Mundo de ficçãoIniciar sessão💎 A trajetória de Aysha e Hakin — amor que nasce do erro e da farsa Aysha é uma enfermeira responsável, centrada e completamente oposta à irmã gêmea, que sempre viveu de aparências. Quando a irmã foge no dia do casamento com Hakin, Aysha, para evitar um escândalo que destruiria a família, aceita fazer o impensado: assumir o lugar dela no casamento. Hakin, poderoso, rígido e acostumado ao controle, não demora a descobrir a verdade. Em vez de desfazer o casamento, ele decide manter Aysha como esposa — em parte por orgulho, em parte por vingança, e em parte porque a força e a sinceridade dela o intrigam mais do que ele admite. O início é explosivo: mágoas, acusações, choque cultural e uma tensão emocional quase insuportável. Mas, convivendo, os dois descobrem que a farsa que os uniu não foi um erro, mas o início de um sentimento impossível de conter. Aysha se apaixona por um homem que ela jamais imaginou amar, e Hakin, apesar do orgulho, se vê rendido por uma mulher que o desafia e o transforma. 💎 A história de Maya e Rashid — do engano ao amor verdadeiro Maya também tem uma irmã gêmea problemática. Quando essa irmã causa dívidas e problemas para Rashid, ele vai atrás dela — mas encontra Maya e pensa que é a mesma mulher. Mesmo Maya explicando a verdade, ele não acredita que são duas pessoas diferentes. Rashid, um egípcio educado, influente e disciplinado, exige que Maya vá com ele ao Egito para pagar a dívida da irmã, fingindo ser sua noiva em um acordo importante. Maya, sem saída, aceita — e passa de uma vida comum na Inglaterra para um mundo de tradições, regras e um homem que a irrita, desafia e fascina na mesma intensidade.
Ler mais“Quem de manhã compreendeu os ensinamentos da sabedoria, à noite pode morrer contente.” Confúcio
Maya Mubarak Mesbah
"Uma garota de sangue árabe, mas muito moderna para os padrões de um homem egípcio, dará certo com ele?" Eu me questionei mesmo quando minha irmã gêmea me disse as qualidades de Rashid Bar Elmahdy.
Educado, prestativo e rico. Formado em engenharia petrolífera um homem árabe vestido como um europeu e que parecia viver como eles.
O homem de boas maneiras e boa conversa conquistou Layla ao ponto de ela desejar se casar. Não demorou muito ela partiu com ele para o Egito para conhecer sua família.
Eu não o conheci. Fiquei sabendo de toda a história por telefone quando Layla me ligou contando as novidades.
Eu não moro em Londres como Layla, eu nunca saí da minha cidade natal. Vivo numa comunidade árabe em Harrow, um mundo paralelo perto de Londres.
Sou formada em Letras com licenciatura em árabe-egípcio. Trabalho como professora numa escola particular ensinando a língua.
Meu falecido avô era egípcio. Ele permaneceu na Inglaterra por causa da minha avó. Eles tiveram meu pai, que recebeu a língua natal deles e os costumes, que ele também nos passou.
—Você mal ficou aqui. Faz tempo que não nos vemos — digo, enquanto assisto Layla fazer as malas.
—Eu avisei que só estava de passagem.
Eu seguro seu braço direito.
—Você está fugindo de alguma coisa? Está fugindo do seu ex? —questiono sem entender.
—É complicado.
Eu seguro os dois braços da minha irmã gêmea.
—Sente-se um pouco e me explica direito essa história. Até agora você tem evitado o assunto. O que aconteceu afinal?
Layla me encara ofegante.
—Rashid lutou por mim. Ele foi contra a retrógada família dele e eu não permaneci ao seu lado. É isso.
—Sim, você me contou que eles foram contra no namoro de vocês, mas e daí? Não deu certo e pronto. Ele precisa entender isso.
—É mais complicado do que isso —ela me diz e volta a arrumar suas malas.
Eu seguro seu braço.
—Para! E conversa direito comigo! Não foge do assunto! Conte-me tudo desde o início. Você me contou por alto. Sente-se e conte sua história. Eu preciso saber para entender o que está acontecendo.
Ela respira fundo.
