✨ SINOPSE: Ela jurou nunca se envolver com homens como ele. Ele fez de tudo para mantê-la longe... até não conseguir mais. Camila Duarte trabalha como garçonete em um restaurante de luxo em Paris para sustentar a mãe doente e pagar seus estudos. Forte, batalhadora e desconfiada, ela evita qualquer tipo de relacionamento — especialmente com homens ricos e arrogantes. Mas tudo muda quando ela conhece Leonardo Aragon, um bilionário frio e poderoso, herdeiro de um império que ele comanda com punhos de ferro e um coração de pedra. O que ela não sabe é que ele está escondendo sua identidade real para observá-la de perto... e descobrir se pode confiar nela. A tensão entre os dois cresce a cada encontro, em meio a mentiras, segredos e um desejo que nenhum dos dois pode controlar. Mas quando a verdade vem à tona, Camila terá que escolher: fugir de um homem que pode destruí-la... ou se entregar a um amor que pode redimi-lo. Entre mentiras, mágoas do passado e um mundo de luxo e perigo, o amor pode ser sua salvação — ou sua ruína.
Ler maisA chuva caía fina sobre Paris, tingindo de nostalgia as ruas de pedras antigas e vitrines iluminadas. Dentro do La Belle Lumière, um dos restaurantes mais elegantes da cidade, a atmosfera contrastava com o frio lá fora. O ambiente era aquecido pelo aroma de pratos sofisticados, pelo tilintar de taças de cristal e pelo murmúrio educado dos clientes endinheirados. Para Camila Duarte, no entanto, aquela noite era como qualquer outra — mais uma em que ela corria entre mesas com um sorriso ensaiado no rosto e os pés doendo nos sapatos baratos.
— Mesa sete, Camila. Cliente novo, cara fechada, pediu o cardápio sem nem olhar na sua cara. Boa sorte com esse aí. — murmurou Júlia, sua colega de trabalho, piscando com ironia. Camila pegou o cardápio de couro e respirou fundo. Ela estava acostumada com aquele tipo de cliente: homens de negócios, arrogantes e silenciosos, que a tratavam como invisível. Mas ela precisava do emprego. A mãe estava em casa, doente, e as contas se empilhavam sem piedade. Aproximou-se da mesa sete com passos firmes, sentindo o tecido apertado do uniforme colar na pele devido ao calor do salão. Quando chegou, o homem ainda não havia sequer tirado o sobretudo escuro. Ele estava inclinado para trás na cadeira de couro, uma taça de vinho tinto à frente, e olhos que a observaram com frieza — olhos que pareciam julgá-la em silêncio. — Boa noite, senhor. Gostaria de ver o cardápio da casa? — ela ofereceu com a voz neutra. Ele pegou o cardápio sem responder, mas seus olhos não saíram do rosto dela. Havia algo naquele olhar — não era interesse, nem desejo. Era… curiosidade. Camila manteve a compostura, mas um arrepio involuntário percorreu sua espinha. Não era comum sentir-se observada daquela forma. — Volto em alguns minutos para anotar seu pedido. — ela disse, virando-se para sair. — Camila, não é? — a voz dele a deteve. Grave, pausada, sem sotaque definido. Ela se virou devagar, surpresa. — Sim... senhor. — Está trabalhando aqui há quanto tempo? A pergunta a pegou desprevenida. Os clientes raramente queriam saber algo sobre ela — e quando queriam, normalmente era para flertar. Mas o tom dele era diferente. Frio. Como se estivesse analisando uma peça de xadrez. — Há quase um ano — respondeu, cautelosa. — Precisa de alguma recomendação? Ele a encarou por mais um segundo antes de desviar os olhos para o cardápio. — Não. Pode trazer o prato do chef. Sem entrada. E mais vinho. Camila assentiu e se afastou. Sentia os olhos dele queimando suas costas, e