ALANA Senti meu corpo enrijecer no mesmo instante em que nossos olhos se cruzaram. Ozil estava ali, parado à minha frente, com aquele olhar que não combinava com o homem que se dizia meu marido. Era terno, profundo... quase doce. Mas não me deixei enganar. Eu sabia quem ele era. Ou pelo menos, pensava que sabia. — Podemos conversar? — repeti, tentando manter o tom neutro. Ele não respondeu de imediato. Apenas olhou ao redor, como se estivesse calculando cada presença naquele ambiente. Constância percebeu e, sem que ele precisasse pedir, retirou-se da cozinha. Fiquei surpresa com a obediência dela, mas entendi que, naquela casa, Ozil não precisava mandar duas vezes. — Vamos. — Ele fez um gesto com a cabeça, indicando que eu o seguisse. Subimos em silêncio. A cada degrau, meu coração parecia bater mais alto, mais forte. Quando entramos no quarto, ele fechou a porta com calma e se encostou nela, me observando. — Pode falar. — disse, com as mãos nos bolsos da calça escura. Respirei
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