Como Fingir Que Te Amo

Como Fingir Que Te AmoPT

Romance
Última actualización: 2025-08-05
A.M. Ferreira  Recién actualizado
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Resumen
Índice

Ela é uma jornalista desastrada com um gato exigente. Ele é um ator famoso tentando limpar a própria barra. O plano? Um namoro de mentira, contrato assinado, visitas programadas e zero envolvimento emocional (em teoria). Mas ninguém avisou que fingir um relacionamento perfeito é mais difícil do que parece, especialmente com uma família intrometida, uma imprensa implacável e um gato que claramente não gosta de fingimentos. Eles combinaram tudo. Só esqueceram de combinar com o coração.

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Capítulo 1

CAPÍTULO 1

Acordei atrasada. De novo.

Meu despertador tocou duas vezes antes de eu me convencer de que era uma boa ideia sair da cama. Ainda sonolenta, bati a mão na tela do celular, tentando acertar o botão certo. Errei umas três vezes até desligar aquele toque irritante que eu mesma escolhi, achando que seria "menos traumático" acordar com o som de passarinhos. Não é. Passarinhos em looping às seis da manhã são a trilha sonora do inferno.

Me arrastei até o banheiro como uma alma penada, tentando ignorar o frio do chão nos meus pés. Escovei os dentes com os olhos meio fechados, amarrei o cabelo no coque mais malfeito da história e coloquei a primeira roupa que achei no cabide: uma calça jeans, uma camiseta básica e um casaquinho de senhora. Praticidade acima de tudo e, convenhamos, estilo só entra em cena quando sobra tempo. O que não era o caso.

Enquanto tentava preparar meu café, esbarrei na prateleira da cozinha e derrubei o pote de açúcar. O barulho foi o suficiente pra acordar a vizinha do 301, que, como sempre, bateu no teto com a vassoura. Não sei se por raiva ou por solidariedade. Talvez os dois. Tomei o café ralo, com gosto de pressa, e saí correndo.

Meu apartamento é pequeno, mas aconchegante. Um caos organizado, cheio de plantas que tentam sobreviver às minhas tentativas de cuidado, livros empilhados em todos os cantos e post-its com lembretes que eu finjo que vou seguir.

Trabalho como jornalista em um site de entretenimento. Parece glamouroso, né? Tipo, eventos com tapete vermelho, entrevistas exclusivas, champanhe e fotos com celebridades. Mas a realidade é bem menos cinematográfica: matérias escritas no desespero, café frio, prazos apertados e uma luta diária pra conseguir que os famosos digam algo que preste.

Cheguei na redação com cinco minutos de atraso, o que, considerando minha pontualidade natural, foi quase um feito olímpico. Ana, minha colega de trabalho e cúmplice nos dramas da vida, levantou os olhos do computador e me lançou um sorrisinho debochado.

— Você tá com o casaco do avesso. — ela avisou, sem sequer disfarçar a diversão.

Olhei para baixo. Claro que estava.

— É tendência. Moda reversa. — respondi, desvirando a peça com a dignidade de quem já aceitou que a vida é uma eterna improvisação.

Sentei na minha mesa e liguei o computador, esperando que ele colaborasse pelo menos uma vez na semana.

Enquanto esperava os sistemas abrirem, me distraí olhando uma manchete sobre Pedro Dantas. De novo. Ultimamente, ele era pauta quase diária. Fotos com mulheres diferentes, boatos de brigas nos bastidores, e uma entrevista polêmica que ele deu semana passada dizendo que "não devia satisfação a ninguém".

Ele era o ator mais comentado do momento e, provavelmente, o mais detestado pelos assessores de imprensa. Dono de uma beleza irritante e de uma língua afiada, ele era o tipo de famoso que rendia clique, curtida e dor de cabeça. Eu, pessoalmente, achava que ele tinha cara de quem nunca levou um não na vida.

— Tá livre à tarde? — Ana perguntou, puxando uma cadeira pra perto da minha mesa.

— Não sei. Depende. É coisa boa ou castigo?

— Coletiva de imprensa do novo filme do Pedro Dantas. Você cobre.

Suspirei. É claro.

— Tinha que ser um castigo. Já não basta ler sobre ele todo dia. Agora vou ter que ver de perto?

— E ouvir. E sorrir. E fingir que você não gostaria de jogar o gravador na cabeça dele, caso ele resolva ser arrogante.

— Ótimo. Mal posso esperar. — ironizei, pegando meu bloquinho e conferindo a pauta no e-mail.

A coletiva seria no final da tarde, num hotel de luxo no centro. O tipo de lugar onde garçons flutuam e as cadeiras são mais caras do que meu salário.

Meu trabalho era simples: ouvir, registrar, não causar nenhum incidente diplomático e tentar sair de lá com material suficiente para montar uma matéria decente.

— Ah, e Isadora? — Ana completou, já se afastando — Tenta não derrubar nada. Nem microfone, nem café, nem sua reputação. A gente precisa de você inteira amanhã.

Uma tragédia por vez respondi, com um meio sorriso.

A verdade é que, apesar de tudo, eu gostava do meu trabalho. Mesmo nos dias em que tudo dava errado, o que, no meu caso, era quase sempre.

Havia algo de fascinante em observar o brilho montado das celebridades, aquele jogo de aparências, as frases ensaiadas, os sorrisos que duravam só até a câmera desligar. Era como assistir a um teatro moderno onde todo mundo fingia não estar atuando.

