Larissa Wolverie sempre soube que a vida não era fácil, mas nunca imaginou o quão cruel ela poderia ser. Depois da misteriosa morte de seu pai, sobrou a ela o peso de sustentar a mãe doente e o irmão mais novo, o que ela fazia com amor e dedicação. Anos depois, sem emprego e à beira do desespero, um homem misterioso bate à sua porta, oferecendo-lhe uma oportunidade que parece boa demais para ser verdade. Mas o destino não é generoso sem cobrar seu preço. Determinada a realizar o maior desejo de sua mãe, Larissa a leva para conhecer o mar. O que deveria ser um dia inesquecível se transforma em um ponto de virada que mudará sua vida para sempre. Em meio ao caos, surge Jacob, o CEO de uma grande empresa, um homem que desperta nela sentimentos intensos e incontroláveis. No entanto, ele esconde quem realmente é, e tem segredos que pode destruir tudo, antes mesmo de começar. Quando a verdade ameaça vir à tona, sombras do passado e uma mulher movida pelo desejo de vingança entram em cena, dispostas a despedaçar o que restou da esperança de Larissa. Entre mentiras, traições e reviravoltas surpreendentes, ela descobrirá que nem todos são quem dizem ser… e que o amor pode ser tão perigoso quanto irresistível. Será que Larissa suportará a verdade? Ou será engolida pelo peso das mentiras? O destino já começou a escrever sua história… e você está prestes a desvendar cada um de seus segredos.
Leer másO vento soprou suavemente, bagunçando os cabelos ruivos de Larissa Wolverie enquanto ela observava o horizonte da janela de seu pequeno apartamento. Seus olhos verdes, vivos como esmeraldas, carregavam o peso de muitos segredos e dores. Ainda jovem, aos 22 anos, Larissa já havia experimentado o tipo de sofrimento que muitos só enfrentam em uma vida inteira.
Ela era o tipo de mulher que chamava atenção onde quer que passasse – não apenas pela beleza incomum, mas pela força silenciosa que exalava de seus gestos, de seu olhar firme e da forma como enfrentava o mundo. Mas por trás da postura determinada havia uma história marcada por perdas, dúvidas e uma promessa de recomeço. Cinco anos antes, sua vida desmoronou de forma brutal. Ela tinha apenas 17 anos quando encontrou o corpo de seu pai. Um tiro na cabeça. Sangue no chão. Silêncio. Até hoje ela não sabia ao certo o que havia acontecido. Teria sido suicídio? Ou alguém o matou? A polícia encerrou o caso com rapidez, sem respostas. Apenas hipóteses. E nenhuma delas fazia sentido. — Ele jamais faria isso com a gente…, ela murmurava sozinha à noite, tentando encontrar alguma lógica no caos. O pai de Larissa havia sido um homem honrado, ao menos durante boa parte de sua vida. Inteligente, educado, e um verdadeiro herói para ela na infância. Foi ele quem ensinou Larissa a pescar, a usar ferramentas, a não depender de ninguém, a levantar mesmo quando o mundo a jogasse no chão. Porém, após o nascimento de Gustavo, seu irmão mais novo, algo dentro dele mudou. Tornou-se ausente, irritadiço… e logo mergulhou no vício do álcool e das drogas. O homem que um dia foi seu pilar, se transformou em uma sombra, até que a tragédia final o levou. Com sua morte, veio o colapso financeiro. Dívidas surgiram de todos os lados, e tudo que era sólido se desfez. A casa grande onde haviam sido felizes foi perdida, e restou-lhes um velho apartamento decadente, legado silencioso do pai. Larissa, então com 17 anos e recém-formada no ensino médio, assumiu a responsabilidade de cuidar da família. Sua mãe, já doente na época, começava a apresentar os primeiros sinais de um câncer agressivo. Gustavo, ainda uma criança, olhava para ela como uma irmã e mãe ao mesmo tempo. — Vai dar tudo certo, irmãozinho. Dizia ela, forçando um sorriso enquanto o abraçava. — Prometo que vou cuidar de você e da mamãe. Mas não era fácil. Trabalhava em turnos dobrados em cafeterias, fazia faxinas e vendia doces na escola do irmão. Havia noites em que dormia apenas duas horas. E mesmo assim, não desistia. Até que, em um dia cinzento e frio, quando Larissa estava prestes a jogar tudo para o alto, apareceu William. Um homem alto, bem-vestido, de sorriso calmo e olhos escuros que pareciam saber demais. Ele apareceu na porta do hospital onde sua mãe fazia tratamento, como se soubesse exatamente onde encontrá-la. — Larissa Wolverie? Perguntou ele, com voz firme, porém gentil. — Sou eu. Respondeu