Mundo de ficçãoIniciar sessãoEla perdeu o pai para a máfia. Agora, pertence ao homem que destruiu sua vida. Disfarçada de “Léo”, um suposto menino mudo, Luna sobrevive como escrava de Alessandro Morano — o mafioso que a mantém sob seu domínio sem saber quem ela realmente é. Entre ódio e desejo, silêncio e segredos, Luna se vê presa em uma teia perigosa onde apenas duas escolhas existem: revelar sua identidade… ou se entregar ao homem que a possui. "A posse do mafioso" é uma história de amor sombrio e obsessivo entre dois personagens de mundos diferentes. Ele é um poderoso mafioso, conhecido por sua crueldade e controle. Ela é uma garota que foi forçada a viver nas ruas por medo, lutando para sobreviver em um mundo hostil. Avisos de Conteúdo: Leitura +18: contém cenas explícitas de sexo, violência e linguagem imprópria. Dark Romance: relacionamento intenso, tóxico e de poder desigual. Gatilhos sensíveis: coerção, abuso psicológico, violência física e emocional, traumas, vingança, perda e luto. Não recomendado para leitores que buscam histórias leves ou romances convencionais.
Ler maisA chuva caía pesada sobre Nova York, lavando o asfalto, mas não a dor que eu carregava no peito. Aos quinze anos, eu já havia visto mais do que qualquer jovem deveria. Meu pai, um pequeno traficante de drogas, nunca fora um homem bom. Depois que minha mãe morreu, ele ficou responsável por mim, mas a negligência e os maus-tratos eram constantes. Sua presença em casa era sempre acompanhada de gritos, xingamentos e violência.
Além disso últimamente eu estava assustada só de pensar em ir para o colégio. Recentemente, alguns homens do bairro, vizinhos nossos, haviam começado a me perseguir. Um deles, o Teddy, chegou a puxar meus cabelos e me encurralar num beco escuro. — Ei, princesa, onde vai? — ele disse, com um sorriso nojento. Os outros dois, Mike e Jake, riam atrás dele. Então segurou meu pulso com uma força brutal, enfiando a mão por dentro da minha camisa do colégio e apertando meu seio com uma violência que me fez gritar de dor e revolta. Ele tentou me beijar, mas eu reagi com um chute nas suas bolas. — Me larga, seu idiota! — berrei, meus olhos cheios de lágrimas de raiva e um medo que eu tentava desesperadamente esconder. — Se tentar me tocar de novo, eu acabo com você! Aborrecido segurou meu rosto com força. — Ora, sua vadiazinha, vou te ensinar uma lição! Desesperada, mordi a mão dele até sentir o gosto metálico do sangue. Teddy soltou um grito de dor e me soltou, xingando enquanto tentava me acertar com um tapa. Eu fui mais rápida, escapei do seu alcance e corri, ouvindo as risadas dos outros dois zombando dele. Corri até não aguentar mais. Mas, infelizmente, aquilo não era o fim. Algo muito pior estava por vir. Na manhã seguinte, desci as escadas do nosso apartamento, ainda assustada, mas pronta para enfrentar mais um dia. Meu pai estava na cozinha, já totalmente bêbado, mesmo sendo tão cedo. Ele me encarou com um olhar que eu nunca tinha visto antes — lascivo, perverso. Um frio correu minha espinha. — Meu Deus, Luna, você com certeza é a resposta às minhas orações — ele disse, segurando meu queixo com força. — Nunca tinha reparado como está ficando bonita… Quase tão bonita quanto a vadia da sua mãe. Puxei o braço dele, revoltada. — Não fale assim da minha mãe! Ela sempre fez tudo por você! Viveu só pra você, e você nunca deu valor! Ele riu, um som rouco e ameaçador que ecoou na cozinha suja. — Valor? Sua mãe era uma puta, Luna. E você é igual a ela. Tenho uma dívida enorme com Alessandro Morano você vai servir de pagamento. Acho que ele vai gostar de ter uma garotinha ruiva como você no bar dele. A náusea e o pânico tomaram conta de mim. Antes que ele pudesse me agarrar, dei um soco no rosto dele. O golpe o surpreendeu e ele cambaleou. Aproveitei para correr, trancando-me no porão. Meu coração parecia querer sair pelo meu peito. Eu sabia que não poderia mais ficar ali. Passei o dia inteiro trancada, enquanto ele xingava e ameaçava. Só no final da tarde ele saiu, deixando-me temporariamente sozinha. Tentei fugir, mas todas as portas e janelas estavam trancadas com cadeados. Só abriria com as chaves que estavam