A luz dourada da manhã filtrava-se pelas janelas do antigo chalé em Nice. O cheiro de café recém-passado se misturava ao aroma do mar, e por um breve instante, Camila respirou como se o mundo finalmente estivesse em silêncio.
Ela caminhou descalça até a varanda, envolta por um xale de linho, sentindo a brisa tocar sua pele como uma promessa. Atrás dela, no interior do chalé, caixas com documentos, cartas e lembranças que agora não doíam mais. O passado, enfim, começava a descansar.
Leonardo surgiu na porta, segurando duas xícaras.
— Ainda não fugiu? — ele provocou com um sorriso preguiçoso, mas seus olhos a devoravam como se ainda não acreditasse que ela estava ali, com ele, depois de tudo.
Camila aceitou a xícara, mas não respondeu de imediato. Olhava o mar como quem lê um segredo no horizonte.
— Você acha... que somos o fim ou o começo de alguma coisa? — ela perguntou, sem tirar os olhos do azul que se estendia à sua frente.
Leonardo sentou-se ao seu lado, sério agora.
— Acho que so