Helena Costa, militar veterana das Forças Especiais, carrega no corpo as cicatrizes da guerra e na alma as marcas da perda. Viúva de um capitão morto em combate, ela retorna grávida e decidida a reconstruir a vida longe dos campos de batalha. Quatro anos depois, é uma das principais agentes da Athena, empresa de segurança executiva composta apenas por mulheres veteranas. Fria, estratégica e imbatível em ação, Helena é conhecida como "A Leoa" inquebrável, até mesmo diante dos homens mais poderosos. Sua nova missão: Proteger Leonardo Bianchi, CEO bilionário do setor financeiro, conhecido por sua arrogância, charme letal e por atrair inimigos tão poderosos quanto seus lucros. Leonardo não está acostumado a ouvir "não", muito menos a seguir ordens de uma mulher. Mas logo descobrirá que Helena não se curva a ninguém. Entre confrontos explosivos, ameaças reais e um menino adorável chamado Gabriel, o filho de Helena, nasce uma ligação intensa e inesperada entre dois mundos opostos. Leonardo, acostumado a controlar tudo, encontra nela sua maior desordem. Helena, que jurou nunca mais amar, vê sua couraça começar a ruir. Mas o passado tem um fôlego longo. Quando uma tentativa de atentado coloca suas vidas em risco, Helena precisa decidir se está pronta para amar novamente ou se seu instinto de guerreira falará mais alto. Em meio ao caos, só uma coisa é certa: A Leoa nunca recua diante da ameaça. Nem do amor!
Leer másA Missão da Leoa
O frio da manhã cortava como navalha quando Helena Costa atravessou os portões da sede da Athena. As botas pesadas batiam firmes no chão de concreto, cada passo marcando o retorno de uma mulher que nunca deixou a guerra, mesmo quatro anos após ter voltado dela. Atrás de si, o sol tentava romper o céu acinzentado, mas a claridade parecia hesitar diante dela como se soubesse que Helena ainda caminhava entre as sombras. Ela vestia preto. Sempre preto. Calça de tecido reforçado, camiseta justa, jaqueta de couro e olhar de quem sabia exatamente onde mirar para matar. Aos 40 anos, o tempo não havia tirado sua beleza, apenas a esculpira com traços mais profundos. Era bela como a linha do horizonte antes da tempestade. Perigosa, silenciosa, determinada. A recepcionista da Athena a observou com respeito. Ninguém ali ousava encarar Helena nos olhos por muito tempo. Ela era uma lenda viva: A primeira mulher a comandar uma missão de resgate em território hostil. A soldado que sobreviveu à explosão que levou seu marido e parte da tropa. A viúva de guerra que voltou grávida e criou o filho sozinha, sem alarde, sem fraqueza. “Diretoria. Sala três” Disse a recepcionista, sem precisar perguntar seu nome. Helena assentiu com um leve movimento de cabeça e seguiu em frente. As paredes da sede estavam decoradas com fotos de mulheres em ação: missões, treinamentos e conquistas. Ela reconhecia muitos rostos, alguns vivos, outros já enterrados. Nenhum deles a fazia parar, exceto o de Thiago. Era uma foto pequena, num quadro lateral. Ele sorria com o uniforme camuflado, os olhos iluminados como se enxergassem um futuro que nunca aconteceu. Helena desviou o olhar. Não era o momento. A sala três estava com a porta entreaberta. Lá dentro, estavam duas mulheres que ela conhecia bem: Sílvia, a atual diretora operacional da Athena, e Dandara, analista de inteligência e velha amiga da época de caserna. As duas levantaram-se quando Helena entrou. —Leoa, disse Sílvia, abrindo um sorriso. O apelido não era apenas símbolo de força, mas de respeito. —Bom tê-la de volta. —Só estou aqui porque disseram que é missão classe vermelha. Respondeu Helena, seca. Sentou-se na cadeira de frente para a mesa. —Se for proteção de político em campanha, podem arrumar outra. —Não é isso, disse Dandara, empurrando um dossiê grosso sobre a mesa. —É proteção de alto risco. Perfil corporativo. —Mas com histórico de ameaças e investigações abertas. —Ele está no topo da lista de alvos de dois grupos extremistas. Helena folheou as páginas sem pressa. O nome na capa a fez franzir a testa. Leonardo Bianchi. O magnata da Bianchi Group. Conhecido por sua fortuna bilionária, negócios polêmicos com criptomoedas e pela quantidade absurda de inimigos corporativos que colecionava. Já havia sido processado mais de trinta