—Tudo bem. Eu te contarei todos os detalhes de como tudo aconteceu.
—Ótimo.
—Como sabe, nos conhecemos no hotel que trabalho como recepcionista. Rashid estava nos Estados Unidos por causas dos negócios da família. Foi paixão à primeira vista. Tão logo eu o avistei senti um fogo me queimando por dentro. Fiquei encantada com ele. Seu sorriso, sua voz cheia de sotaque, suas boas maneiras.
Eu a corto:
—Avança essa parte.
Ela respira fundo e continua:
—Atraída por seu magnetismo, eu flertei abertamente com ele, deixando muito claro meu interesse. Mesmo com troca de olhares e sorrisos distribuídos por mim, já que ele era muito reservado. Rashid não se achegava, eu via claramente que ele relutava e eu não entendia porque, pois eu sentia que de alguma forma eu o abalava. Nossos olhos sempre se demoravam um no outro mais do que devia, sabe.
—E?
—Não satisfeita com a situação, eu dei um jeito de me aproximar dele. Eu notei que Rashid saía todos os dias no mesmo horário para correr. Ele usava a pista de corrida do hotel. Munida dessa informação, no meu dia de folga saí para uma caminhada noturna, quando ele estava vindo em minha direção simulei uma queda com uma falsa entortada de pé. Rashid imediatamente parou de correr e me prestou ajuda. Bem, o que aconteceu é que ficamos próximos demais. Olho nos olhos e ele finalmente me beijou. Allah! Foi intenso. Fogos explodiram em nossas cabeças, a química rolou muito forte entre nós...
—E?
Ela respira fundo.
—Rashid me convidou para sair e não nos desgrudamos mais. Todos os dias depois do meu trabalho ele me pegava para jantar. Uma semana depois Rashid se mostrou disposto a ficar comigo e me assumir. Então embarcamos juntos para o Egito. Ele enfrentou sua família e me impôs como sua namorada. No dia seguinte procurou o Sheik Abdula e desfez seu compromisso com sua prometida, uma jovem chamada Nádia.
Prometida?
Eu meneio a cabeça desolada com sua atitude de terminar um relacionamento e ela não prosseguir com a relação.
—Então ele era prometido a alguém?
—Sim, desde sua adolescência as famílias tinham esse acordo fechado. Inclusive ele estava prestes a ficar noivo.
Fico ainda mais desgostosa com tudo isso.
—Então você o iludiu, dizendo que ficaria com ele, o fez terminar com a moça escolhida pela família e terminou tudo com ele?
Ela me olha com tristeza.
Essa tristeza não combina com ela...
Layla é prática demais. Deve ter gostado do rapaz realmente.
— Exatamente. Fiz isso quando o homem com atitudes tão europeias se revelou. Ele pretendia morar no Egito e não aqui como eu imaginava. Mesmo desgostosa com isso, fui conhecer sua família no Egito. Quando conheci o lugar e o palácio que ele morava, fiquei encantada. Mas não demorou muito para eu cair numa nova realidade.
—Que realidade?
—Ao tipo de vida que eu levaria ao lado dele. Logo ele começou impor roupas que não apreciava. Fora a pouca atenção que Rashid dispensava a mim, ele mais trabalhava do que ficava ao meu lado. Meus dias solitários me fizeram aprofundar ainda mais na percepção da minha condição. Eu me dei conta que estaria longe de casa e todas as amizades que fiz em Londres. Consequentemente das festas que tanto aprecio. Conclusão: eu não me adaptei.
—Layla! Claro que seria assim! O que esperava? Então você terminou tudo e o que aconteceu depois?
—Na verdade eu deixei um bilhete e fugi.
—Você deixou um bilhete e fugiu?
—Sim. Eu não consegui encará-lo de frente e fugi. Mas não esperava que ele me ameaçasse.
—Ele te ameaçou?
—Sim. Ele me ligou quando eu já estava já em Londres. Disse que eu pagaria caro por tê-lo deixado dessa maneira, que não ficaria assim.
— Allah! Não é para menos. Ele foi contra o desejo de sua família de se casar com essa tal de Nádia, lutou por você e você fugiu? Como pode fazer isso, Layla?
