Mundo de ficçãoIniciar sessãoBabá por Acidente Brenda Lemos Maia, 20 anos, filha de Maria Lemos Maia, 45, e de Victor Smith Maia, 50, sempre viveu de forma simples no Texas. Quando a mãe adoece, Brenda assume seu lugar como diarista na mansão dos Callahan, sem imaginar que sua vida mudaria no instante em que atravessasse aquela porta. No mesmo dia, ela presencia a babá oficial fugir em desespero, depois de enfrentar o fogo cruzado dos trigêmeos Millis Callahan — Meredith, Mark e Michael, 5 anos — crianças inteligentes, carentes e profundamente machucadas pela perda da mãe, Clarice Millis Callahan, falecida aos 30. Sem experiência nenhuma, mas com um coração gigante, Brenda é escolhida de última hora pela governanta para cuidar das três crianças… e acaba conquistando os pequenos no primeiro olhar. Quando o bilionário Brandon King Callahan, 35 anos, retorna e encontra seus filhos agarrados à jovem desconhecida, ele percebe algo que não via há muito tempo: paz. Mas a aproximação entre Brenda e Brandon desperta o ódio silencioso de France Dubois Bishop, 29 — herdeira de uma família falida e determinada a se casar com o bilionário a qualquer custo. Entre segredos, feridas antigas, crises de ciúmes, sabotagens e a descoberta inesperada de um amor capaz de curar o que a perda destruiu… Brenda percebe que aquele emprego temporário pode ter sido o destino abrindo uma nova porta — para ela, para Brandon e para três crianças que só precisavam de amor.
Ler maisA VERDADE QUE DOEU DEMAISA.
A sala de brinquedos estava silenciosa demais para uma casa que abrigava trigêmeos de três anos e meio. — Silenciosa… e triste, Meredith, Mark e Michael estavam sentados lado a lado no tapetinho colorido, cada um com as mãos no colo, sem brinquedos, sem nada estavam de Castigo. A babá, Berta, caminhava de um lado para o outro com os braços cruzados, bufando como se cuidar de três crianças fosse uma maldição pessoal. — Olhem para vocês… — ela resmungou, balançando a cabeça, três pestinhas e pequenos demônios. Não tem jeito para vocês, é por isso que a mãe de vocês foi embora. Não aguentou vocês três nem por um segundo, e sumiu no mundo. Os três levantaram a cabeça ao mesmo tempo. Meredith apertou os lábios, sentindo o coração bater dolorido. Mark puxou o ar, como se tivesse levado um soco e Michael piscou várias vezes, segurando o choro e Beatriz continuou, sem piedade: — A mãe de vocês largou vocês e o pai de vocês, ela foi embora porque vocês são indisciplinados mimados demais. — Vocês acham que alguém suporta criança que vocês são? — Ah, meus queridos… ninguém gosta de criança que dá trabalho, e vocês, são especialistas em criar confusão. Ela ajeitou o uniforme, virou-se para pegar o celular em cima da mesinha e disse: — Fiquem aí. Quem manda nesta casa sou eu, e se levantarem desse castigo, mais tarde ficarão sem sobremesa, entenderam? Eles não responderam, nem conseguiram, a porta bateu atrás dela quando saiu para atender a ligação pelo corredor. — O silêncio que veio depois era pesado. Muito pesado. Mark foi o primeiro a desabar, uma lágrima caiu no tapete. — Meredith… é verdade o que a bruxa falou? — ele sussurrou, soluçando. — A mamãe… não gostava da gente, ela foi embora? —Michael esfregou os olhos com tanta força que ficaram vermelhos. — A mamãe… deixou a gente, é verdade o que a bruxa falou? Meredith respirou fundo, que o peitinho subiu devagar, a babá era má, ela só tinha cinco anos, mas naquele instante… parecia ter mais idade, e entendia mais do que qualquer adulto. Ela virou para os irmãos, limpou a lágrima do Michael com o dedinho e disse firme: — A nossa mamãe não deixou a gente, nossa mamãe está no céu, ela ficou doente, muito, mesmo. O papai falou que ela era boa, e não foi embora porque não gostava da gente, ela amava a gente, e ela foi para o céu, e cuida de nós de la. Os irmãos balançaram a cabeça, chorando baixinho, Meredith enxugou o próprio rosto, e foi aí que ela mudou. Seus olhos verdes ficaram sérios, determinados, com um brilho que só uma criança ferida e forte ao mesmo tempo poderia ter, ela se levantou devagar. Os meninos olharam para ela, esperando que a irmã explicasse o que fazer. Meredith apontou para a estante onde ficava a caixa das tintas que o pai tinha comprado na última semana. — Vamos pegar nossas tintas. Mark arregalou os olhos, Michael abriu a boca num “oh”. — A gente… vai pintar? — Mark perguntou. — Meredith ergueu o queixo, igualzinho o pai quando está bravo. — A