária devia ter colocado ali. Seus olhos percorreram o papel por não mais que cinco segundos, e a forma como seus lábios se curvaram em um mínimo espasmo de desdém fez o estômago de Isabella gelar.
Ele empurrou o papel de volta para o centro da mesa, como se estivesse descartando algo sujo.
Senhorita Clark, ele começou, o tom cortante como vidro quebrado. Dê-me um único motivo pelo qual eu não deveria jogar seu currículo no lixo e contratar alguém com o dobro da sua experiência.
A pergunta a atingiu como um soco. Brutal, direta, humilhante. Ela sentiu o sangue subir ao rosto, uma mistura de raiva e pânico. Era isso. O teste final. Ele não queria saber de suas qualidades. Ele queria ver se ela quebrava.
Isabella engoliu em seco, forçando a voz a sair firme.
Porque alguém com o dobro da minha experiência, senhor Montenegro, virá com o dobro dos vícios. Eles lhe dirão o que é ‘impossível’ fazer. Eu não. Eu lhe darei trabalho duro e novas soluções, não desculpas antigas.
Um silêncio pesado e denso preencheu a sala. Ele a encarou, seu rosto uma máscara indecifrável. Por um momento, ela viu algo brilhar naqueles olhos escuros surpresa? Interesse? mas a faísca se apagou tão rápido quanto apareceu. Ele se recostou na cadeira, o movimento lento e calculado. Isabella não sabia se tinha acabado de assinar sua sentença de morte profissional ou se tinha ganhado uma sobrevida.
Finalmente, ele fez um gesto com a mão. Um movimento seco, de dispensa.
Obrigado, senhorita Clark. Pode se retirar.
O ar saiu de seus pulmões de uma vez. Derrota. Era um gosto amargo e familiar. Ela se levantou, as pernas rígidas, e murmurou um "obrigada" que soou patético aos seus próprios ouvidos. Virou-se e caminhou em direção à porta, cada passo parecendo pesar uma tonelada. Seu sonho morrendo a cada centímetro que se afastava daquela mesa.
Sua mão tocou a maçaneta fria da porta.
Espere.
A voz dele a parou, fria e ressoante, cravando-se em suas costas como uma lâmina de gelo.
O som da respiração calma de Pedro era uma tortura para Isabella. Cada segundo de paz que ele tinha era um segundo que ela sabia estar a esgotar-se. Ela ficou ali parada, o telemóvel secreto na mão, o ecrã a brilhar com a traição de Thorne. O instinto dela, a lealdade que sentia por Pedro, gritava para que ela o acordasse, para lhe mostrar o perigo.Mas a estratega dentro dela, a rainha forjada no fogo, assumiu o controlo. Acordá-lo com pânico seria uma reação, não uma ação. E eles não podiam mais dar-se ao luxo de reagir. Precisavam de estar um passo à frente.Silenciosamente, ela levou o telemóvel para a secretária no canto da sala e começou a trabalhar. A mente dela, clara e fria após a rendição da noite anterior, disparou. Lúcia agora sabia que havia uma ameaça. A primeira coisa que ela faria seria tentar identificar a fonte. Procuraria por toupeiras, por executivos descontentes. O plano original de contratar Thorne estava morto. Mas a jogada dele abriu uma nova porta.Ele não era
As palavras de Pedro — "Esta noite, neste reino, só existimos nós" — ecoaram na sala silenciosa, uma promessa e um desafio. O fogo na lareira estalava, lançando sombras dançantes sobre os contornos do corpo dele enquanto ele pairava sobre ela no sofá. O mundo exterior, com sua guerra corporativa e seus inimigos, parecia a um milhão de quilômetros de distância.A boca dele desceu sobre a dela, e o beijo foi a ratificação de seu decreto. Era um beijo lento, profundo, um ato de conquista deliberada. As mãos dele começaram uma exploração lenta e torturante, deslizando o vestido de seda vermelho-sangue para cima de suas coxas, a textura áspera de seus dedos contra a pele macia dela enviando ondas de choque por todo o seu corpo. Ele estava saboreando o momento, o predador que finalmente tinha sua presa exatamente onde queria.Ela era um emaranhado de nervos e desejo, o corpo respondendo a ele com uma vontade própria, enquanto a mente lutava para se manter à tona no oceano de sensações que e
