Mundo ficciónIniciar sesiónSINOPSE: Apaixonada pelo Fantasma do CEO Bilionário Norman Andrade Paixão não tinha escolha. Brasileira, formada com louvor em Ciências Contábeis e Auditoria, sonhava com uma oportunidade de ouro em uma grande corporação. Quando a amiga Cíntia lhe oferece um simples bico servindo café na Cassani Corporation Security — um império bilionário envolto em mistério — ela aceita, sem imaginar que está prestes a entrar no centro de uma tempestade. No último andar da empresa, Norman sente na pele o peso dos olhares venenosos, das secretárias arrogantes e das intrigas de poder. Mas o que parecia apenas mais um “emprego temporário” vira destino quando ela cruza os olhos com o homem que todos juravam estar morto: Lorenzo Cassani. Só que não é Lorenzo. É Leonardo — o irmão gêmeo, ex-militar de elite, especialista em investigações secretas, que volta às sombras para assumir a identidade do irmão assassinado. O mundo acredita no retorno milagroso do CEO. Mas por trás da fachada perfeita, há um homem frio, calculista, consumido pela sede de vingança e pela necessidade de esmagar as cobras que infestam o império da família. Norman deveria manter distância. Ela é apenas uma funcionária temporária. Ele é o “fantasma” no comando da corporação. Mas quando descobre que a jovem barista tem olhos afiados para os números e coragem para enfrentar verdades perigosas, Leonardo vê nela algo que nunca planejou: uma parceira. Entre conspirações, traições, máfia, paixão e segredos capazes de destruir impérios, Norman precisará escolher: se afastar… ou se perder para sempre no homem que o mundo acredita ser apenas um fantasma. E você? Está pronto para se apaixonar por ele também?
Leer másQuando o silêncio pesa mais que palavras
LEONARDO CASSANI Eu sou Leonardo Cassani. Agora, único herdeiro do Group Mult Internacional Cassani’s Corporation Security. Cheguei e estou aqui escondido para ver com meus próprios olhos o que se desenha por trás de sussurros e gravatas alinhadas. Preciso descobrir o que está acontecendo na empresa do meu pai. Ele já está cansado; carregou esse império nas costas por anos. E esse baque que ele levou agora não vai ficar barato. Hoje eu observo. Segunda-feira, eu ajo. O ambiente à minha volta é de uma formalidade estéril: vozes baixas, passos contidos, tecido escuro por todo lado. O ar tem aquele cheiro de flores cortadas misturado a perfume caro — uma combinação tão educada quanto fria. É um tipo de cenário em que todos ensaiam o papel perfeito: o do aliado solidário, o do sócio atencioso, o do funcionário leal. E, ainda assim, cada palavra dita parece escolhida não para consolar, mas para medir. Medir forças, medir vantagens, medir quanto vale permanecer calado. Eu não me anuncio. Fico à margem, onde ninguém repara. É impressionante como os poderosos esquecem de olhar para as bordas do quadro quando acreditam que o centro lhes pertence. É nas margens que eu coleto o que me interessa: a posição das mãos, o subir de sobrancelhas, os olhares que se desviam rápido demais. O corpo denuncia o que a boca não tem coragem de dizer. Vejo um diretor veterano falando com um conselheiro. Lábios tensos, sorriso curto. Fingem respeito enquanto fazem a contabilidade íntima de suas próprias oportunidades. Outro, mais jovem, acena frenético para alguém do jurídico — tente disfarçar, mas o suor na nuca o entrega. Gente que aprendeu a sobreviver medindo cada risco e cada atalho como quem escolhe onde pisar num campo minado. Eu não nasci para andar de cabeça baixa em campo minado. Eu aprendi a desarmar o terreno. As paredes frias refletem meia dúzia de conversas que não me escapam. Pequenas ilhas de gente importante repetem