Quando obedecer também é estratégia
Norman Andrade Paixão
O andar foi esvaziando devagar, como se o peso daquela reunião tivesse drenado até a vontade de falar. As portas se fecharam uma a uma, os saltos se afastaram, e de repente só restamos nós três: eu, Cíntia e André.
Suspirei fundo, abracei a pasta contra o peito e soltei:
— Eu preciso de ajuda.
Cíntia arqueou a sobrancelha. — Ajuda com o quê, amiga?
Olhei para o espaço que até poucos minutos era território da Isabella. O perfume dela ainda pairava no ar, misturado ao veneno do olhar que me lançou antes de sair. Apertei a pasta, firme.
— O senhor Lorenzo pediu que eu mude a Isabella de lugar. — pronunciei devagar, o coração acelerado só de repetir o nome dele. — E eu… eu vou ficar na mesa dela.
Eles se entreolharam. André foi o primeiro a falar:
— Então você quer uma mesa nova?
— Quero. Coloca a dela um pouco mais distante. Eu preciso da minha perto da porta. Quero o espaço limpo, organizado, preparado.
Ele coçou o queixo, pensat