Eyla sempre soube que era diferente. Seu dom de sentir energias e ler as intenções das pessoas a isolava em um mundo de aparências e superficialidade. Presa em uma rotina monótona e em um relacionamento frio, ela sente que algo dentro dela clama por mudança—por um amor verdadeiro, por um destino maior. Adrian é o alfa de sua alcateia, um líder astuto e perigoso, dono de um olhar verde que carrega segredos e um destino que não pode ser evitado. Quando seus caminhos se cruzam, o choque entre os dois é visceral, inevitável—e proibido. Uma profecia antiga alerta que, se um alfa se vincular a um humano, o véu que separa os mundos cairá, desencadeando consequências imprevisíveis. Agora, Eyla se vê no centro de uma guerra oculta, onde traições rondam a alcateia e forças sombrias se aproximam. Para sobreviver e reivindicar seu lugar ao lado de Adrian, ela precisará atravessar um ritual mortal que pode transformá-la para sempre… ou destruí-la. Entre o desejo e o perigo, entre a paixão e a fúria, o amor deles pode ser a ruína de todos—ou a chave para um novo destino. Um romance sobrenatural intenso, repleto de reviravoltas, paixão e mistério.
Leer másA noite estava carregada de eletricidade. A lua cheia pendia no céu como uma sentinela silenciosa, observando o destino que estava prestes a ser selado. O ar estava denso com algo primitivo, algo antigo.Nos aposentos de Adrian, apenas a respiração dos dois preenchia o silêncio. Sete dias de luto haviam permeado a alcateia desde a guerra contra os demônios, e agora, aquele momento de conexão parecia trazer um fio de luz após a escuridão.Eyla sentia cada célula de seu corpo vibrar. Desde sua transformação, o mundo nunca mais foi o mesmo. Sete dias de luto haviam envolvido a alcateia desde a guerra com os demônios, e nesse tempo, Eyla corria pela floresta em forma de loba, tentando encontrar sentido, tentando entender a força nova que pulsava dentro dela.Sentia-se parte da alcateia, sentia a força correndo por suas veias, mas o que mais a assombrava era a conexão com Adrian. Ele era seu Alfa. Ele era seu tudo.Adrian se aproximou lentamente, os olhos verdes brilhando como brasas. O ol
Mas nem tudo era alegria. A vitória custara caro. A alcateia Sombra Azul agora chorava seus mortos. Os corpos dos guerreiros lobos foram colocados em círculo no centro do salão, envoltos em peles sagradas, enquanto os lobos em luto uivavam em respeito. Adrian, com o rosto marcado pela dor, subiu ao altar do salão para se dirigir à sua família. Seu peito arfava, não mais de exaustão, mas de tristeza.— Perdemos irmãos, amigos, companheiros. Cada vida que se foi hoje... será lembrada, honrada e eternizada em nossas memórias e nos cânticos da nossa história. Lamento por cada um. Sinto cada ausência como uma ferida em meu coração. Às famílias... — sua voz falhou por um momento — minha eterna gratidão. Eles foram corajosos. Foram luz diante da escuridão.Valesa se aproximou, vestida com seu manto cerimonial branco. O silêncio foi respeitoso enquanto ela começava os ritos sagrados. As palavras entoadas em antiga língua ecoaram pelo salão, suaves e solenes, carregadas de uma força ancestral.
A batalha havia terminado. O grande salão estava coberto de escombros, o cheiro de sangue e magia pairando no ar como uma lembrança amarga do que havia ocorrido.Os corpos dos demônios jaziam em poças negras, dissolvendo-se lentamente em sombras etéreas, enquanto os lobos sobreviventes se reuniam ao redor, arfando e se recompondo.Mesmo que o Príncipe do Escuro tivesse fugido no último instante, seu corpo estava severamente ferido, as chamas sagradas e os golpes da alcateia haviam deixado cicatrizes profundas demais para uma retomada imediata.Ele havia escapado, mas não teria forças para revidar tão cedo. A batalha havia cobrado seu preço, e agora, o inimigo lamberia suas feridas nas sombras.No centro do caos, Eyla despertava para sua nova realidade.Ela piscou algumas vezes, os olhos antes humanos agora brilhando em um tom violeta e intenso. O mundo ao seu redor pulsava em uma nova sintonia, cada som, cada cheiro e cada batida do coração de Adrian parecendo fazer parte de um ritmo
O salão principal da alcateia estava em plena escuridão, iluminado apenas por fagulhas incandescentes que dançavam no ar, resultado do combate feroz que ocorria. Os uivos de dor e raiva reverberavam entre as paredes de pedra, enquanto os demônios lançavam suas sombras maléficas, atacando a alcateia com fúria implacável.O chão estava manchado de sangue, uma tapeçaria macabra que atestava a brutalidade da luta.Eyla estava caída no chão de pedra, o corpo dilacerado pela dor que a envolvia como uma serpente opressora. A transformação estava acontecendo, e ela sentia suas forças se esvaírem a cada batida de seu coração.A energia vital que pulsava dentro dela estava em conflito, um eco da batalha que ocorria em sua mente."Não! Eyla!" Adrian, em sua forma de lobo majestoso, lutava com todas as suas forças para se aproximar dela.Seus olhos brilhavam com uma determinação feroz enquanto ele enfrentava os demônios que se aproximavam, um festim de garras e dentes. Ao seu lado, seu beta, Tor,
