O silêncio depois que Pedro fechou a porta parecia diferente de qualquer outro silêncio que já tinha habitado meu apartamento. Não era vazio, mas também não era confortável. Era um silêncio cheio dele, cheio de lembranças que ainda ecoavam pelos cantos, o cheiro da sua pele, o som da sua voz, a presença dele que parecia não ter ido embora de verdade, mesmo que eu tivesse visto com meus próprios olhos o momento em que ele partiu.
Deixei-me cair no sofá, abraçando uma almofada como se fosse capaz de segurar a sensação de calor que ele tinha deixado em mim. Uma parte de mim queria acreditar que estava sonhando, que nada daquilo tinha acontecido,mas outra parte, mais profunda e mais sincera, sabia que estava acontecendo sim, que eu estava entrando em algo que me assustava ao mesmo tempo em que me atraía como um ímã.Pedro tinha ido embora, mas levou com ele uma parte de mim.Fiquei alguns minutos encarando a porta, quase esperando que ele voltasse, mas o som d