A mulher que eu acusei de roubo era a babá da minha sobrinha e culpada pelos meus piores dias. Quando a reencontrei, abatida e grávida, percebi o que tinha feito. Ela não era só a ladra que, segundo as investigações, dopou a minha irmã para roubar e a deixou sair para morrer num acidente de carro. Vittória Clarke era a mulher que carregava meu filho no ventre. Agora, o destino exige que eu lute pelo amor da mulher que destruí. E talvez... não seja suficiente.
Ler maisPonto de vista de Vitória. — Sim, ele é o pai do meu filho — Minha voz estava sufocada pelo medo. Mentir nunca foi algo natural pra mim. Mas não podia permitir que aquele homem descobrisse a verdade sobre o bebê. Ele poderia tirar a guarda do meu filho com um simples estalar de dedos. Eu não podia arriscar. — Saia da rua. — Ordenou num tom autoritário, puxando-me de volta para a calçada. O som das buzinas atrás da Mercedes parecia ecoar em sincronia com o pânico que subia por todo o meu corpo. Tremi não só por causa da mentira que contei, mas pela ameaça velada que pairava no ar. Impaciente, Maximus olhou brevemente para os carros parados antes de me fitar novamente com aqueles olhos sombrios e penetrantes. — Fique aqui! — mandou, como se eu ainda estivesse sob seu controle e então, entrou no carro. Ele dirigiu, procurando um local para estacionar e eu atravessei assim que o sinal abriu para os pedestres. Abracei o meu único aliado naquele momento tão tenso. — Quem era
Ponto de vista Maximus. — Mas que merda! — Gritei, sentindo aquela porra de sentimento idiota me incomodando noite após noite. A mulher que acusei de roubo era a culpada pelos meus piores dias e eu tinha deixado ela ir ao invés de mandá-la para a cadeia. Ao contrário de mim, Bianca ainda insistia para incriminá-la e colocar a babá na prisão. — A babá é culpada, querido, você sabe disso. — Já falei que eu não quero mais tocar nesse assunto, porra! — Esbravejei. Deixei o copo em cima da mesa depois que tomei todo o uísque. Minha sobrinha não se adaptava a nenhuma babá desde que mandei Vitória embora. Allegra não ia bem nas aulas e sempre agredia a Bianca com mordidas quando tentava se aproximar para cuidar dela. — Você precisa mandar a sua sobrinha para o orfanato depois do nosso casamento. Confesso que houve dias em que realmente pensei nessa possibilidade, mas Allegra era a única lembrança viva que tinha da minha irmã. Não podia simplesmente me desfazer dela. — Tem um
Ponto de vista de Maximus. — Você dormiu com ela, não foi? — Estávamos no escritório quando Bianca fez essa pergunta. — Isso não te diz respeito — respondi seco. — Claro que diz. — Retrucou ela. — Tínhamos terminado a porra do noivado porque você estava trepando com aquele ator com quem você contracenou. Não era apenas a cena de sexo na novela que me incomodava, mas o encontro que ela teve com aquele farabutto. — Quem de nós é um ser humano exemplar, querido? Você também estava trepando com a babá da sua sobrinha. — Vai embora, Bianca. — Não posso! Temos que honrar o acordo feito entre as nossas famílias. — Ela o relembrou. Na aristocracia, os casamentos arranjados eram utilizados como alianças estratégicas para fortalecer laços familiares, consolidar o poder e perpetuar dinastias. A decisão de quem se casaria foi tomada pelas nossas famílias. Mesmo no século atual, eu teria que manter o acordo se quisesse perpetuar e alastrar o legado dos Trevisani. — Já pensou q
O vestido caiu do meu corpo e os olhos dele pousaram em mim como se estivessem vendo um tesouro escondido. Quando seus lábios envolveram um dos meus seios, soltei um gemido baixo, rendida. Ele brincava com a língua e os dentes, provocando sensações que eu nunca tinha sentido com ninguém. Seus beijos foram descendo, cada vez mais lentos e perigosos, até que sua boca encontrou meu clitóris. Eu arqueei sob ele, implorando em silêncio e ele chupou o bico como se soubesse exatamente como me fazer implodir por dentro. Meu corpo tremeu, despedaçando-se sob sua língua e seus dedos. — Senhor Trevisani — murmurei, perdida. Ele subiu por cima de mim, posicionando-se entre minhas coxas. Sentia o calor do seu desejo rígido, pulsante, roçando em mim. Nossos olhares se encontraram. Um momento de silêncio e então, ele penetrou devagar. Depois mais fundo, mais intenso, como se quisesse se fundir a mim. Cada investida era um chamado, uma possessão. Eu me agarrava aos seus ombros, às suas costa
