131. Dona de mim.
Acordei sem saber que horas eram.
O vestido ainda jogado no chão.
A maquiagem borrada.
O gosto amargo da noite anterior ainda grudado no céu da boca.
Mas não chorei.
O que quer que tivesse dentro de mim, já tinha secado.
Agora restava só um vazio irritado.
Um vazio que queimava como uma ferida recém-fechada.
Tomei banho devagar, deixando a água quente arder na pele — como se pudesse apagar a lembrança de como Dante passou por mim como se eu fosse invisível.
Como se eu nunca tivesse sido nada.
E, de alguma forma, isso me rearrumou por dentro.
Quando terminei, tinha outra postura.
Outro foco.
Outra decisão.
Peguei o celular e as notificações de fofoca pulavam como pragas.
“Nova affair de Dante no evento.”
“Modelo sai sozinha enquanto CEO ignora tensão.”
“Coelho troca de toca: quem é a loira misteriosa?”
Bloqueei tudo.
Um por um.
Até que vi o nome dele.
Dante.
Duas ligações perdidas.
Uma mensagem.
“Precisamos conversar.”
Apaguei a notificação sem abrir.
Me vesti