O banheiro feminino do The Shard era exatamente como o resto do prédio: frio, espelhado e excessivamente luxuoso. Mármore negro do chão ao teto, orquídeas brancas que pareciam artificiais de tão perfeitas e um silêncio que zumbia nos ouvidos.
Apoiei as mãos na bancada de mármore gelado e encarei meu reflexo. Minhas bochechas estavam coradas, os lábios inchados de morder para conter os gemidos na mesa. Eu parecia exatamente o que era: uma mulher que tinha acabado de ser levada à beira do abismo em um jantar de negócios.
— Respire, Isabella — sussurrei para o espelho, tentando ajeitar o cabelo. — É apenas um jogo. Vane joga com a mente, Pedro joga com...
O clique da tranca da porta principal cortou minha frase.
Não precisei me virar. Vi o reflexo dele no espelho à minha frente. Pedro estava parado na porta, encostado na madeira escura, as mãos nos bolsos da calça, o smoking preto fazendo-o parecer uma sombra sólida naquele ambiente iluminado.
Ele não deveria estar ali. Era o banhei