gente vai ensinar uma coisa pra ela, gente malvada precisa aprender a tratar bem crianças. Deu dois passos, decidida. — Quando ela voltar, a gente vai falar que tá arrependido… para ela tirar agente do castigo. Meredith pôs as duas mãozinhas na cintura. — Aí ela vai se abaixar… e a gente vai jogar tinta nela todinha. — Michael soltou um risinho cúmplice. — Por quê, Meredith? Meredith respondeu sem hesitar: — Porque ninguém fala mal da nossa mamãe. Nunca, e quem falar não dela agente se vinga! Mark se levantou também, Michael correu até a estante, e juntos, com aquela energia inocente e vingativa que só trigêmeos sapecas possuem, abriram a caixa de tintas coloridas. Meredith escolheu o pote azul, Mark pegou o vermelho e Michael escolheu para o amarelo, ela olhou para os irmãos, levantando o potinho como se fosse um escudo. — Quando ela entrar… a gente dá um banho de tinta nela, porque a mamãe tá no céu… e a mamãe é um anjo. E essa mulher é má, e a gente não gosta de gente má. Os meninos concordaram, decididos, e naquele instante o momento de união e dor… os trigêmeos Callahan deixaram de ser apenas crianças. — Eles se tornaram um trio inseparável. Prontos para defender uns aos outros e prontos para defender a memória da mãe e enfrentar o mundo inteiro, se precisasse. Mas na mente de Meredith, havia algo mais, a ideia de que a mamãe, mesmo longe, sempre estaria com eles, como um farol de amor e esperança. Imaginando o que a mãe diria se estivesse ali, talvez rindo da travessura que estavam prestes a fazer, e isso deu a ela força, e confiança para eles três e resistência a um castigo, um lembrete de que, apesar de todos os desafios, eles ainda eram uma família. E, enquanto as águas da confusão e tristeza os envolviam, aquele novo objetivo — enterrar a mágoa sob uma explosão de cores — lhes incutiu coragem. Afinal, a arte era a maneira deles expressarem não apenas a raiva, mas o amor que ainda havia em seus corações infantis. E assim, no fundo do silêncio, que antes parecia tão opressivo, a promessa de um ato de rebeldia e liberdade começou a florescer como um arco-íris após a tempestade. Eles iriam mostrar que, mesmo pequenos, tinham voz e certas verdades nunca seriam caladas. Ela explicou baixinho, com a precisão de quem provavelmente comandava o universo na vida passada: — Quando ela voltar, a gente fala que está arrependido, que quer sair do castigo, aí ela vai se abaixar… e a gente j**a tudo nela. Eles sentaram novamente no tapete, pinturinhas escondidas atrás das costas. E esperaram, quando a porta se abriu, Beatriz voltou. —Meredith colocou a voz mais doce do mundo:— Tia Bea… a gente tá arrependido… A mulher revirou os olhos. — Aham, que bom, levantem logo—Meredith sorriu, os três se levantaram. — Tia Bea, pode se abaixar pra gente te dar um abraço ? E ela se abaixou, e no segundo seguinte… SPLASH! Azul. Vermelho. Amarelo. Tinta por todo o cabelo, rosto, roupa, braços, sapatos. Beatriz congelou. As crianças também. E então… os três comeram a gargalhar. Gargalhadas tão altas que ecoaram pelo corredor inteiro. — SEUS DEMÔNIOS! — Beatriz gritou, levantando-se suja da cabeça aos pés. — Vocês são demônios! Eu não fico mais aqui! DINHEIRO NEM UM ME FAZ TRABALHAR NESSE INFERNO!!! Ela saiu correndo para o hall de entrada, arrastando a mala. E foi exatamente nesse instante…que a porta da mansão se abriu.Fiquei ali, diante dele, com o coração pulsando tão forte que parecia querer pular do peito. As palavras dele — “desde que minha esposa faleceu” — cortaram o ar, profundas, cheias de um sofrimento que parecia nunca ter encontrado repouso. — Por um instante, vi o homem além do terno impecável; um homem ferido, cansado, tentando desesperadamente ser suficiente para três crianças que amavam demais e perdiam demais.Eu abri a boca para responder, mas a voz não saiu de imediato.Respirei devagar, tentando encontrar firmeza dentro de mim.— Senhor Callahan… eu… eu só fiz o que minha mãe fazia comigo quando eu era pequena — respondi, baixinho, mas com sinceridade. — Não existe fórmula… só cuidado.Ele me olhou como se tentasse decifrar quem eu era.Ou talvez como se tentasse entender por que, justo agora, algo tão simples parecia extraordinário.— Não é simples — ele rebateu, quase em um sussurro travado. — Nada com eles tem s
