Sinopse Emanuelle, uma jovem corajosa e resiliente, cresceu em uma realidade difícil após a perda dos pais. Sua tia, sua única família, não lhe oferecia mais do que um teto para morar. Ela vivia uma vida de privações, sem amor e sem luxo, constantemente humilhada. Ao longo dos anos, Emanuelle mantinha a esperança de que sua vida melhoraria, mas infelizmente, as coisas só pioraram. Ela enfrentava desafios diários, lutando para sobreviver em meio às dificuldades. No entanto, tudo mudou em seu aniversário de 18 anos. Sua tia a surpreendeu com a notícia de que havia preparado uma festa para ela. Emanuelle ficou surpresa e, ao mesmo tempo, esperançosa por um momento de alegria em sua vida tão difícil. Porém, nem tudo são flores, sua tia não tinha preparado uma festa para Emanuelle, e sim tinha vendido sua sobrinha para um mafioso que estava procurando uma moça virgem. Vamos embarcar na história de Emanuelle e descobrir o que o destino preparou para ela?
Leer másMinha vida mudou completamente naquele dia fatídico. Tudo parecia acontecer em câmera lenta, como se o tempo tivesse parado. Eu, com apenas 5 anos, me vi órfã, sem meus pais, meu alicerce, minha segurança.
Enquanto a notícia se espalhava, senti um vazio profundo se instalar dentro de mim. Meus pais, que sempre estiveram lá para me proteger e me amar incondicionalmente, foram tirados de mim de uma forma tão repentina e cruel.
Minha tia Regina, que se tornou minha guardiã após a tragédia, não era uma boa pessoa. Ela não tinha o mesmo amor e carinho que meus pais tinham por mim. Ao contrário, ela me tratava com indiferença, como se eu fosse apenas um fardo em sua vida.
Minha infância, que antes era repleta de amor e cuidado, transformou-se em uma vida de sofrimento e humilhação. Minha tia não me dava nada além de um teto para morar, e eu vivia uma existência solitária e dolorida.
Enquanto crescia, percebia cada vez mais a diferença entre o amor que meus pais me deram e a frieza que minha tia demonstrava. Eu ansiava por aquele amor perdido, por aquele abraço protetor que apenas meus pais podiam me dar.
Apesar de todas as dificuldades, eu nunca perdi a esperança. Dentro de mim, havia uma chama que se recusava a se apagar. Eu sabia que merecia mais do que aquela vida de privações e desprezo.
Com o passar dos anos, eu me tornei determinada a mudar minha situação. Eu estava determinada a construir uma vida melhor para mim mesma, uma vida que honrasse a memória dos meus pais.
Encontrei refúgio nos estudos, dedicando-me com afinco para alcançar um futuro promissor. Cada conquista acadêmica era uma forma de honrar meus pais, mostrando a eles que seu amor e sacrifício não foram em vão.
Enquanto lutava para superar os obstáculos que a vida me impunha, eu também buscava apoio em pessoas positivas e inspiradoras. Encontrei amigos verdadeiros, que me apoiaram e me encorajaram a seguir em frente, porém a tia Regina me proibia de vê-los
Aos poucos, comecei um plano para me libertar do domínio de minha tia Regina. Conforme ia me tornando mais independente, percebi que eu era capaz de criar minha própria história, longe da sombra do passado.
No dia do meu aniversário de 18 anos, minha tia me surpreendeu falando que iria sair comigo para fazer compras, pois tinha que estar apresentável para uma festa que ela estava organizando para mim.
Um fio de esperança brilha em meu ser, talvez ela me veja como sua sobrinha a final, e tudo que ela fez foi para me fortalecer como pessoa.
— Quero o vestido mais lindo que você tem nesta loja para esta jovem. — Fala minha tia para a atendente.
— Ela é linda, então vou encontrar um vestido que realce ainda mais as curvas dessa bela moça. — diz a vendedora.
— Perfeito — fala minha tia e desconfio o porquê ela quer tanto que me destaque se ela sempre fez de tudo para me esconder.
Enquanto a vendedora busca o vestido perfeito, sinto um misto de emoções dentro de mim. A desconfiança em relação às intenções da minha tia ainda paira no ar, mas também há uma pequena centelha de esperança de que talvez ela esteja mudando, de que talvez ela finalmente esteja vendo o valor em mim.
Enquanto experimento o vestido, me olho no espelho e vejo uma transformação acontecer diante dos meus olhos. Aquele vestido, com seu corte elegante e tecido delicado, realça a minha beleza de uma forma que nunca havia experimentado antes. Sinto-me confiante e poderosa.
Ao sair da loja com o vestido escolhido, minha tia parecia satisfeita. Ela me olha com um olhar diferente, como se estivesse vendo algo novo em mim. Será que finalmente ela está reconhecendo o meu valor?
