Las Vegas, Giovanna se casa com Lucas, irmão de seu falecido marido, Vitor. O casamento é arranjado para manter a segurança e a estrutura da família mafiosa. No entanto, já na lua de mel, Giovanna percebe que Lucas a vê apenas como um fardo e não tem intenções de ser um marido fiel. Desiludida, ela decide se manter distante e não ceder a ele. Lucas, um mulherengo convicto, se sente desafiado pela resistência de Giovanna e passa a desejá-la ainda mais. Para conquistá-la, promete fidelidade, mas suas constantes viagens e comportamento dúbio despertam a desconfiança dela. Enquanto isso, Felipe, filho de Giovanna e sobrinho de Lucas, começa a se apegar ao tio, chamando-o de pai. Temendo que Lucas esteja apenas desempenhando um papel, Giovanna decide testá-lo. Ela arquiteta uma armadilha para expor sua verdadeira natureza e confirmar se ele realmente mudou ou se continua o mesmo homem que sempre foi. A história se desenrola entre desejo, orgulho, jogos de poder e emoções intensas, enquanto Giovanna luta para proteger seu coração e garantir que, desta vez, não será enganada pelo homem com quem se casou.
Ler maisGiovanna
Eu sabia que meu casamento com Lucas seria diferente.
E põe diferente nisso!Assumir a esposa do próprio irmão falecido, com dois filhos, não era uma situação comum. Mas o que mais doía era enxergar a superficialidade nos olhos de Lucas quando ele me olhava. E o pior? Eu me apaixonei por ele.
Não apenas por sua beleza – embora ele fosse irresistivelmente lindo, com aqueles braços tatuados, a covinha charmosa no rosto e os lábios carnudos. Dio! Mas eu enxerguei além. Ou ao menos achei que enxergava. Me apaixonei por qualidades que, hoje, percebo que ele nunca teve.
Eu sorria com nossas conversas, mesmo quando eram vazias. Me sentia especial, vivendo um conto de fadas. Mas Lucas não era o príncipe da minha história – era o sapo que me iludiu com seu sorriso sedutor, apenas para depois despedaçar tudo com sua falta de amor.
Nosso casamento ruiu diante de suas viagens, sempre cercadas de piranhas. E, enquanto ele se afundava em sua vida de solteiro, cercado pelas piores companhias, eu passei a me enxergar de outra forma. Eu era muito mais mulher para aquele menino que nunca se tornou homem.
Ele continuava vivendo superficialmente, sorrindo superficialmente, amando superficialmente. Mas eu não queria mais essa vida para mim.
Por isso, o mantive longe da minha cama. Ele nunca me tocou. Só que, com o tempo, esse Lucas começou a mudar. Até me prometeu fidelidade. Mas eu já tinha passado por tempestades que me ensinaram a ser mais forte. Então, não caí no seu jogo. Apenas fingi que acreditei.
Porque eu já conheço a dor da decepção. E dói. Dói muito. Mesmo quando sabemos que a pessoa não vale o prato que come.
Foi assim no meu casamento com Vitor. Ninguém enxergava minha dor, porque eu a escondi tão bem que ninguém nunca percebeu o brilho apagado nos meus olhos. Ao lado de um homem que sorria para o mundo e fingia ser cuidadoso, eu suportei o pior. Mas aquela dor me moldou, me tornou uma mulher desconfiada.
Agora, meus olhos meigos escondem um brilho diferente. Determinado. Frio.
Armei um plano para testar Lucas.
Será que ele resistirá às tentações? Será que sua promessa de fidelidade era verdadeira?
Se não for... paciência.
Desta vez, eu escolho ser feliz. Como eu mereço.
Lucas
Tenho vinte e cinco anos, mais de 1,80m de altura e uma cabeleira negra, densa, como manda o padrão da família. Minha constituição é forte, herança genética que veio de geração em geração. Modéstia à parte, sou bonito – assim como todos os homens da minha linhagem.
Venho de uma família nada convencional. Meu avô foi um gangster na época da Lei Seca, e isso passou de pai para filho. Sou filho da máfia e me orgulho disso.
Hoje é o dia do meu casamento.
Mas não se enganem, não há romance aqui. Esse é um casamento de conveniência.
Para os de fora, assumir a esposa do meu falecido irmão, junto com seus dois filhos, pode parecer absurdo. Mas na nossa família, as coisas funcionam de outro jeito. Nunca pensamos em nós mesmos, e sim no futuro do nosso clã.
Giovanna, viúva de Vitor, não poderia se unir a qualquer homem. Ela é jovem demais para ficar sozinha, e temos um círculo fechado ao nosso redor. Quem entra, não sai. E ninguém de fora entra sem nossa permissão. Assumir Giovanna foi uma necessidade, um movimento estratégico.
