Auroa sempre foi uma garota alegre e cheia de energia. Nascida no seio da máfia, cresceu livre, mas não pelos motivos certos— seu pai nunca lhe deu a atenção ou o carinho que deveria. Carregando traumas de infância e marcada por um relacionamento abusivo dentro de casa, ela fez uma promessa a si mesma: nunca se apaixonar. Mas o destino tem um senso de humor particular. Durante o casamento de sua melhor amiga, ela conhece Domenico, o irresistível subchefe da máfia Barone e cunhado de Diana. Ele sempre viveu despreocupado, sem intenções de se amarrar a ninguém — pelo menos até que sua posição na máfia exigisse isso. Desde o primeiro olhar, a conexão entre eles é intensa. O acordo entre os dois parece simples: uma amizade com benefícios, sem amarras, sem sentimentos. Mas o que começa como um acordo livre, logo se transforma em algo que nenhum dos dois esperava. Mas será que um relacionamento entre eles pode realmente dar certo? O amor será suficiente para quebrar as barreiras que ambos construíram e para superar os perigos? Entre desejo, perigo e emoções à flor da pele, esta será uma história que desafiará as regras.
Ler maisParte 27...Aurora Desci devagar as escadas de mármore frio, sentindo cada batida do meu coração. Fui direto para a sala de refeições e ele estava lá, como sempre. Minha mão como peça decorativa ao lado dele.— Pai. Mãe. Preciso falar com vocês.Ele não levantou os olhos.— Se for para reclamar de novo do casamento, pode voltar para seu quarto... Já está tudo acertado. O rapaz vem em quatro dias. Vai assinar os papéis e te levar como deve ser. - deu um pequeno sorriso — Finalmente você pode sair de casa - sacudiu o jornal ao virar a página — Até hoje eu não entendi porque ficou. Com certeza não tem amor próprio.“Segura a língua, não deixe que ele estrague seu plano”.— Não é reclamação... Ao contrário... Eu vou sair por uns dias. - respondi firme. — Sozinha. Quero um tempo pra mim. Um retiro. Preciso pensar. Limpar a cabeça... - aí ele ergueu os olhos para mim.— Pensar no quê? Em como continuar se fazendo de vítima depois de ser largada? Eu tenho um acordo, você não vai me desobede
Parte 26... Aurora Eu não estava me sentindo bem emocionalmente, mas precisava ser forte para colocar meu plano em ação. Queria sair de casa, mas até isso estou sem ânimo. Achei melhor passar a maior parte do tempo em meu quarto, até que finalmente o sono chegou pra mim.Já de manhã, acordei sufocada. A casa parecia menor. O ar, pesado. Meu nome estava sendo negociado de novo e dessa vez, com data marcada. Sem meu consentimento.Eu realmente já não tinha mais como continuar morando com meus pais. O motivo maior sempre foi minha mãe, mas tenho que aceitar. Ela não vai ficar contra meu pai. De modo algum.Pensei em Diana. Peguei o telefone com os dedos trêmulos. Diana atendeu cansada, com o som abafado do bebê ao fundo.— Aurora? - a voz dela vinha baixa, quase um sussurro. — O que houve pra você me ligar tão cedo assim?— Não consegui dormir muito bem - suspirei — Está tudo bem com o Giancarlo?— Está sim, é ainda a questão dos dentes. Mas e você? Está tudo bem? Por que não dormiu?
Parte 25...DomenicoSaí do prédio sem me importar com os olhares dos funcionários, que provavelmente notaram minha expressão carregada de frustração. O calor de Palermo me atingiu assim que pus os pés na rua, mas nada se comparava ao incêndio dentro de mim.Eu precisava sair dali.Precisa de ar.Peguei o carro e dirigi sem pensar, as mãos apertadas no volante, os nós dos dedos quase bran
Parte 24...Domenico— Que porra você tem hoje, Domenico? É a terceira vez que eu faço a mesma pergunta.Eu levantei o olhar do notebook, para Carlo, de pé e me encarando com a testa franzida, esperando minha resposta.— Eu não tenho nada demais - gesticulei — Você que está agitado demais.— Eu não, estou no meu normal, mas não posso dizer o mesmo sobre você. Parece
Parte 23...AuroraDepois que desliguei da chamada onde falei com Samuel, fiquei um pouco mais animada. Em breve eu poderia me mudar para a casa de minha avó e não iria contar a ninguém. Bem, apenas a Gisele, mas ela não iria contar e lá era um lugar que meu pai não iria pensar em procurar.A casa estava quase abandonada, se não fosse pelo casal e por Samuel, que ficaram todos esses anos morando lá. Foram bons empregados para minha avó e minha mãe nunca quis se desfazer da casa, mas ela mesma nem aparecia por lá e meu pai, menos ainda.
Parte 22...Aurora— Me diga a verdade, amiga. Você se apaixonou por ele, não foi?— É, eu cometi esse erro.— Ai, amiga... Eu te falei. Domenico é uma boa pessoa, mas ele não faz questão de se comprometer com ninguém, ele vivia falando isso antes de te conhecer.— Eu sei, eu sei... - esfreguei a testa com os dedos — Quando começamos fizemos um acordo... E estava indo tudo bem, mas sei lá... Eu me perdi, acabei não seguindo o meu próprio plano - soltei o ar com cansaço — Aconteceu.— Então, deixa eu falar com ele. Domenico chegou com uma cara de bunda aqui, agora sei o motivo. Ele também não deve estar bem.— Não quero que ele pense que eu estou pedindo a você pra se meter, ainda mais depois de tudo o que eu disse pra ele - torci a boca e levantei, acenando pra minha mãe — Não somos mais crianças. Eu tenho vinte e dois e ele tem trinta e quatro. Não precisamos que outra pessoa fique entre nós. Desculpe, você me entende.— Eu entendo sim, mas poxa, fiquei triste com essa notícia agora.
Parte 21...Aurora— Seu celular estava tocando, querida - minha mãe me passou o celular — Esqueceu lá no quarto.— Obrigada, mãe - sorri de canto e olhei a tela. Era Diana chamando. Eu não queria ter que atender agora — Depois eu ligo de volta.— Mas é a Diana, não é?— É sim, mas eu ligo depois. Primeiro quero tomar meu café - fingi normalidade — Sabe que quando eu começo a falar com ela, a conversa vai longe e quero aproveitar o café fresquinho.
Parte 20...Domenico— Ah, que surpresa! - a mãe dela estava sentada na cadeira com um dos cachorros no colo e levantou ao me ver — Domenico. Veio ver minha filha, é claro! - sorriu.Devolvi o sorriso, mesmo estando sem vontade e aceitei seu beijo. Ela parecia cansada, mas na maioria das vezes em que a vi, era essa a expressão dela.— Sim, mas a senhora Gisele já foi chamar a Aurora - estou nervoso e nem deveria, já estive aqui outras vezes e os pais dela foram muito gentis — É rápido, eu ainda tenho assuntos a resolver - sorri de volta, mas não me sentei.
Parte 19...DomenicoO que eu faço agora? Me sinto um imbecil deixando que ela vá embora, mas não consigo ter uma reação diferente. Me sinto travado. Não esperava por essa.Andei pelo quarto, ainda espantado com o que tinha acontecido aqui. A noite começou tão bem, estava tudo normal entre nós. Quer dizer, até eu quase matar aquele cara na boate. Mas isso não é motivo pra ela me dar o fora. Será que eu a assustei demais deixando minha raiva sair?Não, não pode ser isso. O acordo, foi isso. Ela disse que se apaixonou e não estava no n