Poderia ter sido uma manhã tranquila. Poderíamos ter ficado na cama até ao meio dia, pedido serviço de quarto e voado para casa como vencedores silenciosos.
Mas eu não queria silêncio. Eu queria barulho.
Quando o convite chegou — um cartão preto fosco com letras douradas em relevo, entregue com uma garrafa de champanhe Krug que custava mais do que um carro popular — eu soube exatamente o que faria.
"Para a vencedora. Se tiver coragem de celebrar em território inimigo. — A.V."
Era um convite para o The Sanctum, o clube privado mais exclusivo de Londres, de propriedade, claro, da Vane Global.
Pedro saiu do banho com uma toalha enrolada na cintura, gotas de água escorrendo pelo peito que eu tinha marcado com as unhas horas antes. Ele pegou o cartão da minha mão, leu e franziu a testa.
— Nem pensar — ele disse, jogando o cartão na mesa como se fosse lixo. — Nós não vamos.
— Por que não? — perguntei, bebericando meu café, sentada na poltrona de veludo, vestindo apenas a camisa dele.