Alana é uma jovem que vê o mundo de uma forma incrivelmente diferente dos outros. Sua bondade a faz casar com um homem que nunca conheceu, pela paz, deixando o amor da sua vida só. Será que ela conseguirá superar o passado e olhar pro futuro sem desesperos?
Ler maisO caminho de volta para casa foi silencioso, quase sufocante. Eu e Ozil caminhávamos lado a lado, mas havia um mar entre nós. O jantar, por mais agradável que parecesse na superfície, deixou um gosto amargo dentro de mim. Ele foi gentil e atencioso. Mas mesmo com tudo isso, meu coração insistia em estar em outro lugar. Com outra pessoa, não era fácil fingir não estar sentindo saudades de Matthew e ao mesmo tempo, sentir que Ozil tinha algo que me atraia nele. Quando chegamos, ele abriu a porta e me deixou entrar primeiro. A casa estava escura e tranquila, como se guardasse segredos que preferia não revelar. — Obrigado por ter vindo jantar comigo — ele disse com um sorriso leve, ficando atrás de mim. — Eu que agradeço... — murmurei, pendurando meu casaco ao lado da porta. — Você está mais quieta que o normal. Quis dizer a verdade. Dizer que a presença dele me confundia, mas não era o suficiente para abafar o que ainda queimava em mim por Matthew. Em vez disso, só balancei
(ALANA) O relógio marcava três em ponto quando desci as escadas. O vestido cor de vinho que ele deixara para mim caía perfeitamente no meu corpo, como se tivesse sido feito sob medida. Simples, mas elegante. A sandália de tiras que encontrei junto combinava bem. Prendi o cabelo num coque baixo e ignorei qualquer tentativa da minha consciência de me fazer parecer... vaidosa. Aquilo não era um encontro. Era necessidade. E controle. Ozil me esperava junto à porta principal, com as mãos nos bolsos, como sempre. Ele usava uma camisa branca dobrada até os cotovelos, calça escura e botas pretas. Estava absurdamente bonito, o que só aumentava a raiva que eu sentia por ele. Era como se soubesse do efeito que causava. — Está pronta? — perguntou, abrindo a porta para mim. Assenti sem palavras. Não havia por que prolongar qualquer conversa. Saímos da mansão e logo entramos num carro preto de vidros escuros, com motorista. Claro. Ozil não dirigia. Ele apenas mandava. O percurso até a cida
ALANA Senti meu corpo enrijecer no mesmo instante em que nossos olhos se cruzaram. Ozil estava ali, parado à minha frente, com aquele olhar que não combinava com o homem que se dizia meu marido. Era terno, profundo... quase doce. Mas não me deixei enganar. Eu sabia quem ele era. Ou pelo menos, pensava que sabia. — Podemos conversar? — repeti, tentando manter o tom neutro. Ele não respondeu de imediato. Apenas olhou ao redor, como se estivesse calculando cada presença naquele ambiente. Constância percebeu e, sem que ele precisasse pedir, retirou-se da cozinha. Fiquei surpresa com a obediência dela, mas entendi que, naquela casa, Ozil não precisava mandar duas vezes. — Vamos. — Ele fez um gesto com a cabeça, indicando que eu o seguisse. Subimos em silêncio. A cada degrau, meu coração parecia bater mais alto, mais forte. Quando entramos no quarto, ele fechou a porta com calma e se encostou nela, me observando. — Pode falar. — disse, com as mãos nos bolsos da calça escura. Respirei
ALANAA noite mal passou e eu já estava doida para sair da cama. Já era um novo dia e é claro que com isso, são novas chances e novos desafios.Bom, ninguém merece ter a vida que tenho. Mas ao invés de ficar reclamando de tudo que vem acontecendo, acho melhor pensar em como fazer os homens de Ozil serem leais a mim e desonesto com seu futuro rei. A guerra não estava apenas com meu pai e Klaus, meu sogro. Estava por todo lado e como era de se esperar, as terras do meu pai e de Klaus, que agora também me pertenciam, são as terras mais disputadas e por essa razão, só se apoiando para acabar com a raça dos vizinhos. - Senhora. - Uma voz desconhecida me tira do cenário que passava na minha cabeça.- Pode entrar. - Faço-a entrar.A mulher, melhor dizendo, a jovem moça, abre a porta e entra. Pelo seu olhar, parecia aborrecida com alguma coisa.- Ozil mandou para que descesse para tomar o café da manhã antes dele sair. - Disse ríspida. - Fala para ele que não estou com fome e que assim que