Ponto de vista de Vitória. Os ponteiros do relógio se arrastavam como uma tortura silenciosa enquanto eu tentava me vestir sem fazer barulho. A camisa branca dele deslizava pelos meus ombros enquanto eu caçava minha blusa por entre os lençóis bagunçados. Meu estômago revirava, não só pelo álcool da noite anterior, mas pelo que aquilo representava. Em algum canto da minha mente, uma vozinha me recriminava: “Meu Deus, Vitória... você dormiu com o seu chefe. O cara é um magnata e noivo de uma atriz e modelo famosa. E o pior era que os fragmentos vinham como flashes... o beijo, o riso, o toque quente, minha pele queimando sob a dele. Mas os detalhes ainda eram nebulosos e flutuantes. Quando encontrei a minha camisola, Maximus se mexeu e eu congelei. Máximus virou o rosto no travesseiro e abriu as pálpebras. Ficou m silêncio por alguns segundos. — Vitória... — A voz rouca saiu mais baixa. Assenti, num gesto instintivo. — Desculpe, senhor Trevisani — murmurei, vestindo a cam
Ponto de vista de Maximus. Bianca tinha ido embora porque não queria desistir daquela maldita cena dq novela, onde ela beijaria e seria tocada intimamente por outro homem como se fosse algo banal. Eu precisava esquecer. Aquela já era a segunda garrafa de vinho que fui abrir até que a vi. E lá estava a babá com aquele camisola rosa grudada na pele que emoldurava suas belas formas femininas. Aquilo era excitante pra caralho. O meu corpo reagiu e eu me escondi atrás do balcão para esconder a ereção. — Pegue duas taças — ordenei. Prontamente, ela obedeceu. “Não seja estúpido”. Em algum canto do meu subconsciente, uma voz intrusiva me alertou. “Lembre-se de que foi ela quem deu os tranquilizantes para sua irmã!” Os pensamentos obscuros continuaram. Quando ela voltou com aquele sorrisinho sonso, pôs as taças sobre a mesa. Entornei o líquido rubi e fitei a garota que bocejou. — Estou cansada, senhor, posso me retirar? — Beba! — Entreguei uma das taças. — Detesto o silêncio, preci
Ponto de vista de Maximus Trevisani. A babá da minha sobrinha mal tinha chegado na minha casa e já estava causando problemas. Vitória, esse era o nome da babá que minha falecida irmã tratava como hóspede na casa dela e pagava mais do que devia. Só que na minha casa, as coisas eram bem diferentes. Ela era uma funcionária como qualquer outra e eu não aceitava insubordinação. Apesar de tudo, tinha que admitir que ela era uma excelente babá. Vitória sempre cantava algumas daquelas infantis sobre estrelas e sonhos. Vitória era uma garota que tinha um jeito delicado de embalar a Allegra e dançar devagar enquanto a colocava para dormir. Não a conhecia direito, mas desde que chegou com a minha sobrinha, eu a observava do meu escritório através das câmeras, pois gostava de saber o que acontecia em minha casa. Allegra só sorria e comia com a babá, que foi notada por minha noiva pouco depois de uma discussão acalorada que tivemos. Foi naquele dia que eu a vi pessoalmente. Vitória se r
Ponto de vista de Vitória Clarke. — Hei, você… — Uma mulher alta e esguia, com os cabelos loiros presos num rabo de cavalo, chamou. — Limpe isso. — Mostrou os cacos de vidros no chão da sala de estar. — Não sou empregada dessa casa, sou apenas a babá da Allegra. — Estou mandando fazer isso agora! — Ela entoou num tom mais severo. Aquela era nada mais, nada menos do que Bianca Ambrosio, uma modelo famosa que já tinha desfilado e trabalhado com Donatella Versace, mas estava brilhando como atriz em ascensão na novela “Amor selvagem”. Era impossível não a reconhecer. — Faça o que mandei, sua insolente. — Irritada, a madame repetiu a ordem. — Não! — Recusei com veemência. — Como ousa? — Ela veio em minha direção. — O que está acontecendo aqui? — O homem de terno cinza, feito sob medida, entrou na sala. Alto, corpo atlético, postura imponente e uma aura de sedução que enfeitiça qualquer mulher… só podia ser Maximus Trevisani, o chefe que raramente aparecia. Diziam que ele era um h