"Tio Léo, por que você tá beijando a mamãe? Agora você vai mesmo ser nosso papai?" Eu fui traída. Um acidente há três anos apagou todo meu passado, me deixando apenas com três verdades: meu nome é Amber Kane, sou noiva de Peter Calton e mãe de gêmeos adoráveis. Ou pelo menos era isso que eu acreditava, até Leonardo Martinucci aparecer em minha vida. O poderoso CEO da MGroup afirma que eu era sua funcionária, que tinha outro nome, outra vida... e que meus filhos podem ser dele, É sério isso?
Leer más"Positivo."
Meus joelhos quase cederam quando vi as duas linhas rosas. Eu estava grávida. Leonardo e eu íamos ter um bebê. Por um momento, a felicidade tomou conta de mim. Imaginei o sorriso dele ao ouvir a notícia, o abraço quente que ele me daria, e como tudo finalmente faria sentido. Nós não precisaríamos mais esconder nosso relacionamento. Estávamos construindo uma família.
Respirei fundo e voltei à minha mesa, tentando disfarçar o turbilhão de emoções. Ninguém na MGroup sabia do nosso romance, e era melhor assim. Se alguém descobrisse, com certeza pensariam que o meu cargo de Diretora de Segurança Cibernética era por causa dele, e não por minhas habilidades.
Sentei-me e liguei o computador. Precisava pensar em uma maneira especial de contar a notícia. Algo que fosse a nossa cara. Leonardo e eu sempre adoramos jogos e enigmas tecnológicos, então imaginei esconder a mensagem em um código, algo que ele teria que desvendar.
"Você vai adorar essa surpresa, Léo", murmurei com um sorriso, enquanto começava a programar.
Comecei a criptografar pastas e ocultar a mensagem entre relatórios e arquivos confidenciais. Estou grávida, o código diria, esperando que ele descobrisse. Imaginei sua reação, a surpresa, a alegria.
Enquanto finalizava a tarefa, Nadia, minha assistente, entrou na sala, parecendo preocupada.
"Amber, você está bem?" ela perguntou, franzindo a testa. "Você parece... diferente."
Sorri nervosa, tentando manter a calma. "Estou ótima, Nadia. O que houve?"
"Recebemos um e-mail estranho. Passou por todos os nossos bloqueios de segurança, e ninguém consegue identificar de onde veio. Achei melhor você dar uma olhada."
"Claro, vou ver isso agora mesmo", respondi, e Nadia saiu, deixando-me sozinha novamente.
Abri o e-mail e tentei decifrá-lo. Algo parecia familiar no formato. Três tentativas depois, consegui acessá-lo. E foi então que meu mundo desabou.
Na tela, uma imagem de Leonardo abraçando outra mulher. Martina Ricci, a socialite que eu sempre via nas colunas de fofocas. Eles pareciam felizes, em um evento cheio de glamour. A legenda abaixo da foto fez meu estômago revirar: "O Casamento do Século: Leonardo Martinucci e Martina Ricci unem seus impérios."
Senti o sangue gelar. Meu peito, que antes estava cheio de alegria e esperança, agora se apertava em uma dor esmagadora. Meu Leonardo... ia se casar com outra mulher. Como eu pude ser tão cega? Como eu não vi isso antes?
Minhas mãos começaram a tremer. Peguei o telefone e disquei o número dele, mas o celular só chamava. Uma vez. Duas vezes. Caixa postal.
Tentei de novo. E de novo. Nada.
A raiva começou a crescer dentro de mim. Ele precisava me dar uma explicação. Eu não podia acreditar no que estava vendo. Depois de mais uma tentativa frustrada, finalmente, uma mensagem dele apareceu na tela:
"Não tenho tempo para você agora."
Aquelas palavras secas, sem qualquer consideração, foram a gota d'água. Meu corpo inteiro tremeu, desta vez de fúria. Como ele ousava me ignorar? Eu estava carregando o filho dele, e ele não tinha tempo para mim?
Com um impulso, virei para o computador e comecei a trabalhar. Não podia deixar isso passar. Ele precisava sentir o que eu estava sentindo. Comecei a bloquear o acesso de Leonardo a todos os arquivos principais da MGroup. Se ele achava que podia me tratar assim, estava muito enganado.
"Você vai me pagar por isso, Leonardo", sussurrei para mim mesma enquanto teclava furiosamente.
Mais uma vez, o telefone tocou. Olhei para a tela, esperando ser ele, mas era uma ligação do RH. Ignorei.
Levantei-me de minha cadeira, com a cabeça ainda a mil. Não podia continuar naquela empresa. Não depois de tudo. Caminhei até o RH com passos firmes, ignorando os olhares curiosos que me seguiam pelo corredor. Todos pareciam perceber que algo estava errado, mas ninguém ousava dizer nada.
Abri a porta da sala com força, fazendo a responsável pelo departamento, a Senhorita Joy, pular de susto.
"Amber, eu precisava mesmo falar com você, mas...está tudo bem?" ela perguntou, claramente surpresa com minha entrada brusca.
"Eu me demito", soltei as palavras como uma bala, sentindo a dor e a raiva em cada sílaba.
"Se demite? Mas por quê? O que aconteceu?" Ela se levantou rapidamente, preocupada. "Sente-se, por favor, vamos conversar."
"Não tem conversa, Joy", falei firme. "Apenas comunique a todos. E pode deixar que eu mesma aviso o chefe."
Ela arregalou os olhos, mas não tentou mais me segurar. Eu saí dali tão rápido quanto entrei, sentindo as lágrimas se acumularem nos olhos, mas recusando-me a deixá-las cair. Não agora. Não por ele.