com ele. Chorei muito, imaginando o que ele faria comigo quando voltasse. Enquanto a noite caiu, eu ainda tentava, em vão, encontrar uma saída. De repente, ouvi vozes grossas e risadas brutas do lado de fora. O sangue gelou nas minhas veias. Escondi-me novamente no porão, tremendo de medo. A porta da frente foi arrombada com violência, e três homens entraram, arrastando algo pesado e jogando no chão com um baque surdo. Pelo cheiro metálico que invadiu o ar, eu sabia: era o corpo do meu pai. — Você se meteu onde não devia, seu idiota — disse um deles, cuspindo no corpo. — Agora serve de recado. Ninguém mexe com os irmãos Sullivan. Fiquei paralisada. Os Sullivan? Eram conhecidos como traficantes implacáveis, temidos por todos. — Por que a gente teve que arrastar o corpo desse idiota até aqui, Tom? — perguntou um segundo homem, com voz mais aguda. — Por isso, irmão — respondeu Tom, e ouvi o som de uma moldura de vidro sendo quebrada. — Olha essa coisinha aqui. É a filha dele. Meu sangue gelou. Eles tinham encontrado a foto que ficava na estante da sala. — Nossa, desde novinha já é gostosa — disse o terceiro, com um assobio baixo. — Será que é virgem? — Não sei só sei que… — continuou Tom —, eu vi o velho fazer negócio com o Morano com a foto dessa garota. E o Morano ficou tão doido por ela que disse que, além de perdoar a dívida, ainda ia pagar o triplo por ela. É uma raridade, disse ele. Ruiva de olhos azuis. — Onde será que ela está? — Bom se não está aqui, provavelmente está no colégio. — Então vamos encontrar essa gracinha — disse o segundo homem. — Se for virgem, a gente cobra mais caro. Ouvi os passos deles saindo da casa. Fiquei paralisada no escuro, o coração batendo tão forte que eu temia que eles pudessem ouvir. Eles iam me caçar. Eu era uma mercadoria valiosa, um troféu para Morano. Na escuridão do porão, meus olhos se ajustaram e encontraram um velho espelho sujo num canto. Me aproximei, e vi meu rosto pálido refletido na superfície embaçada. Meus olhos azuis, cheios de medo. Meus longos cabelos ruivos, a causa de toda essa desgraça. Foi então que a ideia surgiu, como um último fio de esperança no meio do desespero. E se eu não fosse mais a Luna? E se eu fosse outra pessoa? A pergunta ecoou na minha mente. Era uma ideia louca, perigosa, mas era a única que eu tinha. Era a minha única chance de sumir...Narrado por Luna Dentro do cofre, além de pilhas de dinheiro e joias reluzentes, havia uma pasta discreta. Ignorei os valores e a abri. Meus olhos correram sobre documentos que detalhavam esquemas complexos de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. E então, encontrei um relatório médico antigo, amarelado pelo tempo.Era o laudo da esposa de Alan.Meus dedos tremeram ao segurar o papel. Não foi uma morte por enforcamento, como ele sempre espalhou. O laudo, claramente adulterado à força, originalmente indicava estrangulamento. As marcas no pescoço da vítima eram inconsistentes com suicídio. Detalhes forenses descreviam fraturas na cartilagem tireóidea e hemorragias petequiais que só ocorriam em casos de força externa brutal.Alan matou a própria esposa. Ele usou um médico corrupto para forjar o laudo, culpando inimigos imaginários para consolidar seu poder e ganhar a simpatia de outros mafiosos.Uma onda de nojo e horror me atingiu. Meu Deus... Alex sabia disso? Ele sabia que seu
Narrado por Luna O grito de Alan ainda ecoava no ar, me chamando impaciente e furioso. — Laura não tente fugir de mim, jamais conseguirá!Mas quando pulei para a segunda varanda – a do seu escritório secreto – algo mudou. Ao me virar, nossos olhos se encontraram por uma fração de segundo, e foi o suficiente. Ele viu. Viu o nojo estampado no meu olhar, a máscara de Laura Miller descendo por completo. Foi como se aquilo o acordasse de um sonho. A venda caiu.Alan nunca foi um idiota, eu sabia. Ele era um falcão. Talvez sempre soubesse que "Laura" era algo muito além da fachada, mas resolveu brincar comigo, me fazer mostrar quem eu realmente era. Ele estava brincando comigo esse tempo todo. Maldito!Um frio percorreu minha espinha. Ele era um inimigo simplesmente magnífico, apesar de ser um monstro. Afinal, era o pai de Alex. Mesmo que o próprio Alex o odiasse, ambos compartilhavam da mesma inteligência afiada, dos mesmos instintos estratégicos e de uma frieza calculista quando necessá
