Mundo ficciónIniciar sesiónÁgatha nunca foi do tipo que abaixa a cabeça. Bonita, ousada e com a língua mais afiada do que deveria, ela sabe como provocar — e gosta de jogar com os limites. Dante, por outro lado, é tudo aquilo que ela detesta: frio, controlador, calculista… mas também o único capaz de acender nela uma chama que beira a loucura. Entre eles, cada olhar é um desafio, cada silêncio, uma guerra, e cada toque, um incêndio prestes a consumir os dois. Ele a chama de vulgar. Ela o chama de arrogante. Ele tenta ignorá-la. Ela o provoca até perder o fôlego. Mas quando o jogo de orgulho, desejo e palavras cortantes se torna perigoso demais, Ágatha e Dante precisam decidir: ou se destroem em meio às chamas, ou aceitam que a única guerra que não podem vencer é a que travam contra os próprios sentimentos.
Leer másO sol queimava com força, e eu começava a achar que o universo estava testando minha paciência.Deitada na espreguiçadeira, chapéu de palha, óculos escuros e uma taça de suco (que bem poderia ser vinho), eu fingia estar em paz. Mas paz era algo que não existia desde o dia em que Gabrielle resolvera aparecer como uma miragem irritante na vida de Dante.Lara flutuava em um flamingo inflável cor de rosa, balançando preguiçosamente.Isabella folheava uma revista de moda, franzindo o cenho como quem julgava cada página.— Então... — Isabella quebrou o silêncio. — A tal Gabrielle é bonita.Suspirei sem virar o rosto. — Bonita é pouco. Ela é uma ameaça de salto alto.Lara gargalhou. — Admite, Ágatha. Você ficou com ciúmes.— Ciúmes? — ergui a sobrancelha, sem tirar os óculos. — Querida, eu sou o ciúme dos outros.Isabella riu. — Isso é o que você diz quando está morrendo por dentro.Elas se divertiam, e eu fingia despre
A conversa da noite anterior ainda ecoava na minha cabeça.A voz dele firme, o olhar frio e o “chega de jogos, Ágatha” soando como uma sentença — ou uma provocação disfarçada de ordem.Ele queria controle.Eu queria quebrar o controle dele.Devia estar aliviada.Mas acordei com vontade de jogar alguma coisa pela janela. De preferência, ele.— Bom dia, temperamental — Isabella brincou, entrando no quarto.— Bom dia, sarcasmo com pernas — rebati, jogando o travesseiro nela.Ela riu. Tudo parecia normal… até o som dos saltos ecoar no hall.Tac. Tac. Tac.Aquelas passadas firmes e confiantes que anunciam problema antes mesmo de aparecer.Levantei, curiosa, e quando desci as escadas, quase engasguei com o café.Uma mulher estava parada no meio da sala.Alta, loira, pele dourada, e um sorriso de quem já sabia o efeito que causava.Vestia um tailleur justo demais pra ser casual.E Dante — meu Dante — estava ao lado dela, com aquela calma polida que me dava vontade de arranhar a parede.— Ent
Dormi no quarto da Lara. Ou melhor — tentei dormir. A cada vez que fechava os olhos, sentia o calor das mãos dele, o gosto do arrependimento no beijo que eu mesma provoquei. E, por mais que tentasse convencer a mim mesma de que saí do quarto por orgulho, sabia que o motivo real era outro: Se eu ficasse, ele teria me feito esquecer o próprio nome. --- De manhã, o sol entrou como um deboche. A Lara dormia espalhada na cama ao lado, cabelos bagunçados, a respiração tranquila de quem não tinha a menor ideia do caos interno da colega de quarto. Levantei devagar, vesti uma das roupas que ele odiava — uma camiseta branca curta demais e um short que desafiava as leis da gravidade. Olhei no espelho e sorri. > “Não quer perder o controle, Dante? Vamos ver até onde aguenta.” --- Desci para o café como se nada tivesse acontecido. Os funcionários congelaram por um segundo quando entrei — um ou dois desviaram o olhar rápido demais. Isabella ergueu a sobrancelha, pousando
Eu podia ouvir o eco das últimas palavras dele ainda na minha cabeça.> “Antes que eu me arrependa.”Pois bem. Que se arrependesse.Ele queria controle — eu queria resposta.E naquela noite, decidi que se ele não iria me enfrentar com palavras, teria que lidar com o que mais temia: perder o domínio.---O relógio marcava quase meia-noite quando terminei o banho.O vapor ainda cobria o espelho, e meu reflexo parecia outro — talvez uma versão de mim que Dante nunca conseguiu decifrar.Peguei a camisola nova — seda fina, vermelha, quase translúcida — uma daquelas compras “inocentes” do shopping que ele tanto condenou.Quando o tecido tocou minha pele, soube exatamente o que estava fazendo.Era provocação.Deliberada.Pessoal.E talvez um pouco perigosa.---O corredor estava em silêncio.A mansão inteira dormia — ou fingia dormir.Quando saí do closet e entrei no quarto, ele já estava lá.Camisa semiaberta, sentado à beira da cama, o olhar perdido na lareira acesa.Não me viu de imediato
Dante saiu logo depois do café, deixando o ar pesado de controle e o som dos saltos da Isabella ecoando pela cozinha.Lara foi a primeira a quebrar o silêncio:— Se eu ouvir mais um pássaro cantando aqui dentro dessa mansão, juro que vou bater na parede até desmaiar.— Dramática. — Falei, ainda mexendo no café. — Você teve uma noite de vinho, piscina e fofoca. Já é quase um retiro espiritual.— Retiro é o cacete. — Ela bufou. — Quero gente, barulho, vitrine, compras.Isabella suspirou, abrindo um jornal com a elegância de quem tenta ignorar um furacão.— O Dante pediu pra não sairmos.— Pediu? — Lara arqueou uma sobrancelha. — Querida, ele não pediu. Ele mandou.Olhei pra Isabella. — E você vai mesmo obedecer?Ela hesitou. — Eu… não sei se é uma boa ideia.Lara encostou o queixo nas mãos, fingindo inocência. — Eu só queria um motivo pra estrear o cartão Black do irmão da minha amiga favorita.O olhar de Isabella saltou do jornal como se tivesse sido atingida por um raio.— O quê?!— I
Acordei com a sensação de ter sido atropelada por um caminhão chamado vinho tinto.Minha cabeça latejava, a boca parecia feita de areia, e o travesseiro tinha um perfume estranho — amadeirado, quente, irritantemente familiar.Pisquei.O braço que estava sobre minha cintura não era o meu.Congelei.Devagar, virei o rosto.Dante dormia ao meu lado.Descalço, camisa aberta, expressão tranquila como se o mundo fosse um spa particular e eu não estivesse tendo um mini colapso existencial.— Merda — sussurrei.Tentei me soltar, mas ele se moveu e o braço dele apertou de leve, como se o corpo soubesse que eu ia fugir.— Não — murmurou, sonolento, a voz rouca. — Fica quieta.— Eu... — engoli o pânico. — Você tá... me abraçando?— Reflexo. — Ele nem abriu os olhos. — Costumo proteger o que me incomoda.— Ah, ótimo. Que romântico. — Revirei os olhos e, num movimento digno de fuga de prisão, consegui escapar.Levantei da cama, tropecei no tapete e corri pro banheiro antes que minha dignidade desm





Último capítulo