ela, confusa. — Nos conhecemos? — Não pessoalmente, mas eu conheci muito bem seu pai. Fomos grandes amigos. Me chamo William. E... talvez eu possa te ajudar. Larissa, acostumada a desconfianças e promessas vazias, quase o ignorou. Mas havia algo naquele homem... algo familiar e reconfortante. Ele parecia sincero. E sabia coisas que só alguém realmente próximo de seu pai poderia saber. — Ele falava muito de você, Larissa. Dizia que você era a melhor parte dele. E eu... sei que sua situação está difícil. Por isso vim até aqui. William ofereceu a ela uma proposta que parecia saída de um sonho: um emprego em uma empresa sólida, com salário generoso, benefícios médicos para a mãe, uma bolsa de estudos para a universidade dos sonhos, e segurança para o irmão. Tudo... sem pedir nada em troca. — Por que está fazendo isso por mim? Perguntou ela, ainda desconfiada. William apenas sorriu. — Considere isso um presente de um velho amigo. Seu pai me ajudou em tempos sombrios. Agora é minha vez de ajudar sua família. Nos meses seguintes, Larissa viu sua vida mudar. Em apenas dois anos, havia subido de cargo três vezes dentro da empresa misteriosa – um conglomerado grande, mas discreto. Era tudo tão rápido que às vezes ela se perguntava se merecia aquilo. Mas o olhar orgulhoso de William sempre a acalmava. Ele estava em todos os momentos importantes: nas consultas da mãe, nas reuniões da escola de Gustavo, nos aniversários... Tornou-se parte da família. Para Larissa, ele era mais que um benfeitor. Era quase como um pai. Mas mesmo com a vida organizada, a sombra da doença continuava a rondar sua casa. Em uma tarde quente de primavera, após mais uma sessão de quimioterapia, o médico de sua mãe a chamou em particular. O consultório estava silencioso, e o som do relógio na parede parecia martelar o aviso que ela não queria ouvir. — Larissa... sua mãe está entrando em estágio terminal. É hora de pensar em qualidade de vida. Faça o que puder por ela. Viva o que puderem juntas. As palavras a atingiram como um soco. Ela saiu do consultório atordoada, mas com uma decisão firme no peito. Sabia que sua mãe sempre sonhou em ver o mar novamente. E ela faria isso acontecer. — No próximo feriado, mãe. Eu vou te levar para o litoral. Prometo. A mãe sorriu, fraca, mas com os olhos cheios de brilho. — Vou esperar por isso, minha filha. O que Larissa não sabia... era que o destino estava prestes a cruzar o seu caminho com algo muito maior. Uma história ancestral, um passado escondido, e segredos que nem mesmo William havia contado. A viagem ao litoral seria o primeiro passo rumo a um mundo que mudaria tudo. E Larissa Wolverie, sem saber, estava prestes a descobrir quem ela realmente era.Dois anos haviam se passado desde a queda de Willian e a reestruturação da empresa. Muita coisa havia mudado — não só nos negócios, mas principalmente nos corações.Naquela manhã de primavera, a propriedade dos Wolverie, agora restaurada, estava em festa. Lanternas brancas balançavam suavemente ao vento, enfeites florais decoravam os carvalhos antigos, e fileiras de cadeiras diante de um altar rústico formavam o cenário de um momento esperado há tanto tempo: o casamento de Larissa e Jacob.Larissa, vestida com um delicado vestido rendado, caminhava pelo jardim amparada por seu tio Mauro, com lágrimas discretas nos olhos. Ela olhou ao redor e viu rostos felizes — amigos, colegas de trabalho, funcionários da empresa que ela e Jacob agora dirigiam juntos. Mas foi ao ver Gustavo, sorrindo em pé ao lado do altar, que seu coração quase transbordou.Jacob, em um terno claro, a observava como se o tempo tivesse parado.Quando Larissa chegou ao seu lado, ele segurou sua mão e sussurrou:— Espe
O relógio marcava 16h em ponto quando três viaturas discretas da Polícia Federal estacionaram em frente à sede da empresa Imperium Beauty. O prédio imponente, espelhado, refletia a tarde nublada, sem sinal do furacão que estava prestes a começar. Nenhum funcionário suspeitava que aquele seria o último dia de Willian no comando da empresa que construiu à base de mentiras, manipulação — e sangue.Lá no topo, no 30º andar, Willian tomava um uísque caro enquanto analisava os relatórios trimestrais. A falsa sensação de controle era quase cômica, considerando o que viria a seguir.A porta se abriu com força. Dois agentes federais de terno entraram, seguidos por Roberto, o detetive, agora na companhia de um promotor de justiça.— Senhor Willian Lauder? — disse um dos agentes.Willian ergueu os olhos, arrogante, ainda sem levantar-se.— Pois não? Está havendo algum engano?— O senhor está preso. Pelos crimes de fraude societária, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e... homicídio. Temos
