O vestido caiu do meu corpo e os olhos dele pousaram em mim como se estivessem vendo um tesouro escondido.
Quando seus lábios envolveram um dos meus seios, soltei um gemido baixo, rendida. Ele brincava com a língua e os dentes, provocando sensações que eu nunca tinha sentido com ninguém. Seus beijos foram descendo, cada vez mais lentos e perigosos, até que sua boca encontrou meu clitóris. Eu arqueei sob ele, implorando em silêncio e ele chupou o bico como se soubesse exatamente como me fazer implodir por dentro. Meu corpo tremeu, despedaçando-se sob sua língua e seus dedos. — Senhor Trevisani — murmurei, perdida. Ele subiu por cima de mim, posicionando-se entre minhas coxas. Sentia o calor do seu desejo rígido, pulsante, roçando em mim. Nossos olhares se encontraram. Um momento de silêncio e então, ele penetrou devagar. Depois mais fundo, mais intenso, como se quisesse se fundir a mim. Cada investida era um chamado, uma possessão. Eu me agarrava aos seus ombros, às suas costas, às sensações que me atravessavam. Fizemos amor uma, duas, três vezes... Quando o céu já clareava, o senhor Trevisani me deitou de lado, e novamente, ele possuiu o meu corpo com uma delicadeza que me fez chorar em silêncio. No dia seguinte, acordei com o som das ondas ao longe e o cheiro dele ainda no meu corpo. Meus músculos doíam de um jeito bom. A luz do sol entrava pelas cortinas, iluminando o rosto relaxado do belo italiano deitado ao meu lado. Por um instante, só fiquei ali observando-o dormir. A expressão dura dele, sempre tão impenetrável, parecia quase serena. Tinha a mão sobre minha cintura, possessiva até no sono. Eu me permiti sonhar, só por alguns minutos, que talvez aquilo fosse o início de uma linda história de amor. Entretanto, o encanto acabou assim que o celular dele tocou. Ele despertou num salto, pegou o aparelho e atendeu com aquela voz grave que horas antes sussurrava meu nome... — Sim? … Quando? … Entendo. A mudança foi sutil, mas inegável. Ele se sentou na beira da cama, de costas para mim, e passou a mão pelos cabelos curtos. A rigidez voltou aos ombros largos. De repente, ele tornou a vestir a maldita armadura invisível. — Preciso voltar ao continente — disse ele, sem me encarar. Sentei também, puxando o lençol contra meu corpo. Não fiz perguntas. Só assenti, mostrando que aquilo não me atingia. Afinal, não tínhamos nenhum relacionamento e ele não tinha nada para explicar. Maximus se vestiu em silêncio. Pegou o blazer, o relógio e a chave do carro. — Foi uma noite maravilhosa, Vitória — disse ele, sem emoção. Vi quando o senhor Trevisani saiu do quarto e logo, ele voltou com um comprimido e uma garrafa de água. — Engula… — entregou o contraceptivo. — Levanta a língua! — O pedido veio em tom de comando. Abri minha boca só para mostrar que eu havia engolido a pílula. Ele forçou meio sorriso e saiu, deixando um rastro de perfume amadeirado. Na porta, hesitou por um segundo. Achei que fosse se virar, voltar... Entretanto, ele apenas foi embora. Fiquei parada no quarto, com o lençol apertado entre os dedos e a garganta ardendo. Tive a terrível sensação de que ele nunca voltaria para mim. Duas semanas depois, Bianca Ambrósio voltou. A sua participação na novela tinha chegado ao fim após a morte de sua personagem. Ela chegou com malas, óculos escuros e um sorriso falso. Andava pela mansão como se fosse a dona da porra toda. Eu abaixava minha cabeça toda vez que cruzava com ela. Algo naquela mulher me dava calafrios. — Então, você continua aqui. — certo tarde, ela disse, em um sussurro venenoso.— Eu soube da viagem para Tenerife e do quanto o meu noivo se divertiu — Ela tocou no assunto. "Noivo?" Absorta em meus pensamentos, eu me questionei. "Será que eles reataram?" Pisquei ao ponderar. Constrangida, eu mantive o silêncio e não ousei olhar aquela mulher diretamente nos olhos. Não queria que ela visse as lágrimas que teimaram em brotar no canto dos meus olhos. Algo me dizia que Bianca pressentia o que rolou entre mim e o senhor Trevisani. Mulheres como ela não precisam de provas para odiar outras mulheres. Ainda mais quando sentia que o seu território era ameaçado.