vezes e, segundo os jornais, tinha a delicadeza emocional de uma pedra. Helena já o vira em uma entrevista tempos atrás: arrogante, irônico, manipulador. Não gostava do tipo. —Por que eu? Perguntou, ainda sem levantar os olhos. —Porque você é a melhor, e ele não aceita trabalhar com homens. E, segundo ele, só confia em uma mulher que tenha matado antes. Respondeu Sílvia. —Ele viu seu histórico e exigiu você. —Que ótimo! Disse Helena, fechando a pasta. —Um bilionário machista com fetiche em soldados. —Mal posso esperar. Dandara riu. —Você vai receber o dobro. E tem direito a levar Gabriel com você. O coração de Helena parou por meio segundo. —Ninguém toca no nome dele durante o serviço. Ela avisou, a voz cortante como faca. —Ele não é parte do pacote! — Só vem comigo porque não confio em ninguém para deixá-lo. Entendido? —Entendido. Disse Sílvia, séria. —Você terá uma casa anexa à residência do cliente. Gabriel terá sua rotina preservada. Helena respirou fundo. A cabeça latejava desde o despertar. Sonhara com a explosão de novo: O chão tremendo, os gritos, o sangue quente no rosto. O cheiro de pólvora misturado ao último olhar de Thiago. Ela segurou firme a lateral da cadeira. Não agora. Não ali. —Preciso de uma semana pra treinar o perímetro, revisar o esquema de segurança e conhecer os protocolos pessoais do cliente. Disse, retomando o controle. “ —Depois disso, assumo a escolta. Se ele não gostar, manda trocar. Eu não trabalho pra agradar o ego. —Ele já sabe disso. Respondeu Sílvia. —E mesmo assim, insistiu em você! Helena se levantou. Pegou a pasta e se virou para sair. Parou apenas por um segundo, a mão no trinco. —Vocês sabem que isso não é sobre dinheiro, certo? Sílvia assentiu. —A gente sabe. É sobre manter os vivos vivos! Helena saiu da sala sem olhar para trás. No estacionamento, destravou o carro e sentou ao volante, com a pasta no banco ao lado. Ligou o motor, mas não saiu imediatamente. Ficou ali, encarando o próprio reflexo no espelho retrovisor. O rosto estava cansado, a pele marcada pelas noites em claro, mas os olhos... Os olhos ainda tinham aquela luz de combate. No banco traseiro, uma vozinha surgiu sonolenta. —Mamãe? Gabriel, com os cabelos bagunçados e o pijama azul, a olhava com os olhos do pai. Sempre os olhos do pai. –Oi, amor? Ela disse, virando-se com um sorriso leve. —Você vai pra guerra de novo? Helena segurou a mãozinha dele com firmeza. —Não. Só vou cuidar de um homem que acha que é mais forte que uma leoa. Gabriel sorriu, ainda sem entender. —Ele tem medo? Helena sorriu de volta, ligando o motor. Vai ter!Instinto de CombateO barulho do helicóptero cortando o céu abafava qualquer som ao redor. A aeronave da Athena pairava sobre o heliponto da torre Bianchi, uma construção imponente de aço e vidro que refletia o céu nublado. Helena saltou da cabine com a mesma leveza de quem já fizera isso dezenas de vezes, porque, de fato, já havia feito. A mão segurava firme a alça do coldre sob o paletó, e os olhos varriam o ambiente com precisão militar.Leonardo a esperava, impaciente, ao lado de dois seguranças da empresa. Estava de terno azul-escuro impecável, o rosto levemente franzido, como se não estivesse acostumado a esperar por ninguém e não estava.— Finalmente. Ele disse, a voz firme, mas sem sarcasmo.— Segurança exige tempo e preparo. Pontualidade sem planejamento é um luxo que você não pode se dar. Helena respondeu, passando direto por ele e inspecionando as portas de acesso ao prédio.Leonardo virou-se, acompanhando-a. Estava claramente intrigado. Nenhuma mulher o tratava daquel
Instinto de CaçaO helicóptero aterrissava no heliponto da Bianchi Group quando Helena sentiu algo estranho. Seus olhos varreram os arredores antes mesmo de o piloto tocar o solo. O vento das hélices levantava seu rabo de cavalo firme, e a mão repousava próxima à lateral do coldre oculto sob o blazer escuro.Leonardo desligou o fone de ouvido e esticou os braços, ainda sorrindo da provocação que fizera mais cedo, chamando-a de: “a sombra que pensa antes de mim”. Helena manteve-se em silêncio. Algo não estava certo!O som metálico abafado veio antes do estampido. Um estalo seco, sutil. Pequeno demais para ser notado por civis. Alto o suficiente para ativar todos os seus sentidos.— Abaixa. Helena gritou, empurrando Leonardo com o antebraço no peito e rolando com ele para o piso do helicóptero.Um segundo depois, o vidro da lateral estilhaçou com um impacto violento. Um tiro certeiro. Se ele estivesse em pé, teria atravessado sua cabeça.— Atirador. Setor norte. Três andares