Larissa passou a noite em claro. Os documentos fornecidos por Alfredo estavam espalhados sobre a mesa de jantar, junto ao gravador e ao celular onde o áudio de seu pai estava salvo. Jacob permaneceu ao seu lado o tempo todo, ajudando a organizar tudo, classificando provas, anotando pontos importantes.— Você realmente quer ir até o fim com isso? — perguntou ele, quebrando o silêncio. — Porque, Larissa... se fizermos isso, não há volta. Estamos mexendo com um homem perigoso. Ele tem contatos, influência e dinheiro.Larissa o encarou com os olhos inflamados de uma certeza inabalável.— Ele matou meu pai, destruiu minha família e ainda tem a audácia de se fazer de amigo. Se eu me calar, ele continua impune. E eu me recuso a viver com isso.Na manhã seguinte, Jacob ligou para o detetive Roberto. Eles marcaram um encontro discreto num hotel afastado da cidade, onde poderiam conversar sem levantar suspeitas.O ambiente era escuro, com janelas fechadas e um cheiro forte de café recém-passado
Nos dias seguintes, Larissa mal conseguia dormir. As palavras do tio Mauro se misturavam com as revelações de Jacob e criavam um nó sufocante em sua mente. A raiva e a dor estavam lá, latejando como uma ferida aberta. Mas acima de tudo, havia uma nova emoção: determinação.Ela não podia simplesmente aceitar que Willian tinha matado seu pai e roubado sua herança. Não sem provas. Não sem justiça.Naquela manhã de sábado, Larissa se trancou no antigo escritório do pai, nos fundos da casa onde crescera. As estantes de madeira ainda guardavam pastas antigas, álbuns empoeirados, contratos e livros de contabilidade. A luz da manhã entrava pelas frestas da persiana, criando listras de sol sobre a mesa de mogno. Ela se sentou e começou a vasculhar tudo com atenção.Horas se passaram.Algumas pastas continham contratos entre seu pai e Willian — eram documentos antigos, de quando os dois fundaram a primeira empresa juntos. Um nome aparecia com frequência: Alfredo Lemos, o mesmo ex-funcionário me
Larissa ainda estava na cozinha, sentada com os cotovelos apoiados na mesa e o olhar perdido. A conversa com seu tio Mauro ecoava em sua mente como um vendaval de verdades incômodas. Cada revelação era como um golpe — Willian não era apenas um mentiroso; era um manipulador, um ladrão... e um assassino. E o mais perturbador: era também o pai de Gustavo.Ela passou as mãos pelo rosto, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Como encarar o irmão agora, sabendo que ele era fruto de uma traição silenciosa, de uma sombra do passado que sempre esteve ali, escondida por trás de um sorriso inocente?Foi então que Matilde entrou na cozinha, trazendo o aroma reconfortante do jantar.— Larissa, querida — disse com doçura —, posso servir o jantar? Fiz aquele arroz de forno que você gosta...Larissa ergueu os olhos lentamente, saindo de seu transe.— Matilde... onde está o Gustavo?— Ele saiu — respondeu Matilde, com a voz tranquila. — Disse que iria até a casa do amigo, o Matias. Mas logo
Com as mãos trêmulas, ela procurou o número de seu tio Mauro na agenda. Sabia que era tarde, mas não podia mais adiar aquilo. Precisava ouvir dele, com clareza, o que todos pareciam esconder.O telefone chamou duas vezes antes de ser atendido.— Alô? — a voz grave de Mauro respondeu, sonolenta, mas atenta.— Tio... sou eu, Larissa.— Larissa? Está tudo bem, minha filha?Ela hesitou, segurando o celular com força, como se ele fosse desintegrar entre seus dedos.— Não... não está. Eu preciso conversar com o senhor. Agora. Sobre o meu pai. Sobre o Willian. E sobre tudo que nunca me contaram.Do outro lado da linha, Mauro ficou em silêncio por um momento. Quando respondeu, sua voz estava mais firme.— Já imaginava que esse dia ia chegar. Que você acabaria descobrindo... coisas. Venha, me diga o que você sabe.— Eu recebi uma ligação. Uma mulher, com uma voz distorcida, me disse que meu pai foi assassinado. E que Jacob sabia. Depois Matilde me contou sobre a conversa que ouviu na casa de v
Último capítulo