O pai teve um caso durante o casamento, a mãe tirou a própria vida devido à depressão, e a amante se mudou para a casa com seus dois filhos. Marília Cardoso foi acolhida pela melhor amiga de sua mãe e passou a morar com ela. Sob o mesmo teto, Marília e Anselmo Pereira cresceram juntos como amigos de infância. Com o tempo, o relacionamento entre eles evoluiu naturalmente. Contudo, no dia em que Marília completou 22 anos, quando tudo indicava que o casamento entre eles estava próximo, Anselmo anunciou publicamente seu relacionamento com a melhor amiga de Marília, a abraçando em frente a todos. Enquanto isso, Marília recebeu apenas o rótulo de "irmã" e se tornou motivo de chacota para todos ao redor. Afinal, aos olhos de Anselmo, ela não passava de uma parasita lamentável, um peso do qual ele não conseguia se livrar. Ele e seus amigos a desprezavam. Todos aconselhavam Marília a ser mais sensata e a não destruir os últimos resquícios da ligação entre eles. Até mesmo sua melhor amiga, cheia de entusiasmo, tentou apresentá-la a outros rapazes. Foi então que Marília decidiu voltar sua atenção para Leandro Santos, um homem inalcançável, quase impossível de conquistar. Porém, Leandro era também o homem que sua melhor amiga amava e que ela própria nunca conseguiu ter. Ele não era apenas um renomado chefe de cirurgia cardíaca no mundo da medicina, mas também o herdeiro da poderosa família Santos, o clã mais influente de Serenópolis. Além disso, Leandro era outro amigo de infância de Marília, e também o amor secreto de sua meia-irmã. ... Leandro desprezava a arrogância e a teimosia de Marília, sua falta de amor-próprio e a suposta profundidade de seus esquemas. Mas, ao mesmo tempo, ele não conseguia ignorar sua beleza marcante e irresistível. Leandro não era um homem perfeito; ele cedeu à tentação, foi fisgado por ela e se tornou cada vez mais obcecado, até se perder completamente. No final, ele só pôde se render a ela, sem reservas.
Ler maisAo ouvir a palavra "dormiu", o sangue de Marília lhe subiu todo à cabeça. Ela não esperava que Leandro fosse dizer uma coisa dessas bem na frente de Atilio.Ficava claro qual era a relação entre os dois.Atilio olhou para aquele homem tomado pelo ciúme, manteve um sorriso educado no rosto e disse:— Srta. Marília, você e o presidente Leandro devem ter algo a conversar. Vou deixá-los a sós.O peito de Marília subia e descia com força. Ela conteve a raiva e se virou:— Desculpe, hoje você vai sair sozinho. Eu mesma vou conversar com a minha mãe depois.Atilio assentiu com a cabeça e fechou a porta do banco do passageiro.Marília o observou enquanto ele dava partida no carro e se afastava. Ela então levantou o rosto, com o olhar gélido e a raiva escancarada:— Solta!Ela não foi embora com aquele homem, e só pelo que disse, ele já sabia que o relacionamento deles não era como imaginava.Isso deixou Leandro um pouco mais aliviado. Ele soltou a mão dela e suavizou o tom de voz:— Onde você
Esse gesto fez com que todos à mesa olhassem para eles.Marília ficou paralisada, apertando os lábios enquanto levantava os olhos para encarar o rosto bonito e anguloso ao seu lado, tentando conter a raiva que subia em seu peito:— Eu não quero comer, obrigada.Ela empurrou o pedaço de bolo de volta e pegou o sanduíche que ela mesma havia trazido.Marília já tinha visto aquele bolo. Em hotéis desse tipo, o chantili dos bolos sempre era abundante e verdadeiro. Ela também estava com vontade de comer, mas achava que era cedo demais para algo tão doce, e simplesmente não conseguia engolir aquilo logo pela manhã.Leandro a encarou por um bom tempo antes de desviar o olhar e continuar comendo seu próprio café da manhã.Atilio, ao observar essa cena, logo percebeu o que estava acontecendo.Ele era advogado, e advogados prestam muita atenção aos detalhes. Havia duas cadeiras vagas, mas Leandro, sem a menor hesitação, escolheu sentar-se ao lado de Marília.Ele se lembrou das palavras da tia Lar