não sabia explicar por quê, mas algo naquele homem a deixava inquieta. Ele parecia... deslocado. Como se estivesse ali por um motivo que não tinha nada a ver com o jantar. Leonardo Aragon observou Camila até que ela desaparecesse pela porta da cozinha. Seu disfarce era impecável: nada de segurança, nada de terno italiano feito sob medida, nada de seu sobrenome em destaque. Apenas um homem comum, sentado em um restaurante onde ela jamais saberia quem ele realmente era. O irmão dela — o falecido Marco Duarte — havia trabalhado para um de seus concorrentes. Leonardo sabia de histórias. De rumores. E agora que Marco estava morto, Camila parecia ser a peça que faltava para desvendar o que de fato havia acontecido. Mas quando ele a viu pela primeira vez, não esperava encontrá-la... daquele jeito. Ela não era apenas bonita — era real. Tinha um olhar que misturava cansaço com orgulho. Os cabelos castanhos estavam presos em um coque improvisado, algumas mechas escapando e moldando seu rosto de traços suaves. Não usava maquiagem em excesso, nem tentava agradar ninguém. Era diferente das mulheres que costumavam se aproximar dele como abelhas famintas por mel. Talvez por isso, ele não conseguiu desviar o olhar. “Não se envolva”, alertou-se mentalmente. “Ela é apenas uma peça. Nada além disso.” Camila entregou o prato com a precisão de uma bailarina, evitando contato visual. No entanto, quando ele agradeceu — um murmúrio rouco, mas audível — ela o olhou por reflexo. E naquele instante, os olhos dele pareciam ter mudado. — Você não é francesa. — ele disse, de repente. — Não. Brasileira. — ela respondeu, com um sorriso rápido, já pronta para ir embora. — Paris é uma cidade difícil para quem começa do zero. — comentou ele, mais para si mesmo do que para ela. Camila parou. Aquilo a surpreendeu. Era raro alguém notar — ou se importar. — É. Mas a gente aprende a sobreviver. — ela respondeu, firme. — Posso trazer a sobremesa? Ele a observou por mais um instante e balançou a cabeça em negativa. — Não. Só a conta. Quando ela voltou com a conta, ele já havia deixado algumas notas dobradas na mesa. Camila pegou o dinheiro sem esperar gorjeta — mas ao desdobrar as cédulas, viu algo mais. Um cartão. Sem logotipo, sem nada. Apenas um número de telefone escrito à mão. E na parte de trás, uma frase: “Você não é invisível.” Camila ficou parada por alguns segundos, os dedos tremendo levemente. Quem era aquele homem? E por que, de todas as pessoas que passaram por sua vida, ele parecia ter enxergado o que ela passava tanto tempo tentando esconder?A luz dourada da manhã filtrava-se pelas janelas do antigo chalé em Nice. O cheiro de café recém-passado se misturava ao aroma do mar, e por um breve instante, Camila respirou como se o mundo finalmente estivesse em silêncio. Ela caminhou descalça até a varanda, envolta por um xale de linho, sentindo a brisa tocar sua pele como uma promessa. Atrás dela, no interior do chalé, caixas com documentos, cartas e lembranças que agora não doíam mais. O passado, enfim, começava a descansar. Leonardo surgiu na porta, segurando duas xícaras. — Ainda não fugiu? — ele provocou com um sorriso preguiçoso, mas seus olhos a devoravam como se ainda não acreditasse que ela estava ali, com ele, depois de tudo. Camila aceitou a xícara, mas não respondeu de imediato. Olhava o mar como quem lê um segredo no horizonte. — Você acha... que somos o fim ou o começo de alguma coisa? — ela perguntou, sem tirar os olhos do azul que se estendia à sua frente. Leonardo sentou-se ao seu lado, sério agora.
