De repente, pai! Os filhos do cafajeste

De repente, pai! Os filhos do cafajestePT

Romance
Última actualización: 2025-07-28
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Resumen
Índice

Ele é um cafajeste. Ela, geniosa. Ele rejeitou os filhos. Ela recebeu uma responsabilidade dupla, jovem demais. Evie Clark tinha um sonho: terminar as férias de verão para se formar na NYU. Mas aquele verão se tornou intenso quando o destino a fez sonhar alto ao se apaixonar perdidamente por Luke Anderson, o cobiçado cafajeste da cidade de Brastop, oito anos mais velho do que ela. Após decidir guardar seu amor a sete chaves, Evie descobre da forma mais tortuosa o relacionamento de Luke com sua irmã Loren, a única que sabia sobre seus sentimentos, desencardeando uma gravidez inesperada, consequentemente rejeitada pelos Anderson, a morte precoce de Loren e a necessidade de Evie adotar os sobrinhos gêmeos. Após oito anos, Luke e Evie se encontram em cisrcuntâncias diferentes e as reviravoltas acontecem quando em um momento oportuno um casamento é selado. Será que o cafajeste se renderá aos encantos de sua esposa? Amor, ódio e o retorno para o lar verdadeiro são os componentes de uma intensa história de amor.

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Capítulo 1

Prólogo

Evie Clark - 17 anos, julho de 2015, Texas. 

Luke Stephen Anderson, senhor cafajeste.

Parabéns, você me fez chorar hoje ao falar para Loren que eu era uma pirralha chata, enquanto estávamos no lago. Minha família e eu retornaremos amanhã para Manhattan e, infelizmente, daremos fim às nossas férias de verão. Pela primeira vez na vida estou chateada por não voltar para um lugar feito o Texas, porque sei que você e eu jamais nos veremos novamente. Mas, de qualquer forma, eu nunca conseguiria dizer o que sinto. Provavelmente, uma paixão de verão de uma garota de dezessete anos, mas que com certeza será esquecida. Pois saiba que me culpo todos os dias por isso, senhor cafajeste! Mas o que mais eu poderia sentir por alguém que só faz usar cantadas baratas?

Confesso que gostaria de ser um terço do que Valerie e Leah são para você. Ou até mesmo Loren. Falando na minha irmã, o senhor que não ouse! Já vi seus olhares para ela. Loren é assunto proibido para você. Sei que ela jamais me trairia dando atenção a uma pessoa como você, mas não é como se eu confiasse plenamente em um cafajeste com sorrisinho de "quero todas ao mesmo tempo que não quero ninguém" e…”

— Evie Clark! — Paro de escrever ao escutar a minha mãe, Sarah, me chamar. Merda! 

Viro rapidamente o papel para baixo, escondendo as linhas mal traçadas. Já basta Loren ter encontrado uma das minhas cartas outro dia. Elas ficam guardadas dentro de uma caixa de sapatos em um buraco debaixo do assoalho, dentro do guarda-roupas. Seria estranho explicar novamente sobre a minha paixão por um homem, oito anos mais velho do que eu.

— Estou aqui! — respondo assim que vejo o papel a salvo.

— Que cara é essa, garota? Parece que viu um fantasma! — As maçãs do seu rosto se tornam rosadas, assim que sorri. — Você viu a Loren em algum lugar? Falta pouco para escurecer e o rancho se torna um breu à noite.

— Ela sempre faz o que quer. — Dou de ombros.

— Desaforada! Deixa John te escutar. 

Viro-me de frente para dona Sarah, ajeitando-me na cadeira e apoiando os cotovelos na mesa.

— Papai vai concordar comigo. Você sabe o quanto ele é chato com a Loren. — Mamãe se aproxima e volta a ajeitar a franja que custei a colocar de lado. Bufo. Eu odeio quando ela teima em fazer isso, sempre me colocando como sua menininha.

