Camila passou a noite em claro, revirando as palavras de Alexandre em sua mente, enquanto o silêncio do quarto parecia cobrar uma resposta que ela ainda não tinha. Leonardo havia insistido para que ela aceitasse ajuda, mas como aceitar a mão de alguém que, até pouco tempo atrás, parecia um inimigo?
Na manhã seguinte, a cidade de Zurique acordava sob um céu cinzento, refletindo o turbilhão interno de Camila. Cada passo pelas ruas de paralelepípedo parecia ecoar o ritmo acelerado de seu coração — dividido entre a desconfiança e a esperança, entre o passado sombrio e um futuro incerto.
Enquanto caminhava até um ponto estratégico para encontrar um contato antigo de sua mãe, Camila sentiu o peso dos olhares invisíveis. A sensação de ser seguida não a abandonava. Um tênue arrepio correu por sua espinha.
De repente, uma voz familiar cortou o ar:
— Você parece carregada demais para uma só pessoa.
Ela virou-se e viu Leonardo, aproximando-se com aquele jeito firme, mas carregado de preocupação.