ALANA
A noite mal passou e eu já estava doida para sair da cama. Já era um novo dia e é claro que com isso, são novas chances e novos desafios. Bom, ninguém merece ter a vida que tenho. Mas ao invés de ficar reclamando de tudo que vem acontecendo, acho melhor pensar em como fazer os homens de Ozil serem leais a mim e desonesto com seu futuro rei. A guerra não estava apenas com meu pai e Klaus, meu sogro. Estava por todo lado e como era de se esperar, as terras do meu pai e de Klaus, que agora também me pertenciam, são as terras mais disputadas e por essa razão, só se apoiando para acabar com a raça dos vizinhos. - Senhora. - Uma voz desconhecida me tira do cenário que passava na minha cabeça. - Pode entrar. - Faço-a entrar. A mulher, melhor dizendo, a jovem moça, abre a porta e entra. Pelo seu olhar, parecia aborrecida com alguma coisa. - Ozil mandou para que descesse para tomar o café da manhã antes dele sair. - Disse ríspida. - Fala para ele que não estou com fome e que assim que ele for embora, irei descer para comer algo. "Se ele pensa que vai me manipular, está muito enganado. " - penso. - Mas alguma coisa Alana?- pergunta sem nenhum pingo de respeito, pelo seu tom agressivo e mal humorado. - Não. Agora se poder me dar licença, preciso ficar sozinha. - me levanto e abro a porta sem paciência nenhuma de aturar sua forma de me responder. Sem responder nada, ela sai e fecha a porta com violência. Affh, era só o que me faltava. Além de ter um marido insolente e psicopata, eu ainda tenho que aturar essa jovem insolente. Respiro fundo, me levanto da cama e vou até o banheiro esfriar minha cabeça com um banho de água fria. Entro na banheira e tento relaxar imaginando um futuro longe daqui. Mais ou menos 30 min na banheira, saio, escovo os dentes e vou pro quarto. Sinceramente, não sabia o que vestir, apesar de não ser muito vaidosa, eu gostava de estar apresentável e não é agora que isso vai mudar. Dou alguns passos até chegar ao closet, onde procuro alguma coisa, mas nada. Só tinha roupas de Ozil e é claro, nada meu. Pego uma camisa de Ozil e visto. A camisa era muito grande, com certeza eu ia precisar de algum cinto para estar mais confortável e um pouco mais estiloso. Passo um batom nude, faço um coque frouxo, e saio assim mesmo. Sem nenhum calçado. Desço as escadas e vou até a sala, o lugar que já conhecia da casa. Na mesa não havia mais nada e me parecia que Ozil já tinha ido embora. - Bom dia senhora. - Uma senhora da idade, passa com um vaso de flores me saudando, enquanto carregava algo em suas mãos. - Bom dia. Eu posso te fazer uma pergunta? — Questiono ansiosa por sua resposta. - Sim, claro. - responde. - Você sabe se meu marido já saiu? — ela pará de fazer o que estava fazendo, e se vira para mim, e por um instante, olha de relance para roupa que eu estava vestindo e sorri. - Sim. Ele já saiu e a propósito, ele pediu para avisar que assim que ele voltar, vocês irão sair para fazer compras! - Aaah, ah é? Que pena. Eu confesso que estou me sentindo horrível andando desse jeito feito uma prostituta. Será que ninguém chega o mesmo tamanho que eu nessa casa?— Pergunto sem jeito. - Ah tem. A Beatriz, ela tem um corpo igual o da senhora. Mas ela não disse nada? - pergunta confusa. - Dizer o quê Constância? Que Ozil pediu para que eu cuidasse das suas coisas pessoalmente? - A mesma moça que a quase uma hora estava no meu quarto, responde, enfatizando o "pessoalmente". - Não, você sabe que ele pediu para que você emprestasse sua roupa para a mulher dele.- Constância fala no mesmo tom, dando a perceber que havia uma problemas entre elas. - Ah isso. Eu bem que deixei tudo em cima da minha cama, opss, acabei me esquecendo do vestido. -Beatriz parecia me odiar sem mesmo me conhecer, ou talvez fosse apenas impressão minha. — Tudo bem! Assim que Ozil voltar, vamos comprar algo. — tento sair do constrangimento e da tensão que acontecia. — Como assim? — Beatriz pergunta, logo após dar uma mordida na maçã vermelha que estava na mesa. — Você ainda não soube? — sorri de lado e continua..— Eu é que vou sair com Ozil para comprar roupas para você, já que não se dignou nem ao menos a descer e procurar saber o que seu marido queria.. — Pará com isso já Beatriz! — Constância tenta impor limites. — DESCULPA, mas só para entender tudo o que está acontecendo aqui, quem é você para Ozil? Porque pelo que eu saiba, ele é filho único e seu pai não teve nenhum outro filho. — Arqueio a sombracelha indagando. — Porquê não pergunta a seu marido? — diz sarcasticamemte e acrescenta: Eu não tenho nenhum grau de parentesco com seu pai, muito menos com ele, mas somos muito mais que apenas amigo. Após dizer isso, sai sem antes mesmo sanar todas as minhas dúvidas, e me deixar com esperança de estar de pé de igualdade com Ozil. — Não liga para ela. Ela está apenas tentando te provocar. Ela é apaixonada por seu marido desde a adolescência. — Constância termina de falar e se vira assim que vê Ozil entrando na cozinha. — Quem é apaixonada por mim desde a adolescência? — Ozil indaga e constância dá um passo para frente. — Ninguém! — Respondo. — Podemos conversar? É urgente! — olho para ele séria e seus olhos se cruzam com os meus assim que ele olha em minha direção, e eu me sinto incomodada com aquele olhar terno.