— Não sei por que não gosta da sua franjinha, sempre achei que ela combina com você. — diz apertando a minha bochecha. Desvencilho dos seus dedos, tentando fazê-la parar de me tratar feito uma criança. Estarei na faculdade dentro de meses e ela continua me vendo como o bebê prematuro que um dia fui. — E seu pai é assim com sua irmã por causa da doença dela. Sabe como Owen é super protetor…

Owen é o pai de Loren. Um ricaço, metido a besta, que está sempre colocando a filha num pedestal em razão da diabetes que a acometeu desde cedo, enquanto trata o meu pai, John, como lixo. Ele nunca se contentou com o fim do seu casamento com a minha mãe, e consequentemente com a união dos meus pais, menosprezando sempre a loja de doces que papai trabalhou para administrar. 

— Mas não demore! Preciso que chame Loren, porque ela já fugiu da insulina da tarde. Adoraria saber como se vira na faculdade… — ela reclama de Loren, e suas escapadas misteriosas, deixando-me a sós com as minhas cartas. 

A saúde da minha irmã sempre foi prioridade na nossa família, mesmo que a própria não leve sua saúde a sério. Por isso, termino por me levantar e fazer o que Sarah pediu. 

Saio a passos largos pelo campo verde, sentindo a brisa abraçar o meu rosto enquanto o som de alguns pássaros sobressai.

John, Loren e Sarah amam o campo, enquanto eu sempre odiei os mosquitos, o calor infernal de quase quarenta graus do verão e fazer novas amizades. Mas confesso que passar as férias no rancho Anderson foi interessante, principalmente por causa dos donos. Mais precisamente os filhos: Luke, o cara mais sexy de todo o Texas, Brendan, o Anderson mais alto e musculoso e Kyle, o bad boy misterioso do Sul dos Estados Unidos.

Chuto alguns galhos espalhados pelo caminho, ouvindo vozes se infiltrarem nos meus ouvidos, enquanto me aproximo do lago. Considero-me uma alienada no quesito sexo e envolvimentos íntimos, incluindo beijos, mas claro que reconheceria o som de gemidos. À medida que me aproximo, os ruídos se tornam mais estridentes e procuro me esconder atrás da mesma árvore que costumo vigiar Luke e seus amigos, assim que uma silhueta surge no meio da água cristalina. Aliás, duas silhuetas.

Eu reconheceria os cabelos ruivos de Loren em qualquer lugar e vejo-a desfocar, assim que percebo o homem que praticamente está engolindo a sua boca: Luke Anderson.

De repente, os olhares furtivos e os sorrisos tortos passam a fazer sentido. As visitas inesperadas e os convites às irmãs Clark até o lago também. Percebo então, que os nossos momentos juntos sempre foram destinados a ela e me sinto uma tola. Lágrimas despontam, conforme dou alguns passos para trás, ainda focada na nudez dos dois.

Assim que estou pronta para voltar para a nossa casa emprestada, feliz por retornar de manhã para Nova York, lembro-me da medicação de Loren. Minha irmã não pode ficar sem ela.

Enxugo as lágrimas e grito seu nome, vendo-a arregalar os olhos ao me reconhecer.

—  Vie?! — Luke solta automaticamente a cintura dela, enquanto minha irmã tenta inútilmente esconder os seios conforme caminha na minha direção. Viro-me de costas, tentando afastar as lágrimas, mas elas continuam descendo sem freio. Demora alguns minutos para sentir seus dedos em meus braços e me afasto imediatamente. — Está tudo bem, Evie? — Sua voz, normalmente suave, sai entrecortada. — Me desculpe! — Ela era a única que sabia… A única que havia percebido meus sentimentos tolos. — Eu não sabia como contar e…

— Está tudo bem — minto afastando as lágrimas, ainda de costas, pronta para ir embora. — Mamãe pediu para lembrar das suas dosagens de hoje. — falo baixinho, escutando um “oh” antes de voltar a caminhar. 

— Irmã? — grita, mas não fico para ouvi-la, apenas sigo em frente, sem olhar para trás.

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