O relógio marcava quase meia-noite quando Camila trancou a porta do apartamento com uma firmeza que nem ela sabia que tinha. O coração ainda pulsava acelerado depois da visita inesperada. Era mais do que uma simples ameaça; era um aviso silencioso de que Rodrigo estava mais perto do que jamais imaginara.— Ele não brinca — disse Leonardo, enquanto cruzava os braços, fitando a rua pela janela. — Isso não é mais um jogo de gato e rato. Ele está apertando o cerco.Alexandre aproximou-se, o rosto sério iluminado pela luz tênue da lâmpada. — Precisamos agir antes que o cerco se feche de vez. Cada passo errado pode ser fatal.Camila sentou-se, fechando os olhos por um instante. O peso das últimas semanas parecia um fardo quase insuportável, mas a vontade de vencer, de finalmente apagar as sombras do passado, a mantinha firme.— Rodrigo acha que pode me controlar — falou, a voz carregada de determinação. — Que pode apagar tudo o que sou. Mas ele não sabe que a melhor arma que eu tenho... é a
Alexandre puxou do bolso um envelope grosso, amassado nas bordas, como se tivesse sido carregado por dias. Com um gesto firme, entregou a Camila.— Isso é tudo que conseguimos até agora. Documentos, fotos, contas bancárias — o que foi possível reunir contra Rodrigo. É o suficiente para começar uma ofensiva.Camila folheou rapidamente o conteúdo, os olhos captando nomes, valores e ligações que comprovavam a extensão do poder de Rodrigo. A rede de corrupção ia além do que imaginara.— Ele controla políticos, juízes, até policiais... — ela murmurou, sentindo o peso da realidade.— Exatamente — Leonardo completou. — E enquanto ficarmos isolados, seremos alvos fáceis.— Então como faremos? — Camila perguntou, tentando segurar a ansiedade que crescia.Alexandre olhou para o céu, como buscando forças nas estrelas.— Vamos precisar de aliados — disse, baixinho. — Pessoas que estejam dispostas a enfrentar o sistema, que queiram justiça de verdade. E principalmente, vamos precisar de você.Cami
Camila passou a noite em claro, revirando as palavras de Alexandre em sua mente, enquanto o silêncio do quarto parecia cobrar uma resposta que ela ainda não tinha. Leonardo havia insistido para que ela aceitasse ajuda, mas como aceitar a mão de alguém que, até pouco tempo atrás, parecia um inimigo?Na manhã seguinte, a cidade de Zurique acordava sob um céu cinzento, refletindo o turbilhão interno de Camila. Cada passo pelas ruas de paralelepípedo parecia ecoar o ritmo acelerado de seu coração — dividido entre a desconfiança e a esperança, entre o passado sombrio e um futuro incerto.Enquanto caminhava até um ponto estratégico para encontrar um contato antigo de sua mãe, Camila sentiu o peso dos olhares invisíveis. A sensação de ser seguida não a abandonava. Um tênue arrepio correu por sua espinha.De repente, uma voz familiar cortou o ar:— Você parece carregada demais para uma só pessoa.Ela virou-se e viu Leonardo, aproximando-se com aquele jeito firme, mas carregado de preocupação.
A manhã chegou silenciosa, mas com uma tensão quase palpável no ar. Camila despertou no pequeno quarto do hotel em Zurique, os pensamentos ainda presos à noite anterior. As informações que encontrara no banco reverberavam na mente com a força de um trovão — cada documento, cada assinatura, cada transferência traçava uma teia complexa, perigosa, que parecia crescer a cada dia.Ela sentia-se como uma peça frágil num tabuleiro gigantesco, onde as regras eram definidas por homens poderosos e impiedosos. Rodrigo Alencar não era apenas um nome escondido em uma certidão ou um fantasma de um passado distante — ele era o epicentro de um império sombrio, e agora, Camila estava no meio dele.Enquanto preparava-se para sair, seu celular vibrou. Era uma mensagem de Leonardo."Camila, precisamos falar. Estou na entrada do hotel. Urgente."O frio suíço não diminuiu o aperto em seu peito enquanto ela descia para encontrá-lo. Leonardo estava lá, olhos arregalados, o semblante fechado. Ele não era de s
O silêncio da noite parisiense parecia pesado demais para Camila. Ela caminhava pelas ruas estreitas, o casaco apertado contra o corpo tentando protegê-la do vento cortante, mas era o frio dentro dela que mais incomodava. Tudo o que acabara de descobrir naquele dia girava em torno de uma única verdade: nada era o que parecia. Nem Leonardo, nem Alexandre, nem mesmo ela mesma.O envelope que recebera do misterioso contato, sem remetente, trazia apenas um bilhete curto e ameaçador:— “Você está sendo observada. Confie em quem menos espera. O passado virá cobrar sua dívida.”Camila não sabia se isso era um aviso ou uma ameaça, mas cada palavra ressoava como um alerta sombrio em sua mente.Enquanto isso, Leonardo estava em seu apartamento no centro da cidade, olhando fixamente para o telefone, esperando por uma ligação que nunca vinha. A conexão que ele sentia com Camila não era apenas de sangue ou circunstâncias — era algo que consumia sua razão e alimentava uma necessidade que ele se rec
Último capítulo