As paredes da sala de reunião eram feitas de madeira escura, antiga, com veios que pareciam contar histórias tão velhas quanto as alianças que haviam sido formadas ali. As cortinas grossas bloqueavam a luz do dia. Era como se o tempo tivesse parado dentro daquele cômodo — e, de certa forma, era exatamente isso que eu precisava.
Tempo para pensar.
Tempo para decidir o que fazer com ela.
— Você parece distraído, Luca — disse Alessandro, servindo-se de um conhaque. — Isso é raro. Devo me preocupar?
— Ainda estou vivo, não estou? — rebati com um meio sorriso.
— Mal, pelo que ouvi — retrucou com um arquejo sarcástico. — Dois tiros. Foi isso?
— E dois mortos — corrigi. — No fim do dia, o saldo sempre importa mais que os danos.
Matteo estava à minha esquerda, calado, mas observando tudo. Ele sabia o que significava essa reunião. Não era apenas uma conversa de negócios. Era uma avaliação silenciosa. Eles queriam saber se eu estava perdendo o controle.
E se perdesse, haveria alguém pron