frases vazias com entonações carregadas. O fundador — o homem que ergueu tudo — não está aqui. E a ausência dele pesa. O peso da ausência transforma gente adulta em crianças nervosas. Eles se esquecem de que um império tem história, raízes e, sobretudo, olhos. Hoje, os olhos sou eu. Não vim falar com ninguém. Vim ver. Vim gravar os nomes que, na segunda-feira, vou chamar pela ordem certa. Cada rosto anotado, cada silêncio classificado. Em breve, não haverá espaço para improviso. O relógio anda devagar quando a estratégia amadurece. Eu sei esperar. Enquanto isso, deixo as memórias empilharem-se com a precisão de um dossiê: contratos, movimentos, alianças. A Cassani’s é uma fortaleza — e fortalezas não caem por ataques frontais. Elas ruem por dentro, em fissuras que começam invisíveis. Eu vim procurar as fissuras. Um assessor de comunicação cochicha para uma gerente de operações. O gesto das mãos denuncia urgência. Ela acena, rígida. Noto o anel caro, a manicure perfeita, a postura que ensaia firmeza — e o pé que b**e no chão duas vezes, rápido, quando o assunto muda. Nervosismo. Medo. Culpa? Não importa o rótulo agora. Importa a reação. Eu caminho por entre as sombras que ninguém nota, e cada passo meu conta uma história que eles fingem não saber que estou contando. Tenho o mapa do prédio na cabeça, as rotas de saída, os pontos cegos das câmeras. Não porque precise fugir. Mas porque conhecer os pontos cegos ensina onde as pessoas se sentem seguras para serem verdadeiras. Ao longe, escuto um corte abrupto de conversa quando um terceiro se aproxima. E então o teatro recomeça: “Sinto muito”, “Força”, “Estamos juntos”. Palavras macias de gente que faria um leilão do próprio aliado se o lance fosse bom o suficiente. Eu sei reconhecer falsidade polida de longe. E sei quanto custa cortá-la pela raiz. Segunda-feira. Eu vou surpreender a todos assumindo a presidência. Quero ver as costas tentando se esconder. Mas de mim, ninguém se esconde. Ninguém. Penso no conselho. Tenho cada cadeira desenhada na mente: quem deve a quem, quem suporta quem, quem troca favores por silêncio. Penso nos acionistas externos — os que surgem como salvadores quando, no fundo, querem apenas o cofre aberto. Penso nos parceiros estratégicos, nas empresas satélite, nos contratos que atravessam fronteiras. Penso, sobretudo, nas mãos invisíveis que apertam pescoços com luvas de veludo. Haverá quem me chame de frio. Haverá quem me chame de cruel. Que chamem o que quiserem. O que ninguém chamará é ingênuo. Perdi o direito ao conforto da ingenuidade há muito tempo. O mundo aprendeu a me ver como um rumor. Deixei assim. O rumor é arma melhor que qualquer patente: ninguém sabe ao certo o que você é capaz de fazer — e por isso, teme o que você pode fazer. Me aproximo do bar discreto no canto do salão. Não bebo. A taça nas mãos dos outros costuma soltar a língua; a minha sobriedade guarda o fio da lâmina. Um garçom me oferece algo — recuso com um gesto curto. Ele se afasta, sem me reconhecer, e isso me serve bem. Invisibilidade é um terno sob medida para quem pretende agir sem ser interrompido. A memória me puxa para a mesma promessa que me trouxe até aqui: reconstruir e purgar. Não apenas manter o que foi erguido, mas limpar o que foi contaminado. O nome Cassani não pode ser moeda em mercado sujo. Não enquanto eu estiver respirando. Há quem se beneficie do caos, há quem lucre com a dúvida. A dúvida acaba segunda-feira. Vejo um corte de cena: três executivos mudam de assunto quando um quarto se aproxima. Sorriso automático, frase ritmada, palmadinhas no braço — tudo aprendido em manual de etiqueta corporativa. O quarto vai embora, e os três voltam a cochichar. Um deles lança