Ela j**a a última roupa na mala e olha para mim.
—Rashid é muito envolvente. Ele me faria uma lavagem cerebral. Tenho certeza de que ele me faria ceder. Aquele homem é o diabo sedutor em pessoa. Mas eu me conheço muito bem, mais para frente eu lamentaria muito. Eu não consigo mais viver do jeito que vocês vivem. Seria uma prisão voltar a viver dentro dos costumes.
Ela fecha a mala, beija meu rosto e sai antes que eu possa lhe dizer alguma coisa...
—Hei, espera. Onde você ficará?
—Na casa de uma amiga.
—Que amiga?
—Uma que você não conhece e melhor não saber.
Eu seguro seu braço.
—Allah! Mas para que tudo isso? Fica aqui. Ele nunca te achará aqui.
Ela ri.
—Você não conhece Rashid Bar Elmahdy —ela diz e sai.
Eu a sigo até ela sumir pela porta, nesta hora minha vizinha Ayla entra na sala. Eu a convidei para tomar café conosco, não esperava que minha irmã partiria tão cedo...
—Nossa! Sua irmã passou por mim como um foguete. Vocês brigaram? Por isso ela foi embora?
Eu balanço a cabeça em negativa ainda pensativa.
“Ela não deveria ter feito isso com o rapaz! Sabia que ia dar merda! Eles têm atitudes liberais aqui, mas no país deles é bem diferente. A própria cultura milenar exige isso.
—Não —digo triste com essa situação —ela está indo embora por outro motivo.
—Por que ela não ficou mais tempo com você? Ela mal acabou de chegar? Vocês não se veem faz tanto tempo?
—Sente-se que eu vou lhe contar tudo.
Minutos depois, estamos na sala com um copo de suco de abacaxi entre as mãos. Rashid está sentado ao meu lado. Ele bebe um gole grande do líquido amarelo espumante e me encara.—Com certeza não almoçarei aqui hoje. Passarei o dia fora. Então só nos veremos à noite.Solto o ar. Só de pensar em almoçar com os Elmahdy me dá dor no estômago. Antes que eu diga algo a senhora Elmahdy surge na sala. Ela observa a sacola que contém o vestido, depois seus olhos passam pelo anel de noivado no meu dedo anelar, só então seus olhos focam Rashid.—Pelo visto deu tudo certo.—Sim. Quer alguma coisa?—Você trabalhará hoje? Hamira disse que Hassan ligou.—Sim, com certeza irei. Por quê?—Se for, seu pai gostaria de conversar com Layla. Passar-lhe alguns ensinamentos.Allah! Ensinamentos? Eles querem me infernizar!—Está certo. Já deu o seu recado.Com lábios apertados a senhora Elmahdy se afasta demonstrando claramente todo o seu descontentamento pela situação.Com o semblante carregado Rashid a segu
Minutos depois Rashid me guia até um grande salão de beleza com segurança de quem sabe o caminho. Com certeza corta o cabelo neste salão.Ao adentrarmos, ele me indica um sofá de couro branco para eu me sentar, deixando claro que tomará a frente de tudo.Ótimo, eu estou cansada. Vou poder descansar minhas pernas enquanto ele contrata uma maquiadora.Recosto-me na cadeira e relaxo a postura. Sinto um alívio imediato nos pés.Allah! Eu poderia passar horas sentada nessa cadeira.Fecho meus olhos enquanto os minutos correm até serem quebrados pela voz profunda de Rashid.RashidAllah! Como gosto de observá-la de olhos fechados. Tudo ao meu redor parece deixar de existir.Ela é linda e assim relaxada ainda mais.Allah! De alguma maneira ela tem despertado minha atenção. Nunca em toda a minha vida me senti tão perturbado com uma mulher.Quando eu a trouxe da primeira vez para o Egito, eu me sentia imune aos seus encantos, ainda mais sabendo com quem eu estava lidando. Mas agora, tudo está
