Samuel narrando...
Fiquei ali, parado no centro da suíte, como um idiota esperando que ela saísse.
Cada segundo era um peso no meu peito, e cada palavra dela ainda queimava dentro da minha cabeça.
"Você nunca vai possuir o que é meu."
O barulho da porta do banheiro se abrindo me despertou do transe.
Ela apareceu, impecável, como se não tivesse acabado de me despedaçar com um discurso afiado como lâmina.
E talvez tivesse mesmo.
Respirei fundo, tentando controlar a tensão na voz.
— Emanuelle… como vai ser agora? — perguntei, baixo, quase numa súplica. — Precisamos consumar nosso casamento. Você sabe que preciso apresentar o lençol manchado de sangue para a cúpula da máfia.
Ela não hesitou nem um segundo.
— Não seja por isso, querido marido.
A maneira como disse “querido” soou como uma sentença, não como afeto.
Caminhou até a mesa de cabeceira, abriu a gaveta e retirou o punhal que havia deixado ali.
Um punhal.
No nosso quarto de núpcias.
Eu deveria ter me perguntado porque antes