Quando o amor amadurece, o destino floresce.
NORMAN PAIXÃO CASSANI
O sol de São Bernardo atravessava a janela da sala dos meus pais como se quisesse participar da conversa.
O ar tinha cheiro de café fresco e bolo de fubá — o mesmo perfume que marcou toda a minha infância.
A mesa estava posta com flores do quintal da minha mãe, Cláudia Andrade, e tudo parecia tão simples… tão verdadeiro, que por um instante esqueci o peso do sobrenome Cassani.
Amaro se levantou.
O silêncio se espalhou pela sala quando ele se aproximou do meu pai.
O rosto de Amaro Cassani, sempre firme, agora parecia o de um homem prestes a confessar algo íntimo.
— Senhor Agnaldo — começou ele, com a voz pausada. — Quero pedir perdão pela demora em vir aqui assumir o meu relacionamento com sua filha.
Sei que já conversamos por telefone, mas acredito que assim… pessoalmente, fica mais honesto. Mais digno.
Olhei para Laura, que sorria com ternura.
O senhor Amaro Cassani — o homem que eu um dia temi só pelo nome — agora f