O espaço que antes parecia amplo de repente ficou apertado com a presença de mais uma pessoa. Marília imediatamente sentiu o ar ao seu redor rarefeito, como se até respirar tivesse se tornado difícil.Madalena, ao ver que Leandro havia se sentado ao lado de Mimi, bateu a colher com força no prato, visivelmente irritada:— Quem foi que te convidou para sentar aqui?A Sra. Palmira levou um susto; até Larissa deu um leve sobressalto. Ao ver a expressão fria no rosto da amiga, ela sentiu-se imediatamente culpada.Leandro manteve a expressão impassível.— Foi ele que me convidou.Virou-se para olhar Atilio.Atilio apressou-se em dizer:— Tia Madalena, desculpa, é que achei que todo mundo aqui se conhecia, a tia Larissa também está, e ainda havia lugar sobrando.Mesmo que estivesse com raiva, Madalena não podia descontar sua frustração em cima de Atilio.Afinal, Atilio era o rapaz que ela havia escolhido para Mimi.Nesse momento, a Sra. Palmira tentou amenizar a situação:— Madalena, vamos t
Madalena a ignorou e continuou sua refeição como se nada tivesse acontecido.Larissa olhou com desprezo e perguntou:— Ora, será que estou vendo coisas? Como é que você, tão ocupado, está por aqui?Leandro lançou um olhar discreto para Marília, sem deixar de observar o homem ao lado dela, e sorriu levemente:— Vim tratar de uma parceria por aqui. Meu pai comentou que você estava neste hotel, então resolvi passar para dar uma olhada.Marília apertou a colher com mais força, sentindo-se indignada ao ouvir aquele homem se expressar com tanta formalidade.— Normalmente, é um milagre conseguir ver você. E agora você ainda faz questão de vir até mim? Estou mesmo lisonjeada! — Ironizou Larissa, com evidente má vontade.Leandro, impassível, permaneceu ali sem se mover.— Eloá me disse que o carro quebrou. Já que vou sair daqui à noite, posso aproveitar e levar vocês comigo.Ao ouvir sobre o carro quebrado, Larissa entendeu perfeitamente que era apenas uma desculpa do filho. Ainda assim, entrou
O café da manhã no hotel era servido em estilo buffet.Havia opções de culinária chinesa, ocidental, francesa e japonesa, com uma grande variedade de pratos.Marília pediu para as senhoras se sentarem, enquanto ela mesma iria buscar o café.Sra. Palmira logo pediu ao filho que fosse ajudá-la. Ao ver os dois jovens indo juntos, ela não conteve o sorriso e comentou:— Formam um belo par!Madalena, que mais cedo havia observado discretamente a expressão da Sra. Palmira enquanto esperava a filha no andar de cima, percebeu que ela estava sempre sorridente e tranquila. Atilio também lhe pareceu um rapaz compreensivo. Madalena estava muito satisfeita com esse possível genro e concordou com um sorriso:— A idade e o temperamento deles combinam muito bem.Sua filha precisava de alguém assim, alguém que soubesse ser atencioso.Larissa, ao ouvir os elogios de Madalena ao filho de Sra. Palmira, sentiu um certo desconforto. Embora o rapaz realmente parecesse mais adequado para Mimi do que seu própr
— Não precisa, mãe, eu vou demorar um pouco. Se estiverem com fome, desçam e comam primeiro, eu...— Que história é essa de a mãe ir comer primeiro e deixar a filha sozinha no quarto? Esse hotel é enorme, você nem vai conseguir se orientar direito. Indo com a gente é melhor, tem alguém guiando. Deixar você sozinha aqui em cima? De jeito nenhum! Eu não fico tranquila!Madalena, não importava o que a filha dissesse, não aceitava deixá-la sozinha.Marília estava com dor de cabeça.— Então a senhora e a madrinha me esperem só um instante. Assim que eu terminar de me arrumar, saio.— Está bem, se arrume com calma. Assim que estiver pronta, descemos juntas para o café.Depois de desligar o telefone, Marília viu que Leandro já estava vestido, parado ao lado da cama, olhando fixamente para ela. Com voz fria, ela disse:— Leandro, vire o rosto para o outro lado!Leandro encarou a raiva dela, pegou um cigarro e o isqueiro, acendeu-o e foi se sentar de costas para ela no sofá.Ainda bem que, depo
Último capítulo