Mas mal sabia eu que, em breve, eu não estaria mais na plateia. Estaria no palco. De frente para o Pedro Dantas. E fingir seria só o começo.

Cheguei ao hotel meia hora antes do horário marcado, como uma boa jornalista que vive à base de café e ansiedade. O saguão era imenso, com lustres de cristal que me davam vontade de tirar fotos e fingir que eu tinha nascido para esse tipo de evento, mas logo o bom senso e a carteira vazia, me lembraram que não era o caso.

Peguei minha credencial e segui para a sala de coletiva. O espaço estava organizado, com uma mesa grande na frente e uma fila de jornalistas já acomodados, teclados prontos, canetas afiadas e olhares curiosos.

Fiquei num cantinho, tentando encontrar um lugar que não fosse nem muito perto para não chamar atenção, nem tão longe a ponto de perder algo importante. O cheiro de ar condicionado misturado com café e perfume caro estava no ar.

Logo, Pedro Dantas entrou. Uau. De perto, ele era ainda mais impressionante. Cabelos perfeitamente bagunçados, sorriso meio maroto, e aquele olhar que parecia avaliar cada pessoa na sala, um misto de arrogância e charme natural.

Quando os primeiros flashes começaram a estourar, ele deu um sorriso e fez aquele aceno que parecia calculado para as câmeras. Eu anotei algumas frases da abertura, enquanto ele falava sobre seu novo filme, papos de bastidores e planos futuros.

Mas o que me chamou atenção mesmo foi a maneira como ele evitava perguntas mais pessoais. Quando uma jornalista tocou no assunto dos boatos sobre relacionamentos, ele desviou com um comentário irônico e um sorriso que, sinceramente, podia derreter gelo.

De certa forma, parecia um jogo. Ele dava o que queria, escondia o que não queria, e a imprensa fazia o papel dela, tentando arrancar o máximo.

Quando chegou minha vez, levantei a mão meio tímida, tentando parecer segura.

— Pedro, você acha que essa imagem de ‘galã difícil’ atrapalha sua carreira?

Ele me olhou diretamente, como se não estivesse esperado essa pergunta. Por um instante, o ambiente pareceu silenciar.

— Acha que a fama é feita pra ser fácil? — respondeu com um sorriso de lado. — Quem quer ser lembrado por ser fácil de lidar?

Tive que engolir a vontade de rir. Típico Pedro Dantas.

— Não seria mais fácil ser lembrado pelo trabalho impecável, ao invés pelas polêmicas que gera?

Eu juro, tentei controlar a minha língua grande, mas não consegui dessa vez.

Mas Pedro me olhava fixamente. Não aquele olhar nervoso, mas surpreso, talvez até admirado. Pareceu ser tempo demais com ele me olhando e por mais que eu tentasse desviar o olhar, algo nele me cativava.

A coletiva terminou entre mais algumas perguntas cortantes e respostas ensaiadas. Antes de sair, ouvi alguém falar meu nome.

— Isadora, espera um minuto.

Virei e encontrei o assessor de imprensa dele, um homem sério com óculos escuros e um sorriso que não chegava aos olhos.

— Nosso chefe pediu para você ficar um pouco depois. É importante.

Meu coração deu um salto. “Importante” quase sempre significava “complicado”. Suspirei, ajeitei a bolsa e segui para uma sala reservada nos fundos do hotel.

Sentei numa cadeira desconfortável, olhando para a porta, tentando adivinhar o que estava por vir. Mal sabia que ali começaria algo que mudaria tudo.

A porta se abriu devagar, e Pedro Dantas entrou. Deu um sorriso rápido, daquele jeito que misturava charme e algo inacessível, e sentou-se em frente a mim.

— Obrigado por ficar — ele disse, com a voz baixa, quase um convite para um segredo.

Olhei para ele, meio sem jeito, ainda surpresa por estar ali, cara a cara com o famoso mais controverso da vez. Além de claro, ser um belo colírio para os olhos.

— Claro... — respondi, tentando parecer profissional — O que eu posso ajudar?

Ele cruzou os braços e soltou um leve suspiro.

— Preciso que você escreva uma matéria diferente. Não sobre o filme, não sobre escândalos. Quero que mostre quem eu realmente sou. Mas sabe como é, a imprensa não costuma colaborar muito com essa ideia.

Fiquei em silêncio por um instante, analisando. Ele falava sério, diferente daquela pose pública de galã difícil.

— E por que eu? — perguntei, meio desconfiada.

— Você tem uma coisa que ninguém mais tem: autenticidade. Podemos dizer que você não consegue segurar sua opinião. E é exatamente isso que preciso mostrar.

Antes que eu pudesse responder, o celular dele vibrou. Pedro olhou rápido para a tela e franziu a testa.

— Problemas com a imagem, de novo — ele murmurou.

Eu tentei imaginar como era a vida de alguém que precisava cuidar até do que aparecia nas manchetes.

— Talvez a gente possa conversar melhor depois — sugeri — Mas agora, eu preciso voltar para a redação. A matéria precisa sair até amanhã.

Ele se levantou e se aproximou da porta.

— Obrigado, Isadora. A gente se fala.

Quando a porta fechou atrás dele, fiquei ali, sentada, com a cabeça cheia de perguntas. Quem era aquele homem além dos holofotes? E por que ele parecia precisar mesmo de alguém como eu?

Eu não fazia ideia, mas algo me dizia que minha vida estava prestes a mudar muito mais do que eu podia imaginar.

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