ALANAMe encontro em uma vida miserável que nem mesmo eu posso entender como pude me submeter. Agora estou em uma encruzilhada que nem sei como sairei.Agora estou sentada na cama vendo o homem que agora é meu marido se despindo estupidamente ridículo, tentando impactar algo em mim.- O que está fazendo? - O que você vê não responde a sua pergunta!?- me responde com outra pergunta. - Se respondesse, não estaria te perguntando. - arregalo os olhos.- Se prepara para terminar o que você não terminou com seu amante. - Diz sério.- Não, você não vai me obrigar a ter relações sexuais com você. Ou vai? - Me arrependo seriamente por ter levado Matt pro quarto.- Ah não. Sério? Me parecia tão excitada quando estava na minha casa, meu quarto e na minha cama se esfregando com outro ser que não sou eu. - ironiza. - E mais uma coisa, eu sou o seu lobo e queira você ou não, te farei minha como pediu. - Ozil se aproxima de mim.- Por favor. Eu juro que não me encontrarei com ele e muito menos te
A música tradicional ecoava, mulheres dançavam com entusiasmo, as servas corriam atarefadas, e o povo sorria feliz. Tudo girava em torno do casal sentado à mesa de honra, acompanhados dos pais, que trocavam olhares confusos diante da presença um do outro. Já se haviam passado duas décadas desde aquele dia.Alana não parava de procurar por Mathew, e Letícia logo percebeu isso pela forma insistente com que ela virava a cabeça de um lado para o outro. Estava visivelmente desconfortável por estar tão próxima de um homem cujo nome mal conhecia.— Com licença. — Alana se levantou, fazendo sinal para a amiga segui-la.— Aonde você vai? — Ozil perguntou, desconfiado, mesmo após ter feito contato com ela há apenas algumas horas.— Vou tomar um ar fresco, longe de toda essa gente. — respondeu Alana, com um tom seco.— Você tem razão. Eu te acompanho. Só vou dar umas palavrinhas com meu pai e meu sogro e já já estarei com você. — Ozil piscou para ela.Chateada, como já era de se esperar, Alana s
O dia do casamento havia finalmente chegado. Todos se aprontavam para a cerimônia, mas Alana sentia como se devesse fugir para uma cidade distante. Longe de tudo. Longe do que estava por vir.A noiva estava pronta em seu quarto, chorando às escondidas. Ninguém podia vê-la assim. Só havia uma pessoa no mundo que poderia fazê-la largar tudo e fugir: seu verdadeiro amor, Matthew.— O que minha bela dama faz aqui, sozinha e chorando? — perguntou Matthew, surpreendendo-a.— Como você entrou aqui? Ninguém o viu entrar? — sorriu, fechando as portas do quarto e dizendo aos guardas que queria um tempo sozinha. Todos respeitavam seu desejo. Afinal, quem em sã consciência aceitaria se casar com um completo desconhecido só para evitar uma guerra?Assim que trancou as portas, Alana correu para os braços de Matthew, beijando-o com a intensidade de quem acreditava ser a última vez.— Eu te amo, Alana. Nada nem ninguém vai mudar isso — Matthew segurou suas mãos, olhando profundamente em seus olhos.—
O dia mal começou e todos estavam a espera de Alana para provar o vestido de noiva. Faltavam apenas dois dias pro seu casamento e a cidade inteira comentava e se preocupavam em arranjar algo para oferecer a sua princesa, assim dizer.Como forma de agradecimento ao seu sacrifício pelo seu povo. A única filha do Alfa Mendonça, o qual obrigou sua filha a se casar por causa da paz. Alana é jovem, atraente e linda para com os olhos de muitos. Aceitou casar com Ozil, filho do inimigo do seu pai, o qual causou a separação de clãs pelo poder e agora quer acabar com a guerra ameaçando seu ex amigo Mendonça a casar sua filha com seu filho. "— Como se sente filha?"— Mendonça estava na porta, entreaberta, observando sua filha se olhando no espelho pensativa. "Bem pai, eu só estou um pouco receosa, porque nem conheço ele."— Se virando para seu pai, abriu a porta para que ele entrasse e conversassem c
Era uma vez..Haviam dois grandes amigos que cresceram juntos e dividiram tudo de bom e de ruim. Eram como irmãos gêmeos inseparáveis, não havia nada que causassem inveja nem ciúmes. Certo dia o seu rei, o Alfa do reino inteiro, pediu a presença de um dos amigos, porém, como já disse antes, eram inseparáveis, os dois foram juntos até o castelo para atender o pedido do seu rei."Como ousam a desobedecer a minha ordem?"— o rei perguntou zangado com a falha.Por esse erro, ele ordenou que os dois lutassem aí, na sala real e quem ganhasse, levaria a recompensa que ele daria ao amigo que antes fora chamado."Não, eu não farei isso."— disse Klaus olhando para seu amigo Mendonça."Eu também não farei isso."— disse o outro, fazendo com que seu rei se endu