Razões Para PermanecerO sol ainda não tinha rompido o horizonte quando Helena acordou com um leve sussurro vindo do quarto ao lado. Era Gabriel, falando baixinho com seus brinquedos, talvez encenando uma batalha entre soldados e monstros, como sempre fazia. Ela se levantou silenciosamente, calçou as botas e caminhou até ele. Pela fresta da porta, viu o menino ajoelhado no tapete, os cabelos castanhos despenteados, o pijama amassado.— General Gabriel em missão especial? Ela disse com um sorriso leve.Gabriel virou-se, o rosto iluminado por um brilho que nenhuma guerra jamais conseguiria apagar.— Só estou impedindo que o monstro entre na base.— Está fazendo um excelente trabalho.Ele se levantou correndo e a abraçou pela cintura.— Você vai sair de novo hoje?Helena hesitou. As missões exigiam presença constante, mas Gabriel era sua ancora. Seu motivo. Sua razão para lutar. Ela se abaixou para ficar de frente com ele.— Vou sim. Mas você está seguro aqui. —E volto antes da hi
A Leoa e o Magnata O silêncio reinava no saguão da torre executiva da Bianchi Tech, quebrado apenas pelo som ritmado dos saltos pretos de Helena cruzando o mármore. O olhar dela era cortante, firme como aço temperado. Vestia um terno escuro sob medida, o cabelo preso num coque impecável e um coldre discreto escondido sob o paletó. Ao seu lado, a diretora da Athena, uma mulher de fala firme e sua amiga Silva Noronha, conduzia a missão com a formalidade de quem entregava uma relíquia.— Ele não é fácil! Disse Silvia, quase como um aviso. —Já queimamos duas agentes só esse mês. —Ou ele acha que pode mandar nelas, ou ele simplesmente ignora os protocolos.Helena apenas assentiu.— Não estou aqui para bajular cliente. —Estou aqui para manter ele vivo.Patrícia sorriu de lado.— É por isso que você é a Leoa.As portas de vidro fosco do último andar se abriram, revelando a antessala do CEO. Helena parou diante de um painel de segurança. Passou seu crachá. Digital. Retina. Tudo ap
O Magnata e a LeoaLeonardo Bianchi odiava perder tempo. E odiava ainda mais ser obrigado a aceitar ordens de alguém que não se curvava ao seu nome, seu dinheiro ou sua reputação. Desde que se tornou o CEO mais jovem do país a levar uma empresa ao topo da Bolsa, estava acostumado a ser temido, não questionado. Só que, naquele momento, ele não tinha escolha.O atentado no mês anterior foi o recado mais claro: Ele era alvo. Real. Visível. Vulnerável. E agora, sua segurança estava nas mãos de uma mulher que nem se dera o trabalho de cumprimentá-lo direito.Helena Costa entrou na sala de reuniões da cobertura como um furacão controlado. Usava uniforme tático preto, cabelos presos num coque firme, expressão indecifrável. Trazia consigo uma prancheta, um tablet e a aura de alguém que não aceitaria ser interrompida.Leonardo ergueu uma sobrancelha.—Você que é a famosa leoa? Disse ele, cruzando os braços. —Esperava alguém um pouco mais... —Diplomática.—E eu esperava alguém um p
A Missão da LeoaO frio da manhã cortava como navalha quando Helena Costa atravessou os portões da sede da Athena. As botas pesadas batiam firmes no chão de concreto, cada passo marcando o retorno de uma mulher que nunca deixou a guerra, mesmo quatro anos após ter voltado dela. Atrás de si, o sol tentava romper o céu acinzentado, mas a claridade parecia hesitar diante dela como se soubesse que Helena ainda caminhava entre as sombras.Ela vestia preto. Sempre preto. Calça de tecido reforçado, camiseta justa, jaqueta de couro e olhar de quem sabia exatamente onde mirar para matar. Aos 40 anos, o tempo não havia tirado sua beleza, apenas a esculpira com traços mais profundos. Era bela como a linha do horizonte antes da tempestade. Perigosa, silenciosa, determinada.A recepcionista da Athena a observou com respeito. Ninguém ali ousava encarar Helena nos olhos por muito tempo. Ela era uma lenda viva: A primeira mulher a comandar uma missão de resgate em território hostil. A soldad
Último capítulo