Ponto de vista de Vitória.
Eu pretendia ignorar, dar as costas e sair logo dali. Contudo, o choro da pequena Allegra partia o meu coração. Eu o senti ressoar dentro do peito, como se o lamento de Allegra tivesse vindo da minha alma.
Há meses, eu menti para aquela garotinha e só Deus sabe quantas noites imaginei como ela tinha chorado quando percebeu que eu a deixei para trás. Não houve um só dia em que não me lembrasse do som da sua risada ou da forma como os olhinhos dela buscavam os meus quando tinha medo.
Inesperadamente, Maximus caminhou em minha direção com a sobrinha nos braços. Ele me encarava com aquela expressão pétrea. Sem dizer uma só palavra, ele me estendeu Allegra. Foi nesse momento que o meu coração quase parou.
— Pode segurá-la? — murmurou, comedidamente, enquanto pousava a mão no meu ombro, firme, mas sem agressividade.
Tomei a menina nos braços como quem reencontra um pedaço de si. Allegra soluçava, encostada ao meu pescoço, os bracinhos finos estavam agarrando-se a