E, no final das contas, ela devia agradecer. Que outro homem aceitaria se casar com uma mulher com dois filhos pequenos? Quem teria coragem de entrar para a minha família e sobreviver a isso? Eu sorrio, deixando meu humor negro transparecer.
Claro, ela tem seus predicados. Vai ser uma esposa doce, meiga… blá, blá, blá.
Meu pai a escolheu a dedo. Vem de uma família tradicional italiana, órfã de pais, criada por tios na Sicília, que viajaram especialmente para o casamento. Tudo perfeitamente planejado.
Com um copo de uísque na mão, observo meu pai conversando com os tios de Giovanna. Ela está mais adiante, falando com Vincent e Renata.
Penso em Vitor. A lealdade é um dos pilares da nossa família. Cultivamos o afeto, a honra, os valores que mantêm a organização funcionando. Mas Vitor… ele escolheu o caminho da traição. E agora, aqui estou eu, assumindo a responsabilidade que ele deixou para trás.
Não estou feliz, mas também não estou em pânico. Estou aceitando o que precisa ser feito – e com isso, algumas regras bem claras se formam na minha mente:
Primeiro: Minha rotina não muda.
Segundo: Não pretendo abrir mão da minha vida de farras.
Terceiro: Me prender a apenas uma mulher? Nem pensar. Por mais doce e meiga que Giovanna seja, ela representa monotonia. Não consigo me imaginar sem minhas escapadas noturnas. Casamento não significa fidelidade. E, de qualquer forma, eu sempre faço sexo seguro.
Conclusão: Não pretendo ser um santo.
Respiro fundo, sentindo o cheiro de churrasco no ar. Dou um gole no meu uísque e deixo meu olhar percorrer o corpo dela.
Giovanna trocou o vestido pesado de noiva por um curto e leve, verde-escuro. Suas curvas se destacam de uma maneira que eu nunca tinha parado para reparar antes. Os seios arredondados, o bumbum arrebitado... Sim, ela é gostosa.
Isso, pelo menos, eu não posso negar.
É estranho vê-la assim. Sempre foi "minha cunhada", e agora é minha esposa. Essa sensação esquisita ainda não passou. Não sei como vai ser daqui pra frente. Talvez, quando estivermos a sós, tudo mude.
Dizem que o amor acontece quando você menos espera.
Eu, no entanto, não acredito nisso.
Essa ideia de amor arrebatador?
Besteira de filme de Hollywood.
EpílogoUm mês depois...Pedi para Ruan estacionar em frente ao cassino. Meus dedos tremiam de ansiedade enquanto eu segurava o envelope com o exame em mãos. Meu coração martelava no peito, apertado, elétrico. Eu mal podia esperar para contar a novidade a Lucas. Aquela notícia mudaria nossas vidas — outra vez.A secretária, uma senhora gentil de meia idade que sempre me recebia com um sorriso caloroso, me olhou surpresa, mas com ternura.—Preciso falar com Lucas — pedi. —Mas não quero ser anunciada.Ela assentiu com delicadeza, como se já adivinhasse que se tratava de algo importante.Abri a porta devagar. Lucas estava no escritório, atrás da mesa de madeira escura recém-comprada. Vestia roupas casuais, mas havia algo em sua postura — a segurança, a beleza crua, o brilho nos olhos castanhos — que o fazia parecer saído de uma campanha de moda. Um bad boy elegante, meu homem. O pai dos meus filhos. Meu tudo.Ele ergueu o olhar, e um sorriso iluminou seu rosto quando me viu.—Giovanna? —
De repente, ele me afasta. Segura meu queixo com firmeza e força meu rosto a encará-lo. Seu aperto é duro, mas não machuca. Seus olhos, como tempestades prestes a desabar, mergulham nos meus.— Que tipo de resposta é essa?Não desvio o olhar. Quero que ele veja a verdade crua nos meus olhos, sem hesitação.— Eu te amo. E resolvi que... devemos recomeçar do zero.Lucas solta meu queixo devagar. Respira fundo e inclina-se para frente, colando sua testa na minha. Ficamos assim, respirando juntos, como se nossos corpos estivessem tentando se encontrar novamente no silêncio.Ele se afasta apenas o suficiente para me encarar com seriedade.— Isso significa que confiará em mim daqui por diante? Cegamente?A palavra pesa. "Cegamente" é um salto no escuro, um risco. Mas naquele momento, entre o passado que me atormenta e o presente que pulsa diante de mim, percebo que nunca estarei pronta se não tentar. Meu coração bate acelerado e eu digo:— Sim. Cegamente.E antes que a dúvida tivesse tempo