O ar no laboratório do Projeto Ícaro estava tão rarefeito que era quase impossível respirar. A mão de Isabella, um toque leve e provocador sobre o fecho da calça de Pedro, era o único ponto de poder em todo o universo. A pergunta dela — "O que eu quero primeiro?" — pairava entre eles, uma sentença e uma promessa.Pedro a encarava, o rosto uma máscara de desejo frustrado, fúria e uma admiração relutante que o consumia. Ele, o mestre do controle, o rei de um império, estava completamente e totalmente à mercê da mulher que ele mesmo criara. Ele esperava que ela o tomasse, que usasse a vantagem que conquistara para levá-lo ao limite, ali mesmo.Em vez disso, ela sorriu.Foi um sorriso lento, cheio de um poder recém descoberto e de uma malícia deliciosa. Ela se inclinou para a frente, os lábios roçando o lóbulo da orelha dele, a respiração quente enviando um arrepio por toda a espinha dele. — Nenhuma das opções... por enquanto — ela sussurrou, a voz um veludo. — Primeiro, a vitória total e
A manhã seguinte não nasceu com a promessa de um novo reino, mas com a geada de uma velha ferida. Isabella acordou na cama de Pedro, o corpo dolorido de prazer e a alma vibrando com uma nova e perigosa confiança. Mas o espaço ao seu lado estava frio. Vazio.Ela o encontrou no escritório da penthouse. Ele não estava relaxado, observando a cidade. Estava de pé, totalmente vestido em seu terno-armadura, o rosto uma máscara de controle impenetrável, como se a noite anterior nunca tivesse acontecido. Ele estava ao telefone, a voz cortante. —...não me importa o custo, encontre a fraqueza deles e a explore. Eu quero a TechNova sangrando até o final do trimestre.Ele desligou e se virou para ela. Seus olhos, que na noite anterior a olhavam com adoração, agora eram frios, distantes. Eram os olhos do CEO. — Bom dia, senhorita Clark — disse ele, o título formal uma bofetada gelada. — O carro a levará para o escritório em trinta minutos. Dr. Aris Thorne aceitou a reunião. Hoje à tarde. No laborat
O beijo na porta do escritório foi um selo de fogo em um tratado de vitória. Tinha o gosto de adrenalina, poder e uma promessa prestes a ser cumprida. As mãos de Isabella se cravaram nos ombros dele, respondendo à sua ferocidade com a dela, o corpo inteiro vibrando com a energia da batalha que acabaram de vencer.Pedro a ergueu, sentando-a na borda de sua mesa de mogno, varrendo com um braço uma pilha de relatórios irrelevantes, que caíram no chão com um baque surdo. O som foi um decreto: os negócios haviam acabado. Aquele espaço, aquele momento, agora pertencia a eles.Ele atacou o pescoço dela com beijos famintos, as mãos subindo por suas pernas, por baixo do vestido de tecido caro. A pele dela se arrepiou, o desejo uma onda avassaladora que ameaçava afogá-la ali mesmo, sobre os destroços de seu triunfo corporativo.Mas então, ele parou.Afastou-se, a respiração pesada, os olhos uma tempestade de desejo e um novo e surpreendente controle.— Não aqui — disse ele, a voz um rosnado bai
A manhã da reunião do conselho nasceu fria e cinzenta, um reflexo do clima de guerra. O carro que buscou Isabella em seu apartamento era o sedan privativo de Pedro, uma declaração silenciosa de que, para o mundo, a fachada de "assistente" estava de volta, mas a realidade era outra. Ele a esperava no banco de trás. Não trocaram uma palavra sobre a noite anterior. Não precisavam. A memória do que acontecera estava gravada em seus corpos, na forma como se olhavam. A tensão desesperada se fora, substituída por uma energia perigosa e zumbificante, a calma de dois predadores que haviam se saciado e agora estavam prontos para a caçada. — Pronta? — ele perguntou, a voz baixa, enquanto o carro deslizava pelas ruas de São Paulo. Isabella, que passara a última hora escolhendo sua armadura — um vestido cinza-carvão de corte impecável, que abraçava seu corpo escultural com uma elegância letal —, virou-se para ele. Um sorriso lento e confiante tocou seus lábios. — Eu nasci pronta. Eles en
Último capítulo