Seguimos para um salão onde ela pediu para fazer meus cabelos, unhas e uma leve maquiagem. Estava encantada com tudo que estava acontecendo, e me segurava para não chorar, pois não queria estragar a maquiagem.
… No carro, enquanto seguíamos para o local da festa, minha mente estava uma tempestade. Será que eu tinha finalmente ganhado o afeto dela? Será que, depois de tantos anos de rejeição, eu tinha conseguido conquistar um espaço no coração da mulher que me criou — mesmo que com frieza?
Chegamos a uma mansão iluminada, que eu jamais imaginaria que minha tia teria acesso. Luzes de cristal pendiam da entrada principal, e uma passarela de tapete vermelho se estendia até a porta. Parecia um sonho. Ou uma armadilha.
— Lembre-se de sorrir — ela sussurrou enquanto me guiava para dentro, com a mão pousada levemente em minhas costas.
A sala estava cheia. Gente bem-vestida, copos de cristal tilintando, risos ensaiados. Um ambiente luxuoso, elegante, e extremamente desconfortável para mim. Todos os olhares se voltaram quando entramos. Senti meu coração acelerar. Era por mim aquele evento? Ou por ela?
— Esta é minha sobrinha — ela anunciou com um sorriso orgulhoso, mas que não alcançava os olhos. — Finalmente está pronta para assumir seu lugar.
Seu lugar?
As palavras ficaram ecoando na minha cabeça enquanto as pessoas se aproximavam para me cumprimentar. Alguns sorriam com simpatia, outros com uma curiosidade fria, como se estivessem analisando um item de vitrine. E eu, confusa, apenas sorria de volta, tentando entender o que tudo aquilo significava.
Horas se passaram. Fui apresentada a várias pessoas influentes — políticos, empresários, figuras importantes da alta sociedade. Todos pareciam conhecer minha tia muito bem. E, estranhamente, todos pareciam ansiosos por me conhecer.
Em certo momento, uma mulher elegante, de cabelos grisalhos e olhos cortantes, se aproximou.
— Então essa é a menina. — Ela me observou dos pés à cabeça com um olhar afiado. — Você realmente é bonita. Vai dar conta do recado, Regina.
— Vai sim — respondeu minha tia, ainda com aquele falso sorriso. — Ela foi criada para isso.
Aquela frase me congelou por dentro.
Criada... para isso?
Afastei-me por um instante, dizendo que precisava de um pouco de ar. Saí pela lateral do salão e encontrei um jardim iluminado por pequenas luzes penduradas entre as árvores. Sentei-me em um banco, tentando controlar a respiração. Havia algo de errado. Muito errado.
Pela primeira vez em muito tempo, desejei voltar para o meu quarto apertado, para a solidão segura da minha antiga rotina. Aquilo tudo não era carinho. Era outra coisa. Um plano.
Foi então que ouvi duas vozes atrás de mim, do outro lado da cerca de heras.
— E ela nem imagina, não é? — disse uma voz masculina.
— Claro que não — respondeu uma mulher, rindo com desprezo. — Regina escondeu tudo até hoje. A garota acredita que isso é uma festa de aniversário.
Meu estômago revirou.
Eles estavam falando de mim. E de algum segredo que eu não fazia ideia.
Voltei para a festa com passos firmes, mas por dentro, era como se cada célula do meu corpo gritasse. Eu precisava descobrir a verdade. Precisava entender o que minha tia estava planejando. Porque agora eu tinha certeza: aquilo não era sobre amor. Era sobre controle. E eu não seria mais a marionete de ninguém.
— Tia Regina, podemos conversar? A sós? — perguntei, encarando-a com uma calma ensaiada.
Ela me olhou, surpresa, mas assentiu com um leve movimento de cabeça.
Enquanto caminhávamos para um corredor lateral, eu senti o peso do meu passado nos ombros... mas pela primeira vez, eu também sentia o poder do meu presente. Algo em mim havia mudado. E, seja qual fosse a verdade que ela estava escondendo, eu estava pronta para enfrentá-la.
