POV Sara
A mansão era silenciosa demais.
Mesmo com todos os cômodos grandiosos, os corredores longos e os móveis luxuosos — que mais pareciam saídos de um museu antigo —, havia uma tensão invisível no ar. Como se as paredes sussurrassem histórias de sangue e segredos a cada passo que eu dava.
Deixei o quarto em que Luca me instalou e andei pelos corredores em silêncio. Meus pés nus tocavam o mármore gelado, e eu tentava memorizar o caminho de volta, caso precisasse correr.
Porque algo dentro de mim dizia que eu deveria estar preparada para isso.
Quando entrei em um pequeno salão com janelas altas e cortinas abertas, fui surpreendida pelo som de vozes masculinas. Me escondi instintivamente atrás de uma das cortinas pesadas e escutei.
— O Chefe está diferente desde que trouxe ela — disse uma voz grave, que eu reconheci como a do tal Matteo. — Nunca o vi tão… tenso.
— É só mais uma mulher — respondeu outro, mais jovem. — Vai passar. Sempre passa.
— Não essa. Ela tem sangue