um olhar de canto que varre a sala, como quem caça um fantasma. Aqui estou. As luzes, frias. O chão, impecável. O silêncio, pesado. E eu, inteiro. Reviso mentalmente a segunda-feira: — Chegada sem aviso. — Porta da frente. — Conselho reunido. — Documentos preparados. — Três demissões certas. — Duas convocações imediatas. — Um anúncio claro: o jogo mudou. E depois? Depois, cada nome que me observa de longe hoje vai conhecer a diferença entre lealdade e oportunismo. Entre erro e traição. Entre fidelidade e medo. Não há espaço para confusão de termos quando a sobrevivência de um império está em jogo. Avalio as minhas mãos. São firmes, limpas. Não foram feitas para consolar. Foram feitas para construir e esmagar. Construir o que é nosso. Esmagar o que ameaça. Eu não vou chorar. Hoje, não. Quem sabe, depois que pisar na cabeça de todos, eu volte aqui e chore. Talvez eu permita a mim mesmo esse luxo quando tudo estiver no lugar certo, quando cada fenda tiver sido selada, quando os oportunistas tiverem sido varridos. Mas hoje… hoje eu só quero vingança. E todos vão pagar. No instante em que me preparo para sair, um dos executivos ergue os olhos, inquieto, como se tivesse sentido minha presença. O olhar varre as sombras, para bem perto de onde estou. Um arrepio atravessa a sala. E então eu percebo: talvez não seja o único caçador aqui dentro. Segunda-feira não vai ser apenas o meu ataque. Vai ser o começo de uma guerra.Porque toda história merece o seu “felizes para sempre.” NORMAN PAIXÃO CASSANI Estou nervosa.Minhas mãos nunca suaram antes, mas hoje… hoje estão úmidas, trêmulas.Vinte dias atrás, quando acordei e vi Leonardo ao telefone, sussurrando algo que me fez sentir medo, não entendi o motivo daquela sensação.Agora entendo.Naquele dia, o medo era apenas reflexo dos meus hormônios dançando dentro de mim.A sensibilidade da gravidez brincava com as minhas certezas, e eu, sem saber, já começava a sentir o que é ser mãe.Meus bebês agora completam quatro meses.A ultrassonografia morfológica foi ontem — e revelou o que parece um milagre: um casal.Gêmeos, sim, mas com placentas separadas, o que significa que não serão idênticos.Um menino e uma menina.Meu Deus, um casal!Laís e Lorenzo.Quando eu disse os nomes, Leo chorou.E eu, que sempre fui forte, chorei junto.Sabe, parece que foi ontem que entrei naquela empresa apenas para servir café.Nunca imaginei que o “chefe temporário”, o CEO
Quando o amor amadurece, o destino floresce.NORMAN PAIXÃO CASSANI O sol de São Bernardo atravessava a janela da sala dos meus pais como se quisesse participar da conversa.O ar tinha cheiro de café fresco e bolo de fubá — o mesmo perfume que marcou toda a minha infância.A mesa estava posta com flores do quintal da minha mãe, Cláudia Andrade, e tudo parecia tão simples… tão verdadeiro, que por um instante esqueci o peso do sobrenome Cassani.Amaro se levantou.O silêncio se espalhou pela sala quando ele se aproximou do meu pai.O rosto de Amaro Cassani, sempre firme, agora parecia o de um homem prestes a confessar algo íntimo.— Senhor Agnaldo — começou ele, com a voz pausada. — Quero pedir perdão pela demora em vir aqui assumir o meu relacionamento com sua filha.Sei que já conversamos por telefone, mas acredito que assim… pessoalmente, fica mais honesto. Mais digno.Olhei para Laura, que sorria com ternura.O senhor Amaro Cassani — o homem que eu um dia temi só pelo nome — agora f
