Capitulo 103 - Auditoria

O corredor da suíte presidencial estava imerso em penumbra quando entrei. O silêncio era espesso, quase tátil, carregado com a eletricidade estática de uma tempestade que estava presa entre quatro paredes.

Fechei a porta atrás de mim. O clique da fechadura soou como um tiro no escuro.

Pedro estava lá.

Ele não estava andando de um lado para o outro. Estava sentado na poltrona de couro escuro, no canto mais sombrio da sala, de frente para a porta. Uma taça de uísque descansava intocada na mesa ao lado. Ele não vestia o paletó; a camisa branca estava com os três primeiros botões abertos, as mangas dobradas até os cotovelos, revelando os antebraços fortes onde as veias pulsavam, denunciando a tensão que ele tentava controlar.

Os olhos dele... Deus, os olhos dele eram dois abismos negros fixos em mim. Não havia raiva explícita. Havia algo pior: uma fome calculista. Uma paciência predatória.

Não me movi. Apenas soltei a pasta com o contrato de 500 milhões no chão. O som do couro batend
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