A magia antiga estava no ar. As chamas das tochas tremulavam no grande salão, como se soubessem que algo grandioso e terrível estava para acontecer. No centro, sobre um círculo gravado com runas ancestrais, Eyla se ajoelhava. Seu corpo já tremia, e a sensação de estar à beira de um abismo desconhecido a deixava sem fôlego.Valesa caminhava ao redor dela, os cânticos em uma língua antiga preenchendo o espaço. As palavras ressoavam na mente de Eyla, criando ecos que reverberavam em seu próprio ser. O ritual havia começado.Adrian estava ao lado, cada músculo de seu corpo retesado. Seus olhos verdes brilhavam com uma intensidade sobrenatural, sua respiração pesada. Ele sabia o que estava por vir. Sabia que a transformação não seria só uma mudança física para Eyla, mas sim um renascimento. E toda a dor que viria com isso era inevitável.Em meio à tensão, sua mente buscava a presença de Tor. “Atualizações, agora. Continuam vindo?”, perguntou em um tom mental urgente. A resposta veio rápi
O ar dentro do grande salão estava denso. As tochas iluminavam os rostos tensos dos anciões e guerreiros da alcateia, enquanto Eyla sentia o peso de todos os olhares sobre si. Sentada ao lado de Adrian, seu coração batia em um ritmo frenético, uma mistura de medo e raiva crescendo em seu peito.Valesa permanecia imóvel diante deles, seus olhos antigos carregados de sabedoria e mistério. Sua presença era quase etérea, como se estivesse em contato constante com forças que transcendiam aquele mundo.— O tempo se encurta — disse a xamã, sua voz ressoando pelo salão. — Os demônios estão se movendo.A tensão aumentou instantaneamente, murmúrios irrompendo entre os lobos. Adrian rosnou baixo, seu tom carregado de possessividade e proteção.— Ninguém vai levá-la. Eu já deixei isso claro.Valesa o encarou com paciência infinita.— Eu nunca disse que você permitiria. Mas o destino é teimoso, Alfa. E os que estão lá fora não precisam da sua permissão para agir.Eyla apertou as mãos contra os jo
A noite estava densa, carregada com um peso invisível que se espalhava pelo ar como uma tempestade prestes a desabar. Adrian segurava a mão de Eyla com firmeza enquanto a guiava pelos corredores de pedra da fortaleza da alcateia. O aviso do sentinela ainda reverberava em sua mente: demônios. E vinham do sul.Eyla sentia seu coração bater em um ritmo frenético. Desde que pisara naquele mundo novo, tudo se tornara uma sucessão de eventos que desafiavam qualquer noção de normalidade. Agora, estavam falando sobre criaturas infernais que se aproximavam, vampiros com canudos já ficou no passado em sua mente, eles estava vindo passo a passo, com garras sedentas e olhos famintos. O eco distante de um grito de guerra sobrenatural parecia vibrar sob seus pés, mesmo que os corredores estivessem silenciosos.Eles pararam diante de uma porta de madeira entalhada com runas antigas. Adrian bateu uma única vez, e a porta se abriu sozinha, como se estivesse esperando por eles. Do outro lado, sentada
Longe dali, no coração da escuridão, o Príncipe do Escuro caminhava por entre colunas de pedra negra cobertas por runas esquecidas, sua capa arrastando-se pelo chão de ossos calcinados. Diante dele, a horda de demônios se curvava em expectativa.— Chegou a hora — ele bradou, sua voz como trovão abafado nas profundezas. — A humana… ela será minha. Quer o Alfa aceite ou não. Ela será o símbolo do nosso retorno. O mundo vai se curvar diante de nós como deveria ser.Os demônios urraram, batendo pés e mãos contra o chão. Fogo brotou de fissuras ao redor, agitando chamas de fúria e desejo. O Príncipe ergueu os braços, e sua pele escureceu em sombras vivas.— Reúnam nossos aliados! Chame os vampiros renegados, as bruxas exiladas, os espectros famintos! A alcateia Sombra Azul cairá! E a garota... a garota será meu bichinho de estimação, para sempre.Gargalhadas demoníacas preencheram o salão. A guerra havia sido declarada.As árvores do território da alcateia Sombra Azul estremeciam com o ven
Mesmo no quarto que Adrian havia lhe dado, um espaço mais afastado da tensão do grande salão, Eyla sentia o peso das expectativas sobre seus ombros. As velas projetavam sombras dançantes nas paredes de pedra, e o fogo na lareira crepitava suavemente, mas nem mesmo o calor era suficiente para dissipar o frio em sua pele.Adrian estava de costas para ela, encostado na janela aberta, seu olhar perdido na vastidão da floresta. Ele tamborilava os dedos no parapeito de madeira, um sinal de inquietação que ela já aprendera a reconhecer.— O que você está pensando? — Eyla quebrou o silêncio, sua voz baixa, mas firme.Ele virou-se para ela, os olhos verdes brilhando sob a luz do fogo. Por um momento, Adrian não disse nada, apenas a observou, como se procurasse algo dentro dela, alguma resposta que ele temia escutar em voz alta.— Que queria poder tomar essa decisão por você — admitiu por fim, sua voz rouca. — Mas não posso. E isso me mata.Eyla engoliu em seco. Sabia que não era uma escolha si