—Melhor irmos —digo irritada, encontrando finalmente minha voz.—Ótimo! Vamos cumprir o nosso desígnio.—Ótimo —respondo sem piscar e saio do pet shop. Lá fora a mão de Rashid procura a minha. Fungo e a aceito. Caminhamos por uns cinco minutos até pararmos em frente a uma grife enorme de nome Neferteri. A vitrine exibe vestidos lindíssimos. Todos trabalhados com pedrarias e lindos bordados: uns dourados, outros prateados.—Os bordados são feitos com fios de ouro ou prata. As pedras não preciso dizer que são preciosas.—São lindos e devem ser muito caros —digo como se constatasse um fato.—São. Vamos entrar.Tal logo entramos na lindíssima loja que me lembra as acomodações de um Sheik, sou cercada por duas vendedoras muito bem maquiadas e trajadas de Cleópatra. Vestem um longo de linho branco e fita dourada na cintura. Um cocar dourado na cabeça e que desce até os ombros. Um colar largo dourado, cheio de pedrarias.Elas nos recepcionam muito bem. Nos oferecem suco, café, água. Com nos
No carro ficamos presos aos nossos próprios pensamentos. O silêncio impera o caminho todo até chegarmos ao nosso destino, um grande shopping Center, não muito distante do palácio.Reparo então nas palmeiras que balançam violentamente. Nunca vi tamanha violência, parece que elas serão arrancadas a qualquer momento.—Uma tempestade de areia se aproxima.Eu o encaro.—Verdade?—Mas não se preocupe, ela geralmente morre no deserto e não chega até aqui. Mas de qualquer forma, daremos um tempo lá dentro. Assim, até sairmos, ela já passou. Ah, e antes que eu me esqueça, onde está a aliança que eu te dei?Eu o encaro sem falas.Pelo visto minha irmã deixou o bilhete, mas não lhe entregou a aliança.Rashid bufa impaciente.—Não precisa responder, eu compro outra.O motorista estaciona numa vaga no subsolo e então abre a porta para nós. Rashid desce primeiro e eu em seguida. A mão de Rashid imediatamente procura a minha. Há uma explicação para isso. No Egito a mulher não anda sozinha. Ela anda
Cruzo os braços ainda de costas para ele.—Eu não quero. Perdi a fome.—Pare de agir como uma criança birrenta. Tudo que está acontecendo é por sua culpa. Não deveria ter entrado nessa se não estava disposta a ir até o fim.Ainda de costas para ele questiono:—Minha presença ao seu lado faz parte de todo esse teatro?Escuto ele fungar.—Também. Lembra da nossa trégua? Você não me provoca e eu te trato bem.Eu limpo mais lágrimas. Agora elas são de raiva por tudo que minha irmã fez e por esse cabeça dura não acreditar nas minhas palavras.Ele surge à minha frente.Fico pacífica torcendo para ele se dar conta do erro que está cometendo, mas nessa hora uma empregada surge na varanda quebrando o momento. Imediatamente Rashid me puxa para os seus braços, com uma das mãos pressiona minha cabeça em seu peito.Ouço seu agitado coração, seu perfume maravilhoso nas minhas narinas, seu calor envolvendo meu corpo.A empregada se afasta e um ofegante Rashid me solta devagar. Suas íris negras encon
—Não se maquiou hoje? Para uma mulher tão vaidosa isso é surpreendente.—Não —digo num tom de voz mostrando a pouca importância que dou para isso.—Esqueceu?—Esqueceu o quê?—Seu estojo de maquiagem.—Não. Gosto da beleza natural —digo e lhe dou um sorriso de iluminar o universo mas que não se firma muito tempo no meu rosto, pois os olhos de Rashid se tornam perigosos nos meus. Como se ele me avisasse de algo.—Amanhã na festa gostaria que caprichasse na aparência. Sua boa atuação irá colaborar com o sucesso das negociações.—Engraçado essa sua preocupação. Eu estou colaborando. Você que tem agido como um porco-espinho.Seu olhar gélido demonstra toda a sua indiferença, ele dá um sorriso debochado para mim:—Farei minha parte, pode ter certeza disso. Esse negócio é muito importante para mim. Posso muito bem fingir que não quero te enforcar o tempo todo.Suas palavras me afetam novamente. Não deveria me sentir assim. Respiro fundo.—Quanto a caprichar na aparência, você quer dizer me





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