— Não foi assim. Eu iria te contar, só não sabia como — ele diz, se aproximando mais de mim.
— Por favor, bonequinha, me dê outra chance.
As palavras dele ecoam na minha mente como se fossem meu maior pesadelo. Meu medo mais íntimo. E ali, naquele instante, eu soube que não poderia perdoar esse segredo. Podem me chamar de mimada, de tudo que quiserem… mas eu não aceito ser feita de idiota.
Me afasto, mas ele me puxa de volta. O perfume dele invade minhas narinas, familiar e perturbador.
— Não faz isso — digo, olhando nos olhos dele.
— Desde quando nosso amor acabou? — ele pergunta, acariciando meu rosto com delicadeza, me olhando com aquela expressão que sempre me desmonta. — Vamos lá, bonequinha… Eu não menti pra você por mal. Tinha muita coisa em jogo. Não queria te envolver nos meus problemas com a Ana. Mas sempre soube que te amo.
Respiro fundo, exausta. Pensando na confusão que estou vivendo. Na bagunça que virou meu coração.
— Eu vou viajar. Só me dá um tempo pra pensar em tudo