Samuel narrando...Fiquei ali, parado no centro da suíte, como um idiota esperando que ela saísse. Cada segundo era um peso no meu peito, e cada palavra dela ainda queimava dentro da minha cabeça."Você nunca vai possuir o que é meu."O barulho da porta do banheiro se abrindo me despertou do transe. Ela apareceu, impecável, como se não tivesse acabado de me despedaçar com um discurso afiado como lâmina. E talvez tivesse mesmo.Respirei fundo, tentando controlar a tensão na voz.— Emanuelle… como vai ser agora? — perguntei, baixo, quase numa súplica. — Precisamos consumar nosso casamento. Você sabe que preciso apresentar o lençol manchado de sangue para a cúpula da máfia.Ela não hesitou nem um segundo. — Não seja por isso, querido marido.A maneira como disse “querido” soou como uma sentença, não como afeto. Caminhou até a mesa de cabeceira, abriu a gaveta e retirou o punhal que havia deixado ali. Um punhal. No nosso quarto de núpcias. Eu deveria ter me perguntado porque antes
Narrado por EmanuelleO sorriso no meu rosto era tão bem ensaiado quanto cada passo dado naquela cerimônia. Um leve inclinar de cabeça, um olhar doce, a taça erguida na altura perfeita — todos os gestos que a etiqueta exigia da nova Sra. Montes.Mas por dentro, havia uma tempestade.Oito meses. Oito meses desde que Regina me entregou como moeda de troca no meu aniversário de dezoito anos. A menina que soprou velas naquele dia morreu pouco depois. Queimou com cada palavra venenosa, com cada toque frio de um homem que não olhava para mim, mas para a minha utilidade. Valentin. Ele não era um pesadelo — pesadelos a gente acorda. Ele era um contrato em pele e osso. E eu fui a cláusula em silêncio.Foi no berço dos Montes que renasci. Entre as paredes frias, os olhares calculados, e a memória viva de Elisabeth. Foi ali que aprendi que um nome pode ser armadura. Que o amor, às vezes, é um luxo que nem todos podem ter.Casei com Samuel, sim. Mas não por amor.Foi por sobrevivência.Ou pelo me
Narrado por EmanuelleA luz do espelho refletia mais do que minha maquiagem cuidadosamente aplicada — refletia o rosto de alguém que havia aprendido a sorrir com a boca e se calar com os olhos. Meu vestido repousava sobre o corpo com a leveza de um sussurro, mas cada camada de tecido carregava um peso antigo. Um pacto não verbalizado. Um sacrifício bem costurado.Na penteadeira, as flores brancas enviadas pela assessoria contrastavam com os dedos tensos da maquiadora que retocava minha pele. Ela dizia palavras suaves, mas eu não ouvia mais. O silêncio dentro de mim era maior. Muito maior.O relógio marcava pouco antes do meio-dia quando a porta da mansão dos Montes se abriu atrás de mim com um rangido sutil.Não precisei me virar, para saber da presença que estava ali.O perfume barato. O salto exagerado. A respiração pesada de quem sempre quis estar aqui, mas nunca pertenceu a nada de verdade.Regina.— Emanuelle — ela disse com aquele sorriso torto, quase satisfeito. — Hoje está rea
Narrado por Samuel MontesO espelho refletia mais do que minha imagem — refletia o peso das escolhas que me trouxeram até aqui.Vesti o último botão da camisa branca com as mãos firmes, mas o peito… o peito parecia um campo de batalha. Mathias se aproximou com o paletó cinza sob o braço, aquele que escolhemos juntos, horas atrás, entre risadas e expectativas silenciosas.— Ainda quer esse aqui? — perguntou ele, sem me olhar nos olhos.Assenti com um movimento breve. Meu reflexo não piscava.— É o melhor — murmurei.Mathias ajeitou o paletó nos meus ombros com o cuidado de quem já me conhecia demais. Mas o silêncio dele me incomodava. Ele sabia. Eu sabia. E nenhum de nós queria ser o primeiro a quebrar aquilo.Mas o silêncio… o silêncio nunca foi refúgio para mim. Sempre foi ameaça.— Ela me ligou ontem — falei, por fim. A voz saiu mais baixa do que planejei, quase como uma confissão.Mathias encostou-se à parede, braços cruzados. Seu olhar era sóbrio, atento.— Valeria?Assenti.— Dis
Narrado por ValeriaA taça de vinho em minha mão estava quase vazia. O restaurante era o mesmo de sempre — toalhas brancas, garçons solenes, vista para o rio. Mas tudo parecia diferente desde que Samuel apareceu nas manchetes com aquele olhar sério e a mão entrelaçada na cintura da Emanuelle.— Isso aqui já não é suficiente para você, né? — disse Bianca, minha amiga desde os tempos em que sonhávamos com vestidos de grife e nomes poderosos.Dei uma risada seca.— O que nunca foi suficiente, Bianca… é ser só eu.Ela me olhou com aquele jeito de quem j&aac
Narrado por SamuelEu estava acostumado a controlar tudo.Desde muito jovem aprendi que a força do nome da minha família vinha do domínio — sobre negócios, palavras, sentimentos. Mas quando Emanuelle entrou naquela sala, todas as regras que me ensinaram pareceram ridículas.Ela desceu as escadas com a postura de uma imperatriz. Não sorriu. Não hesitou. Não precisava.O vestido preto colado ao corpo era quase um insulto à lógica. Costas nuas, fenda perigosa, olhar altivo. Uma deusa saindo do inferno apenas para me incendiar.&
Último capítulo