Mundo ficciónIniciar sesiónEra para ser só mais uma madrugada exaustiva após um plantão. Mas quando Sara, uma jovem estudante de Medicina, chega em casa, encontra sangue no chão… e um homem ferido em sua sala. Luca Moretti, 34 anos. Dono de olhos perigosos, voz grave e feridas de bala no abdômen. O que Sara não esperava era que, ao tentar salvá-lo, abriria a porta do inferno — literalmente. Antes que pudesse ligar para a emergência, a porta é arrombada. Um homem armado entra atirando, e Sara descobre da pior forma que está no centro de uma guerra que não pediu para participar. Luca é o chefe da máfia mais temida da cidade. E ela? A filha do antigo médico da organização. Um segredo enterrado no passado a transforma na próxima peça valiosa desse jogo sangrento. Agora, protegida por quatro homens letais e intensos — todos devotados a Luca e perigosamente atraídos por ela — Sara vai descobrir que a maior ameaça pode não ser a morte... mas o desejo. Amor e ódio. Verdades ocultas. E uma atração que pode destruir tudo. Ela foi jogada nesse mundo por acaso. Ou talvez... pelo destino.
Leer másO cheiro de sal e gasolina queimada impregnava o ar do porto quando percebemos que havíamos caído na armadilha. — Merda — Luca rosnou, baixando o rifle quando os primeiros tiros ecoaram nos contêineres. Os faróis de quatro SUVs pretos acenderam de repente, iluminando nosso grupo como alvos em um estande de tiro. Enzo puxou minha mão com força, arrastando-me para trás de um container de metal. — Você disse que a informação era segura! — ele gritou para Luca, que se posicionou ao nosso lado, a arma pronta. — E era!— Luca deu três tiros precisos na direção dos veículos. Um grito de dor respondeu. — Alguém nos entregou.O som de botas no asfalto se aproximava. Eu engoli seco, sentindo o peso da pistola na minha cintura. Não estava em condições de lutar — minha perna ainda doía, minhas costelas latejavam — mas não havia escolha. — Quantos? — perguntei, encostando as costas no metal frio. — Demais — Enzo respondeu secamente. Luca olhou para nós dois, seus olhos escuros refle
O cheiro de antisséptico queimava minhas narinas quando abri os olhos. Luzes fluorescentes. O som monótono de um monitor cardíaco. E do meu lado, sentado numa cadeira desconfortável, Enzo.Ele estava de cabeça baixa, as mãos entrelaçadas com força, os nós dos dedos brancos. Parecia ter envelhecido dez anos desde a última vez que o vi.— Enzo.Minha voz saiu rouca, quase irreconhecível.Ele ergueu o rosto tão rápido que ouvi seu pescoço estalar. Seus olhos escuros, sempre tão controlados, estavam vermelhos, como se não tivesse dormido em dias.— Você está viva.Não era um alívio. Era uma acusação.Tentei me sentar. Uma facada de dor no meu torso me fez cair de volta no travesseiro.— Quanto tempo?— Três dias. — Ele esfregou o rosto com as mãos. — Os médicos disseram que você teve sorte. O corte na coxa não atingiu a artéria.Sorte.A palavra soava como uma piada de mau gosto.— Luca?O rosto de Enzo se fechou.— Lidando com a Bratva.— Sozinho?— Achando que eu ia deixar ele resolver
O motor do meu carro rugiu quando pisei fundo no acelerador, as lágrimas embaçando minha visão. A estrada estreita serpenteava à minha frente, árvores escuras se contorcendo como espectros sob o luar. Eu não olhei para trás. Não podia. "Você sempre soube que isso ia acontecer." As palavras de Enzo ecoavam na minha cabeça, cada sílaba uma facada. "Se você quiser ele, então vá." Mas eu não queria escolher. Não assim. Não quando a escolha significava destruir tudo o que os três tínhamos construído — alianças, lealdades, guerras travadas lado a lado. Minhas mãos tremeram no volante. Idiota. Idiota por achar que podia ter os dois. Idiota por achar que meus sentimentos não iam incendiar tudo. O carro balançou quando uma curva mais fechada apareceu à frente. Eu pisei no freio. Nada aconteceu. O pedal afundou sem resistência, como se estivesse desconectado. Meu coração parou. Não. Pisei de novo, com força. Nada. A velocidade aumentava. A curva se aproximava rápido demais.
O silêncio na entrada da mansão era tão denso que eu podia ouvir meu próprio coração batendo. Enzo ainda me encarava, seus olhos escuros buscando qualquer pista, qualquer mentira. Luca, ao meu lado, estava tenso como uma corda prestes a arrebentar. — Nada aconteceu no jantar — eu disse, forçando minha voz a não tremer. Enzo riu, um som seco e sem humor. — É por isso que seus lábios estão inchados? Meu estômago torceu. Luca se moveu quase imperceptivelmente, seu corpo bloqueando parte da minha visão de Enzo, como se estivesse se preparando para um ataque. — Chega, Enzo — ele rosnou. — Chega? — Enzo deu um passo à frente, e eu vi seus dedos se contraírem. — Você acha que pode sair com ela, esfregar na minha cara e depois dizer chega? — Não foi assim. — Então me explica como foi. Luca não respondeu. E isso foi pior do que qualquer confissão. Enzo olhou para mim novamente, e pela primeira vez, vi algo além de raiva em seu rosto. Vi dor. — É verdade? — ele perguntou,
O motor do Maserati roncou como um animal adormecido quando Luca acelerou pela estrada sinuosa que levava de volta à mansão. A noite estava escura, o ar pesado com o cheiro de chuva prestes a cair. Meus lábios ainda formigavam do beijo, e minhas mãos – apoiadas no colo – tremiam levemente. Luca dirigia com uma mão no volante, os dedos batendo uma batida irregular contra o couro. A outra mão repousava sobre o câmbio, tão perto do meu joelho que eu podia sentir o calor irradiando dali. Ele não me tocava, mas a proximidade era uma promessa não cumprida. — Você está quieta — comentou, os olhos fixos na estrada. — Estou pensando. — No que? Pensei em dizer: Em como seu gosto ainda está na minha boca. Em como suas mãos me seguraram como se eu fosse quebrar. Como eu quase disse sim. Mas apenas disse. — Em nada importante. Ele soltou um som baixo, quase um riso. — Mentira. Olhei para ele de relance. O perfil dele era cortado pela luz fraca dos faróis – o maxilar forte, a boca
A brisa noturna acariciava minha pele enquanto descíamos os degraus de mármore do restaurante. A cidade abaixo de nós pulsava em luzes, mas aqui no alto, tudo parecia mais calmo. Mais íntimo.Luca caminhava ao meu lado com passos largos, um leve sorriso nos lábios como se ainda estivesse digerindo o gosto da provocação sob a mesa. Ele mantinha uma mão no bolso e outra nas costas do meu vestido, guiando-me com uma leveza que contrastava com a tensão elétrica entre nós.No estacionamento privativo do hotel, um funcionário já nos aguardava com o carro dele. Um Maserati preto, elegante e ameaçador como o próprio Luca.— Eles tratam você como realeza aqui — comentei, cruzando os braços ao sentir um arrepio.— Eu pago como um rei. Então eles entregam como se eu fosse um.— Arrogante.— Realista.Revirei os olhos, rindo.— E modesto, pelo visto.Ele deu a volta no carro para abrir a porta do passageiro para mim, mas em vez de entrar, apoiei a mão na lataria e o encarei.— Não vai escapar com





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