Fui para a saída do prédio, com a cabeça erguida e o coração em pedaços. Se Leonardo achava que podia jogar comigo, estava prestes a descobrir que eu não era alguém fácil de enganar.
Pelo celular pedi um UBER enquanto voltava para minha sala, para pegar alguns papéis que tinha esquecido. Nadia correu em minha direção, mas a parei com o olhar.
"Senhorita, o e-mail, ele...era um problema?" ela falou receosa e eu sorri, negando todos os meus sentimentos.
"Não, Nadia, era apenas uma piada de mau gosto. Encaminhei para o relações-públicas do CEO. Não tem nada a ver com nosso setor." ela concordou. "Eu vou me retirar agora, tenho uma reunião importante. Não me ligue, não estou disponível para ninguém." falei séria, e ela concordou com a cabeça.
"E se o senhor Martinucci ligar?"
"Minha reunião é com ele, querida." ela assentiu e saiu. Olhei para o celular e o Uber já estava próximo. Caminhei pelos corredores da empresa, me despedindo com o olhar. Eu nunca iria aceitar aquilo. Nunca conseguiria entender por que ele me traiu daquela maneira. Foram 12 meses de companheirismo e cumplicidade, quando ele iria me contar que eu era apenas uma distração em seus dias?
Entrei no carro ainda com a cabeça a mil, tinha que ter uma resposta. Eu precisava entender exatamente por que ele tinha feito isso comigo. Puxei o celular e liguei para ele novamente, no segundo toque ele atendeu.
"Amber, eu já disse, agora não!" e desligou, me deixando ainda mais revoltada com toda a situação.
Um ano depoisAmberO sol brilhava alto no céu azul, lançando uma luz dourada sobre os jardins perfeitamente decorados doVilla Eleganzza, o local onde tudo começou. O perfume das flores preenchia o ar, misturando-se com a brisa suave que fazia os tecidos brancos das tendas balançarem levemente. O som suave de música clássica tocava ao fundo, enquanto os convidados se acomodavam, esperando ansiosamente pelo momento que estava prestes a acontecer.Eu respirei fundo, sentindo meu coração acelerar.Hoje era o dia do nosso casamento.Nosso
MagnusO avião pousou suavemente na pista de Missoula, mas meu coração estava tudo, menos calmo. Meu peito ardia de saudade, de desespero, de necessidade. Eu não queria mais perder um segundo sequer. Durante todo o voo, minhas memórias voltavam como um turbilhão. Cada detalhe, cada risada, cada momento com Gabriela. E agora, finalmente, eu me lembrava de tudo.Ela.O amor da minha vida.Eu quis ligar para ela antes, quis avisá-la, mas não. Eu precisava vê-la, precisava sentir sua pele contra a minha, olhar em seus olhos e dizer o que estava preso em meu peito há tempo demais.Eu queria pegá-la entre minhas mãos e beijá-la até que o ar nos falta
AmberTrês meses.Noventa e sete dias.Foi o tempo que esperamos para finalmente viver esse momento.Eu ainda sentia meu coração martelando dentro do peito enquanto segurava delicadamente as pequenas mãos de Francesca e Sophie, agora tão fortes e cheias de vida. Três meses de lutas, de noites mal dormidas, de incertezas, mas finalmente, finalmente, o dia havia chegado.A alta.As nossas filhas estavam completamente recuperadas.Eu e Leonardo estávamos no hospital, acompanhando os últimos procedimentos antes de levá-las para casa. Os médicos e enferme
AmberA manhã estava tranquila, e eu estava sentada na cama do hospital, olhando pela janela enquanto tomava um chá quente. O aroma suave preenchia o ambiente, mas minha mente estava longe dali. Meu coração ainda estava dividido entre a felicidade de estar viva e a ansiedade de ter deixado minhas filhas naquela UTI, pequenas e vulneráveis.O café da manhã estava diante de mim, mas meu apetite era quase inexistente. O som suave do monitor cardíaco, que já nem era necessário, preenchia o silêncio do quarto. Foi então que a porta se abriu, e o médico entrou com um sorriso leve no rosto."Bom dia, senhora Martinucci," ele cumprimentou, puxando a prancheta e olhando os registros. "Tenho boas not&ia
LeonardoMeus dias já não estavam tão tristes quanto antes. Talvez fosse porque Amber estava acordada, ou porque finalmente eu via esperança no fim do túnel. Mas a verdade era que, pela primeira vez em semanas, eu sentia que as coisas estavam começando a se encaixar novamente.Quando entrei no quarto, Amber estava com o celular em mãos, um sorriso suave brincando em seus lábios. Sua voz era baixa e doce, carregada de ternura enquanto falava com Bella e Louis."Eu prometo, meus amores, logo vamos estar todos juntos de novo," ela dizia, a expressão serena, mas com um brilho de saudade nos olhos.A tela do celular mostrava nossos dois pequenos. Bella segurava um dos brinquedos favoritos enquanto Louis, sempre mais contido,
AmberA consciência veio devagar, como se eu estivesse emergindo de um mar profundo e escuro. A dor em meu corpo era o primeiro sinal de que eu estava acordando, uma pressão incômoda em cada músculo, como se tivesse sido atropelada por um furacão. Minha cabeça latejava, minha boca estava seca e pesada, e um zumbido irritante preenchia meus ouvidos.Pisquei algumas vezes, tentando focar minha visão. A claridade me incomodava, mas, aos poucos, as formas começaram a se definir. Linhas brancas no teto. O cheiro forte de hospital. O som suave e constante de máquinas.Onde eu estava?Minha respiração ficou irregular quando tentei me lembrar do que aconteceu. Minha mente era um borrão confuso, como se peda
Último capítulo