Os Monstros Também Amam

Os Monstros Também Amam PT

Romance
Última actualización: 2025-11-26
Kehillah Sanchez   Recién actualizado
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Resumen
Índice

Será que até os monstros podem amar… sem destruir tudo ao redor? Anderson Silveira aprendeu cedo que alguns sentimentos, quando expostos, podem virar armas contra quem os carrega. No ensino médio, ao confessar seu amor por Samanta Palmer, a garota ruiva que parecia iluminar corredores inteiros — ele foi exposto, ridicularizado e quebrado diante de todos. A humilhação deixou marcas profundas, e algo dentro dele mudou completamente. A partir daquele dia, Anderson deixou de ser apenas um garoto tímido. Nas sombras do próprio peito, nasceu um monstro feito de raiva silenciosa, de impulsos que ele não compreendia e de uma escuridão que jamais pediu para sentir. Anos depois, ele se tornou um homem disciplinado, respeitado e aparentemente em equilíbrio. Mas o passado, quando não é curado, apenas se disfarça. E o dele estava prestes a bater novamente à sua porta — na forma de Samanta. O reencontro deles reacende tudo o que ambos lutaram para enterrar. Agora, os dois precisam atravessar suas sombras, enfrentar o que se tornaram e decidir se é possível construir algo onde antes só havia ruína. Porque às vezes, amar não é sobre luz. Às vezes, é sobre reconhecer a escuridão que existe em cada um — e, mesmo assim, permanecer.

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Capítulo 1

Dúvidas

Um dos melhores alfaiates de Caxias finalizou os últimos ajustes no smoking azul-turquesa de Anderson, que exibia um sorriso radiante por ter como par a garota mais desejada do Colégio Valdevez. Antônio, seu pai, e o irmão caçula uniram-se numa risada diante da euforia estampada no rosto do adolescente.

— Vai ser o garoto mais bonito do baile — disse Antônio, sorrindo diante da empolgação do filho em seu primeiro grande evento.

— O senhor acha mesmo? — perguntou Anderson, levemente acanhado.

— Não. Tenho certeza absoluta de que será o mais notável — respondeu o pai. No mesmo instante, o garoto desceu do banquinho e o abraçou com força.

— Eu te amo, papai. — Embora soubesse que o senhor Silveira não era seu pai biológico, Anderson o respeitava e o tratava como se fosse.

Logo após os últimos ajustes, o pequeno Matteo implorou ao pai que os levasse ao Boladoo, uma sorveteria famosa por servir a maior bola de sorvete da cidade. Agachado diante do filho, Silveira explicou o motivo de não irem mais até lá.

— Lembra o que a senhora Salles disse ao ver seu irmão?

— Que aquele lugar era para crianças negras... — respondeu o garotinho, cabisbaixo.

— Por isso...

— Pai, tudo bem. Vocês podem ir. Eu não estou com vontade.

— Vamos, papai, antes que ele mude de ideia — disse Matteo, tentando aliviar a situação.

— Filho, tem certeza? Você sabe que...

— Pai, é sério. Podem ir.

Diante da insistência dos filhos, o senhor Silveira cedeu. Anderson decidiu passar no píer para ver os patinhos antes de voltar para o consigo luxuoso. No caminho, próximo ao lago, esbarrou em Samanta, ela passeava com seu filhote de beagle.

— Olha só, Melvin, quem encontramos por aqui. — disse Samanta, parando em frente a Anderson, que acariciava a cabeça do cachorrinho.

— Olá, Samanta — cumprimentou ele, sem tirar os olhos do animal, que insistia em lambê-lo.

— Oi, Anderson. Empolgado para o baile?

— Sim. Samanta. Mas, só não entendi o porquê que me escolheu como seu par? — perguntou, agora com os olhos castanhos fixos nos olhos azuis dela.

— Foi a única forma que encontrei de te pedir desculpas por ter sido uma idiota com você.

— Um pedido de desculpas seria o suficiente... Mas por que escolheu justamente o nordestino como eu?

Samanta alternou o olhar entre o cachorro e Anderson. Antes de responder, cumprimentou alguns conhecidos que passavam.

— Nessas últimas semanas, você me mostrou que não é apenas um nordestino chato e sem graça.

— Sam, ele está te incomodando de novo? — interrompeu Philip, um dos garotos do condomínio onde eles moravam, de punhos cerrados, pronto para confrontar Anderson.

— Não, Philip. Ele não está me incomodando. Agora você...

— Garota, não te entendo. Primeiro me deixa para andar com esse nordestino idiota, agora fica aí de papinho com ele.

— Nos vemos à noite, Samanta. — disse Anderson, um pouco sem jeito.

— Além de idiota, é um covarde. — provocou Philip com o sorriso convencido no rosto.

Ao ouvir os insultos, Anderson quase voltou para agredi-lo, mas lembrou-se do vexame que causaria aos pais e seguiu em direção o seu trajeto rumo ao condomínio.

Ao cair da tarde, diante do espelho, o garoto franzino se questionava se deveria mesmo acompanhar Samanta ao baile. Concluía, dentro de si, que os outros estavam certos ao dizer que ele não era bom o suficiente nem mesmo para Olga, a garota mais esquisita da turma. O som seco da escova arremessada contra o espelho fez sua mãe invadir o quarto, alarmada.

— Filho, o que aconteceu? — perguntou Janice, ao ver o vidro estilhaçado.

— Eu não quero mais... Eu não sou suficiente pra ela — respondeu Anderson, cabisbaixo.

— Não estou entendendo...

— Eu não quero mais ir ao baile, mãe — disse, com os olhos marejados.

— Meu querido, você assumiu um compromisso com a senhorita Palmer. E filho meu não foge da responsabilidade, não.

— Mas, mãe...

— Mas nada, menino. Você não estava todo empolgado? O que foi que aconteceu?

— Nada, mãe. Besteira minha... É melhor eu me apressar, senão chego tarde à casa da Samanta.

— Tem certeza de que está bem? Aqueles garotos estão te provocando de novo? — indagou ela, lembrando-se das inúmeras vezes em que teve que ir à escola por causa de brincadeiras cruéis dos colegas.

— Estou bem. E não, para eles, eu sou só mais um nordestino idiota — disse, desviando o olhar.

Anderson odiava mentiras, mas odiava ainda mais admitir o preconceito que o cercava.

— Eu sei que tem caroço nesse umbu, mas não vou insistir — respondeu a mãe, beijando-lhe a testa.

Logo após deixar o quarto, a pequena Joana entrou com um aviãozinho de brinquedo nas mãos, imitando o som da decolagem.

— O que foi que você perdeu agora aqui?

— Nada. Só queria saber por que vai se casar com a ruiva estúpida — perguntou a garotinha, deslizando o brinquedo sobre a escrivaninha.

— A Samanta não é estúpida...

— Ah não? E como chamamos quem só faz estupidez? — Apesar da pouca idade, todos se espantavam com a sabedoria de Joana.

— Vamos logo, que já estou atrasado — respondeu Anderson, pegando a irmã nos braços.

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