Meu coração se aperta no peito.Dio! Por Lucas?—Entendo. E ele estava bem? Feliz?—Sim, não se preocupe. Renata é uma ótima tia.Eu limpei uma lágrima do meu rosto. —Obrigada senhora Smith. Não consigo deixar de me sentir triste. Que Cazzo! Eu sou uma mãe dedicada e ele pergunta por Lucas? Não consigo deixar de rever a expressão feliz no rostinho dele com a promessa que fiz que hoje nós sairíamos juntos. E agora eu quebro essa promessa com meu sumiço?Desligo o telefone e subo as escadas devagar. Tento não pensar nisso. Felipe é muito noivo para ficar encucado ou magoado e eu não tenho culpa.Vou até o banheiro. Escovo os dentes. Penteio meus cabelos. Meus lábios ainda estão vermelhos com o beijo. Passo um batom clarinho e depois vou até a janela. Olho para o lado de fora. O céu está azul, mas como entramos no outono está frio. As montanhas ao longe e o sol atrás delas é um lindo espetáculo. Olho para baixo e vejo Lucas mais ao longe. Ele está de costas para mim. Está apoiado a u
— Lucas. Como pode agir normalmente? Você me trouxe a força. Você me sequestrou.Lucas gargalha e pega um pão.— Sequestro? Isso não foi um sequestro.— Diga isso à polícia!—Você é minha esposa.—Sua esposa? Você me trouxe amarrada, vendada e amordaçada.—Estávamos te protegendo. Do jeito que anda nervosa, poderia ter provocado um acidente.— Me protegendo? Vocês deturpam as coisas. Só um Bertizollo acha normal uma coisa dessas! Vocês são tão obstinados naquilo que querem que nem pensam nas consequências.—Você está dramatizando tudo. —Lucas me diz com pouco caso e tranquilamente enche a xícara de café e depois a minha.—Lucas! E meus filhos? Felipe e Marcello?—Renata e Vincent ficarão com eles. Hoje Vincent irá leva-los a um parque de diversão. E eles são meus filhos também.Eu ignoro esse último comentário dele e digo:—Dio! Vocês planejaram tudo!—Sim, podemos ser intempestivos, mas cuidamos de todos os detalhes. Agora coma. Eu estou morrendo de fome. Você não?Adiantava argumen
LUCASNo dia seguinte acordo cedo. Procuro com os olhos Giovanna. Ela está adormecida. O lençol cobrindo apenas metade de seu corpo.Os cabelos espalhados no travesseiro. Suas costas nuas. Na hora sinto meu coração se agitar. Afasto os lençóis e me levanto. Sinto uma dor forte no joelho. Mancando pego minhas roupas e me visto. Antes de sair do quarto fito Giovanna novamente, sentindo-me frustrado, e com um sentimento de raiva saio do quarto. Desço as escadas com dificuldade.Sento-me no sofá e fico encarando o vazio, revivendo a noite anterior.Sim, eu a tinha levado ao limite, a deixado louca de desejo e propositalmente parei. A questionei, querendo saber se sua ótica em relação a mim havia mudado. Eu sabia que ela insistiria naquele absurdo que eu não sabia quem era ela. Mas mesmo esperando essa resposta, não consegui deixar de me corroer de raiva quando ela confirmou Como um camaleão de sentimentos, eu não demonstrei o quanto isso me afetava, e a tratei friamente. Ainda assim,
Ele dá um sorriso cínico e fica sério. O cheiro dele e seus olhos pesados sobre mim é uma combinação inebriante. Isso me deixou um pouco desequilibrada. Quando comecei a me afastar senti seus dedos de repente no meu rosto. Meus olhos se arregalaram e meu coração começou a bater duro e antes que eu percebesse o que estava acontecendo ele tomou minha boca com um beijo intenso e quente. O tempo todo me provocando com sua língua, sugando meus lábios. Eu estremeci. Odiava-me, naquele momento por apreciar tanto esse beijo.Quando seus lábios soltaram os meus, eu choraminguei.—Nunca vou perdoar você!Ele correu sua boca no meu pescoço dizendo:— Nunca é tempo demais....Seus lábios tomaram os meus novamente, numa tortura angustiante. Eu estremeci novamente. Seu cheiro maravilhoso era golpe baixo. Seus braços fortes e quentes me trazendo para mais perto do seu corpo me davam um prazer torturante.Seus lábios soltam os meus e correm pelo meu pescoço. Revivo tudo que sofri com ele. Tudo que el
Último capítulo