Narrado por LunaApós falar com Alex, fiquei agitada e profundamente preocupada. Suas ameaças de vir até a Sicília me tirar à força da mansão, mesmo ainda se recuperando, eram um risco que não podíamos correr. Alex e seus homens, enfraquecidos e com poucas armas, não teriam a menor chance contra o arsenal de Alan. O desespero bateu à porta, mas tentei me agarrar à positividade. Eu estava ali por um motivo: o dossiê. Sairia dali com ele nas mãos. Havia prometido a Alex apenas mais uma noite. Além do mais, não suportava mais o cheiro do perfume daquele homem. Só de pensar, sentia nojo.Algumas horas se passaram. Eu ainda estava trancada no quarto, sem ter saído o dia inteiro. Sabia que Alan estava no seu limite. E eu também.Então, ouvi os nós dos dedos dele batendo na minha porta. O som ecoou como um tiro de advertência. Seu toque transbordava uma segurança que me gelou o meu sangue.— Laura!— Meu Dom? — perguntei, forçando minha voz a soar suave e sensual — embora estivesse bastante
Narrado por LunaAo entrar no quarto mais uma vez, de manhã, depois de tomar mais um pouco de sol na piscina, soltei um suspiro profundo, esgotada. O peso daquela farsa era uma âncora me arrastando para o fundo. Dez dias. Dez malditos dias me fingindo de Laura Miller, uma garota fútil, patricinha, cujas maiores preocupações eram moda, redes sociais e garotos fictícios que Marco e Vittorio inventavam para eu tagarelar ao telefone. Era mentalmente exaustivo.E, até agora, inútil. A chave, aquela maldita chave de bronze, pendurada no escritório de Alan, continuava tão inalcançável quanto no primeiro dia. Cada vez que eu entrava naquela sala, sob seu olhar pesado e possessivo, sentia-a me chamando, um objeto tão pequeno carregando o peso do nosso futuro.Mas o que mais me deixava tensa, o que fazia meu estômago se contrair em nós de ansiedade, era a impaciência crescente de Alan. Durante esses dez dias, eu mantive o jogo de sedução perigosamente no limite, sempre recuando no último segund
Narrado por AlexFoi então que Tsurushi, com aquela calma exasperante que sempre o caracterizou, começou a falar. E quando as primeiras palavras saíram, foi como se o chão desabasse sob os meus pés.Ela estava lá. Na própria mansão de Alan. Sozinha. Interpretando um papel.Uma tempestade de emoções contraditórias explodiu dentro de mim. Orgulho por sua coragem inabalável. Terror puro, visceral, ao imaginar ela nas garras daquele monstro. E uma fúria cega, tão intensa que fez o quarto de hospital girar diante dos meus olhos.— Como demônios você deixou que isso acontecesse, Tsurushi? — gritei, minha voz um rugido rouco que ecoou nas paredes brancas, fazendo até Marco, um homem durão acostumado com violência, recuar um passo.— Senhor, precisávamos dela — Tsurushi respondeu, sua voz imperturbável como uma rocha. — Ela foi a única capaz de acalmar os homens depois do ataque. E ela era a única que tinha a chave, a informação para desmantelar Alan.— Como assim, 'a única'? Você expôs a min
Narrado por AlexAcordei ao sobressalto, um grito preso na garganta. A luz branca do quarto cortou meus olhos como uma faca. Tentei me mover, mas meu corpo era um peso morto, ancorado à cama por uma rede de tubos e fios. Monitores apitavam em ritmo constante ao meu redor, suas luzes eletrônicas piscando com um barulho chato. A respiração era um exercício doloroso, cada inspiração um esforço consciente.“Onde estou? O que aconteceu?”A porta se abriu e um homem de jaleco branco entrou, seus olhos se arregalaram ao me ver consciente.— Santo Deus... você acordou! — ele exclamou, antes de se virar e gritar para o corredor. — Ele acordou! Chamem a equipe! Rápido!O burburinho começou do lado de fora. Senti um toque no meu braço, tentei levantar, mas meus músculos não responderam. Uma névoa pesada envolvia meus membros, a sensação estranha e familiar de um tranquilizante de alta potência.— Tirem essa merda de mim — tentei rosnar, mas minha voz saiu como um sussurro rouco e quebrado.Foi e
Último capítulo