Os trigêmeos dormiam tranquilamente, como três anjinhos exaustos, entregues a um sono profundo após um dia repleto de aventuras que incluíram alimentação, pintura e muitas travessuras. — Cuidadosamente, eu os acomodei, cobrindo cada um com um leve lençol adornado com pequenas estrelas bordadas, que conferiam e um toque mágico ao ambiente. O quarto infantil estava envolto em silêncio, impregnado com o aroma do shampoo e o doce perfume do suor infantil, um cheiro que evocava a inocência e a alegria de uma infância despreocupada. — Ao fechar a porta lentamente, a Dona Laura, com seu olhar maternal e um sorriso afável, aquecia meu coração ao comentar: — Viu como você tem jeito? — Eu respondi em um sussurro, com a voz tremulando: — Não sei... É meu primeiro dia, estou apreensiva, e preciso conversar com minha mãe, pois vim para fazer faxina; nunca imaginei que me pediriam para ser babá. A responsabilidade de cuid
CONTINUAÇÃO – GUERRA NA HORA DO ALMOÇOSe o jardim tivesse sido tranquilo, o almoço… Foi outra história. —Eu sentei as três crianças na mesa da cozinha, cada uma com seu pratinho colorido, tudo cortado bonitinho, certinho, do jeito que uma casa de bilionário faz. E no exato segundo em que os pratos encostaram na mesa… começou o caos.— Eu não gosto de brócoliiiiis! — Mark gritou, quase caindo da cadeira.— Eu não quero beterraba! — Michael reclamou, empurrando o prato com a cara fechada.— Eu não vou comer essa batata aí! — Meredith decretou, fazendo o biquinho mais autoritário que eu já vi em uma criança de cinco anos.Eu respirei fundo, “Pronto, vai começar a terceira guerra mundial.” — Os três cruzaram os braços ao mesmo tempo. Pareciam um mini sindicato infantil.— A gente quer batata frita com filé! — os três disseram, em coro ensaiado.Ah, meu Deus, me socorre, eu fiz exatamente o que minha mãe fazia quando eu e meus ir
PRIMEIRO DIA DE BABÁ Eu aceitei o contrato, concordei em morar na casa e trabalhar de segunda a sábado. —Mas, ao olhar para os três — três crianças lindas, inteligentes, sapecas, traumatizadas e cobertas de tinta até nas orelhas — uma pergunta ecoou dentro de mim: — Como eu, Brenda Lemos Maia, vou conseguir ser babá de três anjinhos que… não são exatamente anjinhos? — Respirei fundo e disse a mim mesma: — Vai, Brenda, você consegue, se Deus te trouxe até aqui, é porque você é capaz. — Bati palmas suavemente: — Certo, crianças… vamos conversar. — Eles pararam imediatamente, os três virando para mim ao mesmo tempo, como um trio sincronizado, igual a passarinhos que escutam um barulho novo. — Vocês pegaram a tinta de vocês e deram um banho na babá, não foi? — Siiim! — eles responderam, muito felizes para quem acabava de cometer uma tentativa de homicídio por pintura. — Ok… — respirei fundo. — Vocês gostam de tinta, não é? E gostam de pi
A BOMBA DA DONA LAURAEu ainda estava tentando entender como, em questão de minutos, eu tinha sido contratada como babá de três anjinhos loiros de olhos verdes, quando percebi que havia um porém.Tinha alguma coisa errada, só podia ser pegadinha.E quando eu, finalmente, consegui me livrar do abraço dos trigêmeos, virei para a governanta:— Dona Laura… por que a senhora me contratou desse jeito? — perguntei, ainda atônita. — A senhora parece desesperada, esses três anjinhos não fazem mal a ninguém! Olha essa carinha, eles são uns amores!A governanta respirou fundo.Bem fundo.E me lançou um olhar que fez minha espinha gelar.— É aí que você se engana, querida.Eu pisquei.— Como assim…?— Ela apontou discretamente para os três, que agora brincavam entre si, rindo como se fossem a representação viva da inocência.— Essa é a Meredith, — ela começou. — A que está rindo mais alto
A PROPOSTA IMPOSSÍVELEu ainda estava sentada no chão, com trigêmeos grudados em mim como se eu fosse um travesseiro humano, quando ouvi a governanta soltar um suspiro profundo, como se tivesse perdido dez anos de vida em dois minutos. — Meu Deus do céu… — ela murmurou, observando a cena como se estivesse vendo um milagre impossível. — Eles nunca… NUNCA… fizeram isso com ninguém.— Eu piscava, tentando me equilibrar enquanto Meredith subia no meu colo, já decidida a me reivindicar como sua propriedade. — Dona Laura… — eu tentei falar, meio sem ar. — Eles só estão carentes… são bebês ainda… — Eles têm três anos e meio, — ela corrigiu, com um olhar que misturava preocupação e respeito. — E são mais perigosos que uma bomba-relógio. Mas você…Ela se aproximou, segurando meu braço com intensidade. — Você… conseguiu que eles gostassem de você. Em TRINTA segundos, Brenda, você tem noção do que isso significa?— Eu balancei a ca
Último capítulo