Quando achamos que não merecemos, mas o presente da vida chega quando não esperamos. NORMAN PAIXÃO CASSANI O dia amanheceu diferente.Não sei explicar — o ar parecia mais denso, o coração mais atento, como se algo estivesse prestes a mudar. Abri os olhos e toquei o lençol ao lado... vazio.Leonardo não estava na cama.Desci as escadas descalça, o piso frio de mármore gelando os pés, e foi ali, na curva do corredor, que ouvi a voz dele.— Preciso desligar. Nos falamos depois.O tom baixo, contido, quase um sussurro.Meu peito deu um salto, e não foi uma sensação boa.Fiquei parada por um instante, escondida atrás da parede, observando o homem que era meu porto — e ao mesmo tempo sentindo o medo mais primitivo de todos: o de perder o que se ama.— Bom dia, Leo! — disse, tentando parecer leve. — Está tudo bem?Ele virou-se, e aquele olhar… não era o mesmo de todos os dias. Não era frieza, mas havia uma calma estranha, distante, como quem carrega algo que não quer dividir.Meu instinto
Toda reconstrução começa pelas mãos certas. LEONARDO CASSANI A Cassani’s Security amanheceu diferente. As paredes ainda guardavam ecos da guerra, mas havia paz no ar — uma paz vigilante, como o som do motor que volta a funcionar depois de uma longa parada.Era segunda-feira quando abri oficialmente as novas vagas. As cadeiras vazias de Henrique, Isabella, Melissa e Sofia pareciam gritar que reerguer a empresa seria mais do que preencher cargos. Era reconstruir confiança.Comecei pelos três setores em desfalque: Jurídico, Financeiro e Recursos Humanos.⚖️ O JURÍDICO Navarro me ligou cedo. O tom firme, igual ao dos tempos de missão.— Tenho um nome pra você, garoto. Um homem que conheci na fronteira, nos tempos da Órion. Se tem alguém que entende de ética e lealdade, é ele.Anotei o nome no caderno.> Capitão Matteo D'Alessandro.Dez anos sem vê-lo. Um homem de poucas palavras e muitas cicatrizes — todas do lado certo da história.— Ele vai aceitar? — perguntei.— Se for por você, ac
Quando tudo que eu queria era amor, segurança e o conforto que ninguém me deu.ISABELLA CONTI FERRAZ Eu lembro de cada som daquela madrugada — o clique da porta da delegacia, o rumor distante de vozes que eu não entendia como minhas, o estalo do salto de Melissa chegando por trás como se fosse uma sentença já escrita. Sinto ainda o calor da sala, o brilho branco das lâmpadas que transformam a pele em porcelana quebradiça. Eu deveria ter sabido que nada terminaria bem. Nunca soube.Quando entraram comigo — Henrique cambaleando, a cara branca de quem tenta fingir inocência, Melissa com os olhos em chamas — pensei em várias desculpas. Em todas as versões possíveis em que eu ainda podia sair dali com algo além do nome esmagado. Mas, naquele instante, o que me atingiu foi uma vergonha tão imediata que me arrastou até o chão.Eles projetaram o vídeo no monitor da delegacia. Não havia mais lugar para negações: minha voz, meus sorrisos, as mãos de Henrique no tecido do meu vestido — tudo fil
O que se esconde entre as paredes vira público. LEONARDO CASSANI Quando as portas se fecharam e os últimos rostos já haviam sido empurrados rua afora em direção às viaturas, eu ainda permaneço em pé, no centro da sala de vidro, sentindo o ar pesado como se a própria construção intentasse me avisar do que eu faria a seguir. Pedi que Isabella, Henrique e Melissa ficassem. Não era interrogatório — era o fechamento do circuito.Eles entraram. O chão parecia ter mais eco do que a poucos minutos — ou talvez fosse a minha cabeça. Todos olhavam para a porta. Pela fresta, mãos se entrelaçaram e, sem alarde, Amaro Cassani atravessou o vão segurando a mão de Noêmia. O impacto foi físico: Isabella interrompeu no meio da frase.— O que está acontecendo aqui? Por que você está de mãos dadas com essa mulher? — gritou, a voz um fio de pânico.Amaro ficou quieto, os olhos frios. Foi Norman quem se mexeu primeiro: correu, abraçou a irmã e sentiu, com a ponta dos dedos, a curva do ventre de Noêmia — a
Último capítulo